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Na corda bamba permanece
E para manter-se assim
Tem nós amarrados aos seus pés.
Diverte seu público todos os dias:
Transeuntes,
Amigos,
Parentes
E até inimigos
Que em sua maioria
Nunca notam certa tristeza
Em seus olhos.
A corda bamba é o seu terreno fixo,
Uma fixidez mórbida e medíocre.
Ao tentar desatar os nós
Que prendem seus pés,
Percebe que não há nada
Para segurá-la.
O terreno oscila entre areia movediça
E a dureza de um asfalto,
Ambos também possuem opacidade,
Reservam surpresas.
Diante da incerteza
Sua permanência na corda bamba
Continua sendo a fixidez.
Seu olhar, às vezes perdido
Em meio aos espectadores,
Vislumbra pés distantes dos nós
Que os prendem.
Pés que precisam de conforto!
Romper a corda bamba,
Desatar os nós,
Exige riscos,
Por isso limita-se a uma dimensão falsificada.
Todos os dias vejo-a
Na corda bamba,
Torço para que um dia
Seus pés cansados dos nós,
Da corda bamba,
Possam caminhar livremente,
E depois ela ofegante
Durma tranquilamente.
(Conceição Gomes – 28/04/2011)
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