Quem sou eu

Minha foto
Santa Cruz do Capibaribe/ Caruaru, NE/PE, Brazil
Posso ser séria, brincalhona, distraída, chata, abusada, legal,ótima, travosa (como diz um grande amigo) isso depende de você, de mim, do dia ou da situação. Quer mesmo saber quem sou eu? Precisa de mais proximidade. Gosto de ler e escrever, embora nem sempre tenha tempo suficiente para tais práticas. Gosto de tanta coisa e de tantas pessoas que não caberiam aqui se a elas fosse me referir uma por uma. Acho a vida um belo espetáculo sem ensaios onde passeamos dia a dia a procura da felicidade. Para falar mais de mim profissionalmente: Sou professora. Graduada em Letras-FAFICA. Atualmente estudo sobre Leitura Literária no Ensino Fundamental. Atuo no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

SEGUIDORES

quarta-feira, 13 de março de 2013

A homofobia: como trabalhar o respeito e a diversidade sexual na escola

A homofobia: como trabalhar o respeito e a diversidade sexual na escola

Nildo Lage

Todo problema que envolve sentimentos e valores humanos determina ponderação e cuidados para impedir crimes contra o humano. Desde a criação, o homem contrasta as diferenças, transforma-as em rivalidades e, por acatar os impulsos primitivos, declara guerra contra o “estranho”, admitindo ser conduzido pelo ego, que, na maioria das vezes, não reflete atos e consequências, permitindo ser governado pelo “instinto de horda” — tende a andar com grupos de iguais e hostilizar os diferentes —; e, assim, a formação de tribos é inevitável. A partir dessa reunião, o “bloco de lá” é exótico, e essa diferença se torna obstáculo ao ponto de se converter em competitividade, transformar-se em ódio. O tempo se incumbe de gerar conflitos, e os conflitos, em resistência, desencadeiam-se em guerras.

Foi assim com a ciência, a filosofia, com as “bruxas” da Idade Média... as várias etnias... com os judeus... os negros... Na sociedade brasileira atual, as contendas são sobre os casais iguais. Ao assumir publicamente a orientação sexual, gays, lésbicas, travestis, bissexuais e transexuais colocam em xeque a segurança... A própria vida em nome de um direito que não é respeitado: ser livre.

Nesse contexto hostil, situa-se estrategicamente a escola. E, por ser uma passagem obrigatória, lhe é delegada o encargo de propor discussões críticas sobre orientação sexual e cidadania; amenizar os conflitos para propiciar a convivência humana; inserir valores como o respeito... E, ao esbarrar nas barreiras sociais, religiosas e culturais, a escola se vê em contradição entre o pensar, o agir etnicamente e o ser tolerante.

Sem estruturas para oferecer tais suportes, a escola fracassa, e os tremores desse desabamento são sentidos nas ruas de um Brasil que está no topo dos países mais homofóbicos do planeta, porque no espaço escolar esse ódio é disseminado de forma alarmante, instigado por grupos fundamentalistas que chegam ao extremismo. Mesmo com os esforços do Ministério da Educação, que financia projetos para promover a inclusão, a escola não consegue reprimir o preconceito.

É preciso desmitificar esse histórico de preconceito, principalmente num espaço onde tendências, desejos e opções transitam, se colidem, entram em conflitos. Amenizá-los é mais do que um desafio. Torna-se uma missão “quase impossível” para a escola, pois a Educação brasileira precisa construir a própria identidade para destruir problemas históricos... A homossexualidade fundamentada na sociologia e na antropologia é uma velha conhecida da escola, pois, se voltarmos alguns capítulos da história da humanidade, chegaremos à Grécia Antiga e nos depararemos com sinais do homossexualismo praticado em alta escala, principalmente nas amplas sociedades secretas, onde a sensualidade dos gregos era exibida nas orgias em homenagem à deusa Cotito, por meio de rituais sátiros.

Homossexualidade, então, não é um fato novo para que provoque tanta polêmica a ponto de a família e a escola resistirem a encará-lo. Só que essa falta de ação está levando essa crendice ao extremo da intolerância por ser nutrida por um ódio irracional que rejeita, exclui, agride e mata.

Sobreviver nesse campo minado impele a maioria das vítimas ao isolamento, pois os agressores, de olhos vendados e mentes cauterizadas, não aceitam as diferenças, não permitem o relacionamento, nem vislumbram que a sexualidade vai além da biologia, da cultura, da hereditariedade, não tem mero cunho reprodutivo, mas traz em si toda uma gama de sentimentos, influências hormonais e genéticas, e abrem janelas que refletem o universo do relacionamento em múltiplas dimensões, onde, muitas vezes, aspectos imperceptíveis aos olhos da sociedade, como o cultural, não são enfatizados.

Um ponto de partida...

A consciência para compreender que a vida é uma trajetória de perdas e ganhos e, principalmente, de escolhas. Felicidade ou infelicidade dependerão do caminho que se trilha no percurso viver. Amar e respeitar o próximo são regras do Criador. Cumprir ou não é uma alternativa, e é essa decisão que definirá a nossa convivência nesse percurso.

Sabemos que o preconceito jamais será abolido entre os homens, mesmo com aprovação de leis rigorosas, punições severas... Mas é preciso, no mínimo, tolerância, para que as subversões entre as classes, raças e etnias se amenizem, para que a homofobia não se transforme numa arma com poderes capazes de destruir pessoas apenas pela opção sexual, pois a homossexualidade segue a humanidade desde a sua criação, tentar erradicá-la é heresia.

Contudo, deve-se amenizá-la através de uma convivência complacente. É preciso fixar, em mentes preconceituosas, a verdadeira semente do respeitar o “eu” do outro. Respeito é algo que se constrói e se desenvolve entre os homens para que se torne a âncora dos relacionamentos interpessoais. Para tal, basta que cada um viva a própria vida e alargue o caminho para que o próximo possa transitar pelas veredas da sociedade como cidadão, desfrutando do mesmo direito: viver e ser feliz com as suas diferenças e os seus desejos.

Afinal, consciência é uma espécie rara que exige um ambiente propício, terreno preparado, e, por isso, deve ser plantada, cultivada no íntimo como símbolo de humanidade e, por ser regada pelos próprios sentimentos, exige atitudes que alterem comportamentos. Essas atitudes podem ser pequenas coisas, mas, para a minoria rejeitada, é a grande diferença. Pois essa “diferença” é o direito de ser feliz... A felicidade tem um preço. Muitas vezes, esse valor foge do orçamento de muitos que preferem desviar da rota a tornarem-se alvos e serem deflagrados ao se colidirem contra princípios morais, sociais e, principalmente, religiosos.

Homossexual é alvo sempre na mira da poderosa arma homofobia. Ao assumir a opção, paga-se um preço que é tabelado pela família e corrigido pela cultura, e, quando chega ao mercado negro da sociedade, converte-se em temor. E há aqueles que apenas fazem manifestos, mas manifestos não sensibilizam uma sociedade cujo problema está enraizado em íntimos e em mentes que interrompem sonhos, podam direitos, destroem objetivos... A vida.

Essas ameaças impedem muitos de se assumirem... Pois a chave mestra — o medo — refreia e edifica barreiras que se elevam sutilmente, de forma tão ardilosa que só é percebida pela vítima, cada vez que é fulminada com olhares de aversão e repelida por gestos impregnados de animosidade, por não reconhecerem que travesti, lésbica, transexual, gay, hétero, bissexual... são humanos. São cidadãos... O que muda na trajetória viver é a alternativa de vida e a opção sexual.

Os múltiplos olhares

Seria utopia afirmarmos que discriminação e homofobia são fatos triviais, pois a ferida que se abre não cicatriza devido aos frequentes golpes e à infestação do vírus histórico que separam raças e apartam grupos minoritários em plena sociedade contemporânea.

Entender as razões desse ódio é tão complexo quanto chegar aos fatores que originaram o homossexualismo, pois esse universo que determina a opção sexual é gerido pelos hormônios, na maioria das vezes, retratado por controvérsias em que uns acreditam que o homossexualismo é fruto de uma herança genética que decide, por meio do grau de consanguinidade, a personalidade, a aparência física e preferência sexual; ao passo que outros creem na teoria de que o homem é realmente produto do meio, do ambiente no qual o indivíduo recebe influências e valores, que altera comportamentos e pode inverter condutas como fruto de uma educação que delineia a trajetória do humano.

Esses questionamentos, de tão conflitantes, desnorteiam, motivam buscas que nos arremessam ao fantástico universo da neurobiologia, para compreendermos a guerra entre progesterona x testosterona e encontrarmos respostas dos porquês de hormônios iguais despertarem atrações fatais, sentimentos avassaladores ao ponto de romper estigmas sociais, familiares e religiosos em nome de um alvo denominado felicidade por meio do complemento do outro.

A homossexualidade é debatida, questionada, e a urgência de encontrar uma saída se tornou um tema que incomoda, principalmente uma sociedade de tantos contrastes, como a brasileira. É preciso ajustar a lente e direcionar o olhar para atingir óticas indispensáveis à compreensão, uma delas é a antropológica — que não admite generalizações e procura na diversidade cultural as suas respostas para convencer que a homossexualidade pode ser superada através de uma convivência tolerante —, pois, desde a criação, o homem recebe normas características de comportamento masculino e feminino. Daí o pressuposto de que cada sociedade — inclusive a animal — salienta a homossexualidade, acentuando que o comportamento é uma herança do meio, normatizado nos relacionamentos que determinam culturas, prefixam condutas, a exemplo dos imperadores romanos — a cada dez, oito praticavam atos de homossexualismo com jovens.

Esses hábitos não sofreram mutações, pois relatos de estudiosos nos mostram que, na sociedade moderna, não é diferente, já que, a cada ano, a humanidade é mais livre para fazer escolhas, tanto que, na sociedade brasileira, essas manifestações partiam de todos os níveis, e as tradições vêm desde o império — como os fatos relatados no livro História do Império, de Tobias Monteiro, que apresenta uma lista vip, onde artistas, cantores, arquitetos, intelectuais, líderes religiosos, marginais, políticos e até heróis nacionais eram praticantes de atos homossexuais.

O que muda na era do “Clico, já existo” é o perfil social, pois são os contextos socioculturais que determinam “paz ou guerra”. Em algumas culturas, em que isso é “comum”, a tolerância refreia o preconceito; em outras, o homossexual é tratado como objeto desprezível, a ponto de a discriminação chegar ao extremo, impelindo os seus seguidores a cometerem atrocidades.

A antropologia crê que a gênese do homossexualismo é fruto de fatores socioculturais. Como a própria natureza humana determina a satisfação física, a antropologia afirma que o indivíduo sexualmente satisfeito é um indivíduo feliz, e o isolamento faz com que a abstinência desperte sentimentos adversos, principalmente se o relacionamento prolongado for em ambientes habitados por indivíduos do mesmo sexo, como conventos, quartéis, presídios, colégios internos, e até mesmo em famílias — especialmente de baixa renda — em que a ausência do pai leva a mãe a assumir uma autoridade masculina para educar.

Esses olhares causam subversões e bloqueiam mudanças; e, toda vez que são postos à mesa para serem debatidos, originam controvérsias, contendas acirradas. Todavia, quando a quebra de braço incide entre histórico e científico, a força não se equilibra, pois o acordo não acontece devido à inversão de óticas entre genético e psicológico. E, como o científico não apresenta provas convincentes de que a homossexualidade é consequência genética, o histórico salienta ao comprovar com fatos que desde a Antiguidade Clássica era comum — para não se dizer acolhida — a prática homossexual — tanto que, nas olimpíadas gregas, as disputas ocorriam com homens nus (para que ostentassem seus dotes físicos).

Essas afirmações da história se estendem e se enveredam pela mitologia, ratificando que até os deuses Oros e Seti e filósofos como Sócrates e Platão praticavam a homossexualidade, popularizando esse ato entre gregos, romanos e egípcios... E, se ambicionarmos mais, a história permaneceria na Grécia Antiga por mais alguns séculos para nos revelar que até os aios do exército se submetiam aos preceptores como prova de heroísmo e nobreza, por acreditarem que brio e valentia eram transmitidos pelo sêmen, como revelou Platão (428 a.C.–348 a.C.), em O Banquete:

Se houvesse maneira de conseguir que um estado ou um exército fosse constituído apenas por amantes e seus amados, estes seriam os melhores governantes da sua cidade, abstendo-se de toda e qualquer desonra. Pois que amante não preferiria ser visto por toda a humanidade a ser visto pelo amado no momento em que abandonasse o seu posto ou pousasse as suas armas. Ou quem abandonaria ou trairia o seu amado no momento de perigo?

