Entre montanhas brincávamos
E nos distanciávamos
Só pelo puro prazer imediato de nos unir.
Entre risos,
Perguntas silenciosas
No gosto único de corpos unidos por variadas temperaturas.
Entre montanhas contemplávamos
Todas as extensões
Que nossos corpos permitiam.
Nossa respiração captando o ambiente
Entendendo na mistura dos sentidos
Tudo ao redor das montanhas.
De onde contemplávamos o horizonte
A imensidão sorria contemplando-nos,
Permitindo ser tocada
Por nossas mãos,
Nossas palavras,
Cheiros e sabores.
Passeando na imensidão,
Nós, pequeninos fragmentos,
Construíamos outra dimensão
Fomos maiores do que as montanhas,
Maiores do que nós mesmos.
Uma grandeza sem dimensões físicas
Que volta a nos assaltar a memória,
A brincar com os sentidos...
O tempo, medida relativa,
Não conseguirá nos acompanhar
Pois entre montanhas
Guardaremos o nosso tempo
E toda a nossa grandeza permanecerá.
(Conceição Gomes – 27/06/2010)
3 comentários:
Corridinho
Adélia Prado
O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta,
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manha, truque, engenho:
é descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.
Desta vez minha homenagem para a amiga com os versos de uma poeta como voce
"A GRANDEZA"
Belíssimo!
Parabéns, amei.
Sua forma é emoção e ternura!
Continue, deleite os leitores.
Abraço, sucesso e poesia SEMPRE.
Beijo!
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