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Publicação: 21/10/2012 19:30 Atualização: 21/10/2012 20:41
Cantora Adriana Calcanhotto volta a ser Adriana Partimpim, pela terceira vez. Foto: Catarina Henriques/Divulgação |
Apenas para ter ideia do repertório, vale ressaltar que ele traz duas pérolas de Dorival Caymmi: Tia Nastácia, da trilha do seriado Sítio do Pica-Pau Amarelo, e Acalanto, com direito a vocalise poderoso de Alice Caymmi, neta do mestre. A filha de Danilo Caymmi, coincidentemente, estreia promissora carreira solo fonográfica.
O repertório não é o único detalhe primoroso do terceiro disco de Partimpim. A banda é destaque à parte: praticamente coautora do projeto, lançado por Adriana Partimpim em 2004, a formação reúne Davi Moraes, Domenico Lancellotti, Alberto Continentino, Berna Ceppas, Moreno Veloso e Pedro Moraes. Agora recebeu o reforço de Rodrigo Amarante (Los Hermanos).
Dá para imaginar a festa em que se transformou o estúdio durante as gravações. Dos instrumentos tradicionais – guitarra, baixo, violão e piano – aos mais contemporâneos, o que inevitavelmente inclui sintetizadores, o disco, com seus arranjos criativos, é um prazer para ouvintes de todas as idades.
Entre as boas canções, destacam-se as de ninar. Há inéditas (Salada russa, de Partimpim com letra de Paula Toller; Por que os peixes falam francês?, de Alberto Continentino e Domenico Lancellotti; e Também vocês, de João Callado e Partimpim) e regravações (Taj Mahal, de Jorge Ben Jor; Lindo lago do amor, de Gonzaguinha; O pato, de Jayme Silva e Nelson Teixeira; Criança crionça, de Cid e Haroldo Campos; Passaredo, de Francis Hime e Chico Buarque; e De onde vem o baião, de Gilberto Gil, entre outras).
A ideia inicial de Partimpim – heterônimo de Adriana Calcanhotto – era gravar um disco de músicas de ninar, com destaque para Acalanto, de Caymmi. “Acontece que fiquei muito acordada, muito animada para brincar, e aí fui gostando daquelas canções que já existiam”, explica Partimpim, bem ao modo das crianças, a quem o trabalho é destinado.
Posteriormente, ela percebeu que a maioria do repertório falava de bichos (menos De onde vem o baião, de Gilberto Gil). Amadurecida, Adriana Partimpim – que agora se tornou boneca, em bela criação de Clara Zuñiga – não tem planos de fazer shows com Tlês. Com certeza, vai deixar a garotada temporariamente triste. Mas a garantia de qualidade musical permanece.
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