De tão convicta da sua verdade, a história não desaponta quando revela que, em 1973, a Associação de Psiquiatria Americana (APA) certifica que homossexualidade não é doença e a exclui da lista de distúrbios mentais, escrevendo mais um capítulo em 1985, quando o Código Internacional de Doenças (CID) a riscou do seu catálogo, inserindo a homossexualidade no campo das necessidades sexuais humanas.

Esse fato é reforçado quando Foucault, 2000, assevera que a homossexualidade se afasta “da prática da sodomia para uma espécie de androgenia interior, um hermafroditismo da alma”. Nesse roteiro fantástico, tudo o que a história não consegue revelar é o porquê de tamanha intolerância.

Mas o homossexualismo é como a história da humanidade: sempre tem um fato camuflado nas entrelinhas que incita pesquisas e estudos minuciosos, e, por não ter réplicas palpáveis, a biogenética é pertinaz em contradizer a história, ao assegurar que a homossexualidade é uma consequência genética, e garante: algo de errado aconteceu com o indivíduo no seu ciclo de formação, pois essa marca — a genética — é a identidade e, por ter uma associação de fatores que formam o humano, a ineficiência, a ausência ou até mesmo insuficiência de determinados genes podem provocar o nascimento do gene Xq28 — o gene gay —, que ocasiona um distúrbio que leva ao homossexualismo.

Entre questionamentos e suposições, réplicas começam a vir à tona, pois estudos modernos comprovam que psicologia e medicina já conseguem se sentar para uma conversa e, em alguns pontos, já encaram o enigma sem conflitos. E, ao ajustarem as lentes, depararam-se com um horizonte que acreditam poder amenizar a quebra de braço “genética x psicologia” graças à descoberta de que a homossexualidade é uma instabilidade de conduta sexual.

Só que essas teses tornaram-se pontos de partida de novas discussões por serem uma realidade que desmente mitos e descarta as influências sociais, ambientais, familiares, educacionais e até mesmo traumas de infância como fatores responsáveis pela homossexualidade.

E, como sempre acontece, na guerra entre ciência e senso comum, a ciência leva a melhor, pois o pesquisador Jacques Balthazart, da Universidade de Liège, na Bélgica, em sua pesquisa Biologia da Homossexualidade: Gay Nasce, Não Escolhe Ser, chegou — segundo a ciência — na mais sólida conclusão de que “A homossexualidade não é uma opção de vida, mas o resultado do determinismo biológico resultante de influências pré-natais”.

Só que a senhora “sociológica” desmente: a homossexualidade é nada além do que um desvio, uma indisposição mental, que, se tratada, pode ser revertida. Por ser uma instabilidade que provoca o desvio sexual e por entender que o homem é produto do meio determina a heterossexualidade como regra, chegando a salientar que a sexualidade é resultado de uma trajetória sociofamiliar, pois são esses relacionamentos que determinam opções e escolhas, rematando que heterossexualidade ou homossexualidade são as consequências do meio em que o indivíduo desenvolve o seu universo de convivências. Os relacionamentos são cruciais e responsáveis pelas mutações nas chamadas zonas híbridas, na fase de formação da personalidade.

Mas, como o humano nunca se contenta, é preciso ousar, dar um passo adiante, para se chegar ao consultório do senhor sabe-tudo, o doutor “científico”, que tem sempre em mãos respostas cientificamente comprovadas para todos os questionamentos, mas esse mestre é oscilante e não assina a confirmação de que a homossexualidade é culpa da genética, mesmo comprovando mutações que acontecem desde a criação do homem.

Entre anfibologias e improbabilidades, a origem do homossexualismo continua um enigma, mas é uma realidade que fere, exclui... Discrimina... E, se é psicológico ou biológico, doença ou opção, é preciso que a humanidade crie e aplique, em mentes preconceituosas, a fórmula que ameniza os conflitos por meio da tolerância, porque jamais encontraremos respostas que destruam as barreiras sociais e religiosas, pois, da mesma forma que os freudianos acreditam na etiologia psicológica, o pesquisador americano Simon LeVay, do Instituto Salk de Pesquisas Biológicas da Califórnia, defende piamente a etiologia orgânica — hipotálamo — como centro integrador fundamental.

Mas perguntas exigem respostas...

E o desafio para encontrar respostas sobre o homossexualismo é tamanho que nem mesmo a ciência, que se atirou pelos labirintos da mente humana à caça de respostas do desvio de comportamento, chegou à precisão. O Dr. LeVay mergulhou com tanta profundidade que solicitou à neurociência um norte e chegou a um ponto do cérebro humano cujos neurônios formam a estrutura do hipotálamo. Ele estudou 41 cadáveres — 19 eram masculinos que tinham a homossexualidade assumida, 16 eram masculinos heterossexuais e 6 femininos — e se surpreendeu com a incrível descoberta de que os neurônios na região do cérebro onde se localiza o hipotálamo — que comunica extensamente com grande número de regiões do Sistema Nervoso Central — eram maiores nos heterossexuais e menores nos homossexuais.

Ante a descoberta, LeVay supôs que, “se a diferença de tamanho dos neurônios pudesse ser provada em 100% das vezes, isso seria evidência de que a homossexualidade tem base biológica”.

Nesse ponto de convergência, heterossexualidade ou homossexualidade podem ser opção, consequência ou genética. Antropologia, sociologia e ciências biológicas finalmente conseguem criar uma base e falar o mesmo dialeto por encararem o homossexualismo com a mesma ótica ao afirmarem que “hétero ou homo” não dependem do querer do indivíduo, mas de influências, e que a homofobia é um crime brutal contra alguém que não teve autonomia para decidir o “querer ser”.

Em meio às descobertas... O desafio da Educação

É sobre essa plataforma que a Educação deve trabalhar o respeito e a diversidade na escola, para que as diferenças não se transformem em barreiras e a homofobia seja moderada por meio de projetos que trabalhem o preconceito e promova subsídios que amparem as vítimas da hostilidade, pois, mesmo com os avanços, o empenho do sistema de ensino para proporcionar condições de “como trabalhar o respeito e a diversidade na escola”, o multiculturalismo ainda não é explorado o suficiente para proporcionar uma aproximação. Dessa forma, diversidade, alteridade, justiça e heterogeneidade são termos apenas discutidos, questionados e, mesmo que todos (educadores, políticos e o próprio Estado) afirmem que esses são caminhos a serem trilhados, as políticas públicas não propiciam ações para que reinem a cidadania e o respeito.

Se não houver um resgate de emergência, a escola continuará sendo cenário de um enredo onde o vilão “desrespeito ao outro” manterá sob seus pés as minorias etnorraciais, de gênero e, até mesmo, portadores de necessidades especiais. Discutir, reinventar a história e reapresentar projetos são falácias que não mudam a realidade das vítimas, pois, tanto nos currículos escolares como na sociedade, não existe espaço para a diversidade, e, se esta não for trabalhada no ambiente escolar, preconceito e sexismo — conjunto de ações e ideias que privilegiam indivíduos de determinado gênero (ou, por extensão, que privilegiam determinada extensão sexual) — serão temas discutidos desde o setor pedagógico, passando pela direção, ao Instituto Médico Legal, que faz autópsias de vítimas de um crime brutal sem entender as suas razões.

Essa realidade é resultado de um contexto histórico: pais simplesmente não comentam, professores sentem-se receosos em abordar a questão, gestores passam a bola adiante, o sistema não consegue discutir com os envolvidos e, assim, diversidade sexual e de gênero vão ganhando membros, troncos, até se converter no bicho de sete cabeças que atemoriza a comunidade escolar.

Entre controvérsias e mitos, gestores, educadores e especialistas tentam dissimular, mas a homofobia na escola, de tão sutil, é confundida com brincadeiras e, no último extremo — quando as vítimas são agredidas — com bullying. Dessa forma, permitem que direitos sexuais, assim como a diversidade, sejam reprimidos, pois o reconhecimento da diversidade cultural e da pluralidade da exp

Nenhum comentário: