![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7fhC5bIIWFlnvpT8YYt7UErRiEt1OXpA81c9JgklHH8yiE8kKRmdlG68BDlpqMKyYr08ghtRiJaD1djUOROhYtnKDmjB3NV_ZJbQdaMeRcfARnfeCDEP90xaQhIkOJA4Ptphtjp0fOv0/s320/Um-pouco-de-Clarice-Lispector.jpg)
Clarice Lispector é o principal nome de uma tendência intimista da moderna literatura brasileira. Sua obra apresenta como principal eixo o questionamento do ser, o 'estar-no-mundo', o intimismo, a pesquisa do ser humano, resultando no chamado romance introspectivo. 'Não tem pessoas que cosem para fora Eu coso para dentro', assim explicava a autora o seu ato de escrever. Nesse eterno questionar, a obra da romancista apresenta uma certa ambigüidade, um jogo de antíteses marcado pelo eu e pelo não-eu, o ser e o não ser, já notado, de outra forma, na obra de Guimarães Rosa.
No nível da linguagem, percebe-se também em Clarice Lispector uma certa preocupação com a revalorização das palavras, dando-lhes uma roupagem nova, explorando os limites do significado, ao mesmo tempo que trabalha metáforas e aliterações. Há inclusive uma preocupação muito grande com aquilo que está escrito sem o uso da palavra, o que está nas entrelinhas.
Essa literatura introspectiva, intimista, vem se colocar como uma tendência na prosa moderna do Brasil, afastando-se mais do social, do retrato da sociedade em crise, para a crise do próprio indivíduo, sua consciência e inconsciência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário