Quem sou eu

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Santa Cruz do Capibaribe/ Caruaru, NE/PE, Brazil
Posso ser séria, brincalhona, distraída, chata, abusada, legal,ótima, travosa (como diz um grande amigo) isso depende de você, de mim, do dia ou da situação. Quer mesmo saber quem sou eu? Precisa de mais proximidade. Gosto de ler e escrever, embora nem sempre tenha tempo suficiente para tais práticas. Gosto de tanta coisa e de tantas pessoas que não caberiam aqui se a elas fosse me referir uma por uma. Acho a vida um belo espetáculo sem ensaios onde passeamos dia a dia a procura da felicidade. Para falar mais de mim profissionalmente: Sou professora. Graduada em Letras-FAFICA. Atualmente estudo sobre Leitura Literária no Ensino Fundamental. Atuo no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

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quinta-feira, 26 de abril de 2012

ROGÉRIA SANTTOS - PROGRAMA PERNAMBUCO CULTURAL com Mestre Lua



Próximo Sábado no programa PERNAMBUCO CULTURAL
será com a cantora ROGÉRIA SANTTOS

TV Nova Nordeste

sábado, 21 de abril de 2012

Chico canta o seu momento com palavras exatas

Escrito por Schneider Carpeggiani   
Sex, 20 de Abril de 2012 12:08

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Chico não é apenas o substantivo solitário e descarnado que batiza os novos álbum e turnê de Chico Buarque. Parece ser também a essência do momento em que vive o homem, ao menos artisticamente.  Não há entrevistas de divulgação, “boa noite”, explicações, nenhuma sombra do demarcar de identidade de um voyeur, como na sua fase Carioca, ou cenários elaborados a ornamentar o show. Apenas uma iluminação precisa, uma banda em semi-círculo e ele ao centro, desta vez sem aparentar o desconforto de alguém exposto a uma plateia de súditos. Chico apenas sorri e oferece o mapa da cara de quem soube decifrar as histórias pública e privada do seu país.

Talvez ao tirar os excessos e se reduzir ao mínimo,o artista esteja mais confessional que nunca. Chico retrata apenas o que lhe interessa. E pronto. A escolha do repertório diz mais que qualquer discurso. Na nova turnê, sua fase política é descartada quase por completo. A exceção é Cálice - agora inserida numa sociedade que fala muito para dizer quase nada -, que se transforma numa outra coisa: a incômoda sensação de assombro diante desse porre homérico no mundo.

Sua fase atual é mesmo sobre lidar com assombros. O álbum Chico encara com antagônicas doses de sofreguidão e conformismo a passagem do tempo, a velhice, suas descobertas e limitações, buscando encontrar algum equilíbrio em meio aos novos ganhos e perdas. A escolha de Velho Francisco para abrir o show diz muito. “Já não lembro de nada/ Vida veio e me levou”, diz a letra, cantada por um Chico ainda soterrado pela histeria do Teatro Guararapes lotado.

Sua relação com a idade tematiza quase todas as novas canções: Se eu soubesse, Tipo um baião e Essa pequena, que emociona apesar do surrado tema sobre a relação entre amantes de gerações diferentes. Quando enfatiza o trecho “take your time” da letra, parece ironicamente nos lembrar de que, apesar de implacável, o tempo ainda pode ser tomado. Sim, Chico, o tempo não existe.

Se já virou um clichê enfatizar o quanto seu repertório ganha com intérpretes hipnotizados pelo teor dramático das suas canções, no novo show Chico nos mostra que também é importante dizer as palavras exatas e não apenas atuá-las. É o caso da perfeita sequência de Sem você 2 e Bastidores (aquela mesma que Cauby Peixoto tomou por seu RG). Se a primeira traz a constatação de um rompimento sem estrada de volta; a segunda, cantada sem gritos, paetês e choros, nos faz crer que é preciso continuar no palco, ainda que sem o tom certo, afinal (teoricamente) ninguém pode contar sua história melhor que você mesmo. E essa parece ser a lição de um homem (agora) interessado apenas em seu olhar sobre si mesmo.

Tiradentes A criação de um herói brasileiro

A criação de um herói brasileiro
Tiradentes foi enforcado em 21 de abril de 1792, no campo da Lampadosa, hoje a praça que leva seu nome. Depois de morto, seu  corpo foi esquartejado e as partes foram espalhadas pela estrada que levava até Ouro Preto. A cabeça foi exposta ao público, espetada num mastro.
Dona Maria I, rainha que condenou Tiradentes à morte, não viveu o suficiente para ver o neto proclamar a independência. Morreu louca, em 1816.  E Tiradentes só virou herói depois da Proclamação da República, em 1898.
Neste De lá Pra Cá, você vai entender como Tiradentes se tornou o maior herói brasileiro e como a história dele ajudou a moldar o ideal brasileiro de República.
Participam do programa os historiadores José Murilo de Carvalho e Mary Del Priore, o advogado Paulo Guilherme Mendonça,  autor do livro O Processo de Tiradentes, e o poeta Domingos Guimaraens.

Apresentação: Ancelmo Gois e Vera Barroso

Bibliotecas digitais complementam o ensino em sala de aula

Preparamos uma seleção com 10 bibliotecas virtuais onde você pode baixar gratuitamente diversos clássicos da literatura, entre outras obras

Júlia Pinto e Gabriela Portilho (novaescola@atleitor.com.br)

bibliotecas virtuais
As bibliotecas virtuais surgem com uma forma de democratizar a informação em todo o mundo e, por isso são grandes aliadas dos professores. Nelas você encontra obras que custam caro e que ainda não estão disponíveis na sua escola ou biblioteca da cidade. Para te ajudar nessa busca, selecionamos dez delas. Boa leitura!

O que são as bibliotecas digitais? Saiba mais

Brasiliana USP http://www.brasiliana.usp.br/
A biblioteca que ainda não tem residência física definitiva na Universidade de São Paulo já tem uma pequena porcentagem do seu acervo online focado em autores brasileiros ou obras ligadas à cultura nacional em domínio público. Em destaque, três volumes com gravuras de Debret durante sua viagem pelo Brasil no século 19, todas as primeiras edições da obra de Machado de Assis, José de Alencar e Olavo Bilac e a Coleção da Klaxon, uma das principais revistas do movimento modernista paulistano. Boa parte das obras raras acompanha textos de apresentação feitos pelos pesquisadores.

Domínio Público http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp

Desenvolvida pelo Ministério da Educação, nesta biblioteca são disponibilizados gratuitamente cerca de 180 mil textos, além de imagens, arquivos de som e vídeo. O site conta com rico acervo de publicações na área de educação. Lá, você ainda encontra as obras completas de Machado de Assis e um grande acervo de poesias de Fernando Pessoa. A biblioteca possui também diversas músicas eruditas brasileiras, e inúmeros textos de literatura infantil, além dos Compilados sobre Legislação Educacional.
Biblioteca Nacional http://www.bn.br/portal/
Um dos maiores acervos do país já tem boa parte da sua versão virtual catalogada, principalmente na área de periódicos. Apesar de conter um certo número de materiais literários, o foco da biblioteca catalogada ainda são os mapas, fotografias e periódicos. Vale conferir a versão original dos Lusíadas, a Bíblia em latim, e a Coleção Teresa Cristina - uma série de documentos doados ao museu pela mulher de Dom Pedro II com registros riquíssimos do Império.
Arquivo Público do Estado de São Paulo http://www.arquivoestado.sp.gov.br Uma excelente opção para aqueles que procuram arquivos históricos relacionados ao Estado de São Paulo Jornais, o Arquivo Público do Estado traz uma série de revistas, Fotografias, vídeos e anuários estatísticos. Entre os destaques do acervo está um conjunto documental com cartas trocadas pelos chefes do movimento sobre a Revolução de 1924. A seção Memória da Educação é um prato cheio para professores, apresentando publicações de caráter histórico que nos remetem ao universo escolar em São Paulo nos séculos 19 e 20.

Acervo Digitais de Cordeis da Biblioteca de Obras Raras de Átila de Almeida - UFPB http://cordeis.bc.uepb.edu.br/index.php

Considerando a riqueza da peculiaridade da cultura nordestina, a biblioteca traz cerca de 9 mil títulos e 15 mil exemplares de cordéis da Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida, cuja mantenedora é a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A biblioteca apresenta-se como a maior guardiã no Brasil desse tipo de acervo tanto no que diz respeito às questões de ordem quantitativa como qualitativa (estado de conservação e organização das peças).

Biblioteca Digital Paulo Freire http://www.paulofreire.ce.ufpb.br/paulofreire/principal.jsp
Também pertencente à Universidade Federal da Paraíba, a biblioteca traz um rico acervo sobre o educador que inclui seus textos, livros, textos didáticos, correspondências e, inclusive, diversas críticas e análises relacionadas a seu trabalho.
Biblioteca Digital Mundial http://www.wdl.org/pt/about/
Criada pela UNESCO, a Biblioteca Digital Mundial disponibiliza na Internet, gratuitamente, e em formato multilíngue, importantes de literatura, áudio, mapas e fotografias provenientes de países e culturas de todo o mundo. As pesquisas podem ser feitas em sete línguas diferentes e as buscas, feitas por período.
Coleção Aplauso http://aplauso.imprensaoficial.com.br/
Traz biografias de artistas, cineastas e dramaturgos nacionais; além de roteiros de cinema, peças de teatro e a história de diversas emissoras de TV. Caso o leitor prefira a versão impressa, todos eles podem ser encontrados em livrarias de todo o país;
Wikilivros http://pt.wikibooks.org/wiki/Wikilivros
Projeto da Wikimedia Foudation dedicado ao desenvolvimento colaborativo de livros, apostilas, manuais e outros textos didáticos de conteúdo livre. São diversos temas em diversas línguas. Há uma versão da página em português.
Banco de Dados de Livros Escolares Brasileiros (1810 a 2005) - FEUSP http://www2.fe.usp.br/estrutura/livres/index.htm
Banco de dados que disponibiliza pela internet o acesso à produção das diversas disciplinas escolares brasileiras desde o século XIX até os dias atuais e fornece referenciais e fontes. A organização do LIVRES caracteriza-se por ser alimentado e ampliado constantemente pelas pesquisas de uma equipe de especialistas da área, que analisam o livro.
 FONTE:
http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/bibliotecas-digitais-complementam-ensino-sala-aula-681271.shtml

Deputado quer banir Guimarães, Clarice, Mário, Rubem etc das escolas!


Fujam pras montanhas!! Corram! Recolham seus filhos, esposas, maridos, familiares e fujam o mais rápido possível, a hipocrisia está prestes a nos dominar.  Vocês devem se lembrar daquela vez em que Uma Ong Italiana tentou banir A Divina Comédia das escolasPois é, o deputado mineiro Bruno Siqueira quer proibir [quem é ele?] a distribuição de livros com erros gráficos em escolas mineiras. Mas perai, tem mais! “Livros com conteúdo que apresenta elevado [o que é subjetivo] teor sexual, com descrições de atos obscenos, erotismo e referências a incestos ou apologias e incentivos diretos ou indiretos à prática de atos criminosos também seriam banidos.” [retirado da Fonte lá embaixo]
Sabe o que isso representa? Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Rubem Fonseca, Graciliano Ramos entre outros GÊNIOS, caro leitor, seriam BANIDOS das escolas. Proibidos de serem lidos.  Sabe por que? Porque segundo o deputado, pelo que entendi, os livros estimulam o seguinte;
Caru filhu da púta Bruno Siqueira, cê sabe que o Brasil tem baichos indísses de educassão né?????? Cê sabi que se banir eças obras, tá todu mundo fudido por que agente vai ler o que??? Naum só agente vai ler o que, mais qual o sentido de tudo isso??? Vamu baani livro!!! Já que num dá pra paga pra professor vive, vamu corta o caminho e nem ensinar essas merda!! por que saum só livros num são??? uns pedasso de papel! Entaum cê volte atrás com essa poha de projeto ou eu vo enxer  o seu cú de bala, exprodir brasília, arranca as tripa dessa gentalha e depois, craro, vou voltar pra casa e transar com minha irmã!!!!! Vou discreve pro cê como vo fazer com a vadia: Pegu a boquinha
OPA! Acho que já entendemos…. Mas como você pode ver, Sr. deputado, leitores de Rubem Fonseca, Guimarães e Clarice não são designados a conversar como nosso personagem acima [no mínimo, fazem uma sátira]. Não somos designados a falar “errado” [o que é errado do ponto de vista linguístico, senhor deputado?] E mesmo que fossemos! Mesmo que falassemos “errado”, o que diabos você tem a ver com isso? Normatizar a língua? Tentar transformá-la em um elemento ímpar e imutável de acordo com o seu bel prazer [e óbvio, com o aval dos [maioria; estúpidos] gramáticos e jornalistas mimimimis].
A discussão aqui vai além de proibir obras de COMPROVADO valor cultural e nacional, o que por si só já seria absurdo! A discussão vai até; “o povo tem que falar certo e não pode ter nenhum tipo de visão diferenciada”, por que, afinal, é o que tais obras mostram, não? Uma visão diferente.
“ah, mas clássicos nem deveriam ir pras salas de aula”.
OOOOPA. Perai, essa é uma discussão diferente. Estamos discutindo a proibição e não a escolha por métodos técnicos e “democráticos”. Além de que a proibição não atinge todos os clássicos, apenas os que se colocam nesse critério absurdo.
o deputado pode dizer; “estou tentando preservar a língua nacional!!”. Primeiro que, se for isso, o conceito de língua dele é de uma ignorância assustadora! Depois, proibir livros?! Poha!
“algumas cenas de Rubem Fonseca são assustadoras!” concordo. Mas esse é o objetivo. E isso deve ser explicado em sala de aula por professores preparados e bem remunerados. Não simplesmente deixado de lado.
É muita ignorância e inocência acreditar que os livros podem motivar violência gratuita, sexo forçado – ou qualquer coisa semelhante – e emburramento. É a mesma coisa que apontar jogos como o motivo de assassinatos nas universidades americanas, ou qualquer outra coisa que não exista uma análise criteriosa. O problema, na maioria das vezes, está na pessoa e não no objeto. Isso é tão óbvio que não vou me ater nesse ponto.
Eu poderia apelar – o que seria válido – para a ideia de: puta que o pariu, deputado, vai se preocupar com uma ideia idiota dessa? Tantas coisas pra fazer. Poderia… Mas isso também é óbvio na mente de todos – e pura verdade, claro!
Mas o ponto principal é tem uma galera com visões retrógradas, absurdas e ditatoriais [sim, ditatoriais] que saem atirando pra todos os lados, pois, supostamente, isso atinge a sua moral [e sinceramente, estou pouco me fudendo pra sua moral, deputado] e, sem qualquer estudo prévio sai jogando lei na cara das pessoas e vomitando ideias absurdas.
“aiii… Rubem fonseca tem palavrão, não pode ser lido por estudantes”. Realmente, não pode ser lido no ensino fundamental. Por isso, é direcionado pro ensino médio e convenhamos, a grande maioria desses jovens já sabe muito mais do que está escrito lá. Além de a novela da globo insinuar exatamente a mesma coisa. E mostrar pontos parecidíssimos.
Enfim, acredito que tenha ficado claro o tamanho da ignorância do deputado. Outra coisa, eu realmente estava putíssimo. E isso explica alguns palavrões, mas também são explicados pelo contexto da proibição etc.
FONTE:
http://literatortura.com/2012/04/20/deputado-quer-banir-guimaraes-clarice-mario-rubem-etc-das-escolas/

sexta-feira, 13 de abril de 2012

FELICITAÇÕES – Conceição Gomes



Acordou mais cedo que de costume e deixou-se jogada na cama por mais algum tempo. Em sua cabeça mil pensamentos desencontrados. Como flashes de recortes de sua vida, imagens iam e voltavam como um filme que há muito havia assistido.

Lembrava-se de sua infância bem vivida, as brincadeiras, a escola próxima à sua casa, a curiosidade infantil sobre a vida dos adultos... E a cada passagem de sua vida, agora rememorada, era como se várias pessoas culminassem numa só: ela.

Ela que sempre fora rodeada por familiares, amigos e alguns poucos “amores”, justo no dia em que mais seria coberta de carinho, sentia-se sozinha como se nem ela mesma pudesse se compreender. Solidão desencadeada por tantos motivos, mesmo que nenhum ao certo tivesse sentido na atualidade.

Ao longe ouviu seu telefone tocar, sabia que as felicitações iriam começar, porém como alguém que imagina que receberá um presente indesejado e já o rejeita de antemão, não quis atender. Naquele dia queria apenas durante algum tempo ficar sozinha, repensando sua vida, aproveitando esse sentimento de distanciamento, pois este também era vital.

Nada naquele momento parecia importar mais do que ela mesma diante de si e do silêncio provocado pela solidão escolhida para aquele dia.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Novíssimo testamento - FABRÍCIO CARPINEJAR

Novíssimo testamento


Legendar a conversa dos pássaros ao amanhecer,
esticar o arame do violino,
restaurar o som dos peixes com o veludo dos pés,
acolher o elogio dos defeitos,
prender em gaiolas os livros de leitura avoada,
trocar mensalmente a terra do rosto,
agradecer a quem te cumprimenta por engano,
empregar as ervas como escolta das flores,
desaparecer na visibilidade,
interromper a sesta do vento,
repor as telhas do fogo,
esperar o porão subir com os frutos,
conhecer-te na medida em que me ignoro,
repetir os erros para decorar os caminhos,
ressuscitar a brasa das cinzas,
saber uma chama de ouvido,
afiar a faca na compra para que seja leal na despedida,
levantar atrasado, com a solidão ao lado,
distanciar o desespero e alegrá-lo com a saudade,
reverenciar o muro que nos permite imaginar uma vida diferente da nossa,
escolher as melhores maçãs pelo assédio dos insetos,
assobiar estrelas entre os telhados,
partir os cabides ao arrumar as malas,
pensar baixo para não ser escutado,
avisar das falhas na calçada,
seguir quem está perdido,
gritar nos ouvidos da claridade até surgir relâmpagos,
estreitar as vigas da face com a rede do riso,
tragar o vapor do inverno na véspera de ser vidro,
ter a infância assistida pelas parreiras,
ser a primeira roupa do teu dia,
nascer póstumo,
identificar o corredor do hospital nos arbustos podados,
correr na contramão do rio,
desafiar as cigarras, desafinando mais alto,
transpor a aparência do inferno,
converter o ódio em curiosidade do amor,
acelerar o passo para a névoa não encurtar o dia,
arrancar do fruto o que voava do coração parado da ave,
revezar com o pessegueiro a guarda da porta,
jejuar para doar o sangue,
enredar teus joelhos como forquilhas da fogueira,
enervar a vela com um lance de olhos,
cobrir com jornais a pedra fria,
buscar um confidente fora da consciência,
barbear a insônia com a lâmina dos seios,
descobrir o irmão mais velho no silêncio do caçula,
obedecer a intuição das dúvidas,
abandonar teu corpo antes da luz depor o peso,
morar no clarão exilado,
respeitar o mar quando está rezando,
curvar-se no violão como uma violeta cansada,
compensar a forte dose da fala com os gestos,
imitar a elegância de objetos esquecidos,
espantar o pó com a lâmpada dos dedos,
desfrutar do feriado das tranças,
deixar a música se inventar sozinha,
desperdiçar o fôlego fingindo trabalhar,
ouvir o sol de noite,
segurar no braço da cerração para atravessar a rua,
procurar minha voz em outros autores,
retribuir o aceno das sobrancelhas,
presenciar da janela a palestra da chuva,
espreguiçar a camisa dormida de espuma,
eleger tristezas para concorrer com as tuas,
puxar a cadeira na saída
(e observar tuas pernas roçando a toalha da mesa),
engolir de volta as palavras que te agrediram,
cortar a artéria de um beco e sangrar a saída,
medir a altura do poço com uma moeda,
entender que meus livros são parecidos comigo
(demoram a fazer amigos),
verificar o pulso da madeira,
desconfiar das superstições confiando nelas,
achar no pesadelo um quarto para dormir,
conservar a imagem da casa quando criança,
arder como um musgo na soleira da porta,
descer o fecho do vestido e vestir o quarto,
caminhar com a sandália de teus lábios,
ajustar o cavalo na cintura da estrada,
rebobinar o pulmão com a asma,
morrer tentando não morrer,
golpear o tambor com a força dos pés,
compreender sem concordar,
combinar encontros e desencontrar-se consigo no meio do trajeto,
desistir de compor o diário porque não existe segredo quando escrito,
anotar na agenda as reuniões que não quero ir,
apiedar-se da vocação fúnebre do guarda-chuva,
falir na memória preservando a imaginação,
acautelar-se das paredes velhas, o cimento armado,
carregar o sobretudo como uma garrafa vazia,
comemorar o que desconhecemos um do outro.

Fabrício Carpinejar
[do livro "Biografia de uma árvore" (Escrituras, 2ª edição, 2002)]

O DISCO DO ANO - ZECA BALEIRO



O novo disco tem 12 faixas, todas inéditas, à exceção de "Nada Além", parceria com Frejat gravada por ele no cd "Intimidade entre Estranhos". "O Disco do Ano" ainda traz parcerias com Hyldon, Lúcia Santos (irmã de Baleiro), Kana (compositora japonesa) e Wado; e as participações especiais de Margareth Menezes, Andreia Dias e Chorão.

Na produção do cd, Baleiro também resolveu ter diversos parceiros. Ao todo são 15 produtores, já que em alguns casos são dois produzindo uma mesma faixa.

A capa do cd também foi produzida em parceria, desta vez com o público, que escolheu entre 3 opções colocadas em votação no hotsite www.zecabaleiro.com.br, que entrou no ar em janeiro e mostrou os bastidores da produção do cd, com pequenos vídeos e mensagens de Baleiro, postadas diariamente até a data de lançamento.

1. Calma Aí, Coração
2. O Amor Viajou
3. Nada Além
4. Tattoo
5. O Desejo Part. Esp.: Chorão
6. Nu
7. Último Post Part. Esp.: Margareth Menezes
8. Zás
9. Meu Amigo Enock Part. Esp.: Andreia Dias
10. Felicidade Pode Ser Qualquer Coisa
11. Ela Não Se Parece Com Ninguém
12. Mamãe No Face

Zeca Baleiro foi batizado José de Ribamar, uma homenagem a São José de Ribamar, santo dos maranhenses. O apelido Baleiro veio do fato de Zeca gostar muito de doces e, quando cursava faculdade, costumava consumir muitas balas entre as aulas. Antes de dedicar-se exclusivamente à música, ele chegou, inclusive, a abrir uma loja de balas, tortas e doces caseiros. Hoje, com uma sólida carreira musical, Zeca Baleiro lança O Disco do Ano. O nome do CD é uma alusão à obsessão que o mercado e os formadores de opinião têm quanto a fazer a aposta certa no grande disco feito no ano. Para o projeto gráfico, desde o início ocorreram ao artista três conceitos para a capa e, em uma reunião com a equipe da gravadora, deciciu-se criar três capas e realizar uma enquete junto ao público para eleger a preferida. Uma ideia “arretada e ousada”, segundo Zeca. E as inovações de O Disco do Ano não param por aí. Em vez de chamar um ou dois produtores (como normalmente se faz), Zeca convidou um produtor para cada faixa, ou até mesmo dois, no caso de uma ou outra música. Foi assim que ele reuniu 15 produtores (alguns velhos conhecidos, outros novíssimos parceiros) para 12 faixas e todos tiveram total autonomia para criar, recriar e destruir. O resultado é um disco com muito vigor, alegria e intensidade. E também cheio de encantamento. As canções são vibrantes e emocionantes. No repertório, sete faixas só de Zeca e cinco outras com os parceiros Hyldon (“Calma Aí, Coração”) Frejat (“Nada Além”), Wado (“Zás”), Kana – compositora japonesa radicada no Brasil (“O Amor Viajou”) e Lúcia Santos – irmã poeta, com quem já compôs canções gravadas por cantoras como Paula Lima, Margareth Menezes e Nila Branco (“Último Post”). Com exceção das parcerias com Hyldon e Frejat, cujas canções têm dois e cinco anos de idade, respectivamente, todas têm menos de um ano e estão “cheirando a tinta” ainda. O Disco do Ano é assim: cheio de novidades. E, certamente, o público vai curtir muito.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

ALEXIANA MUNIZ NA FREGUESIA DA PICANHA - SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE (13/04/2012)

JÁ ESTÁ NO AR: Livros que Amei: nova série mostra as obras favoritas de convidados especiais


Livros que Amei é a nova série do Canal Futura que estreia no dia 20 de março. O programa vai apresentar obras marcantes na vida de personalidades como Fausto Fawcett, Hermano Vianna, Sérgio Sant’Anna e Adriana Calcanhotto.

As personalidades convidadas vão compartilhar lembranças relacionadas à leitura, hábitos e preferências literárias, revelando três obras, sobre temas variados, que foram fundamentais na sua formação, tiveram um papel importante na transformação de seu modo de pensar e/ou marcaram algum momento de suas vidas.

A série contará ainda com a participação de especialistas – profissionais de áreas de conhecimento como história e filosofia, por exemplo – e do setor editorial, que falarão um pouco mais sobre os livros escolhidos e as trajetórias de seus autores, contextualizando as publicações e destacando suas particularidades.

No episódio de abertura, dia 20, o compositor Fausto Fawcett conversa sobre a predileção por títulos não ficcionais, sobretudo, ensaios filosóficos. Usando uma metáfora futebolística, o músico escala o “meio campo literário e intelectual” responsável por desenvolver o seu prazer pela leitura: “Trópico de Capricórnio”, de Henry Miller, “Eu e Outras Poesias”, de Augusto dos Anjos, e “Breviário de Decomposição”, de Emil Cioran. Para falar sobre as especificidades dessas obras e de seus autores, o primeiro capítulo de Livros Que Amei recebe também o escritor Luiz Carlos Maciel e o filósofo José Thomaz Brum.

Em seguida, por ordem de exibição, o público poderá acompanhar os episódios com a jovem cineasta Manaíra Cordeiro (27/3), o escritor Sérgio Sant´Anna (3/4), a atriz e diretora de teatro Juliana Galdino (10/4), o poeta Tenório Telles (17/4), a artista plástica Lúcia Laguna (24/4), o antropólogo Hermano Vianna (1/5), a dançarina Lia Rodrigues (8/5), o ensaísta Francisco Bosco (15/5), a poetisa Alice Ruiz (22/5), o engenheiro eletrônico e pesquisador Silvio Meira (29/5), o historiador Marcos Vinícius Neves (5/6) e a cantora Adriana Calcanhotto (12/6).

E quais são os seus? Divida com a gente os livros do seu coração. Comente aqui na matéria ou nos escreva via Twitter @canalfutura usando a hashtag #livrosqueamei.


QUANDO VER

Livros que Amei – Toda terça, 22h30

UM PODER. EM TEMPOS DE PURA POESIA!



Antonio Gil Neto

“Um galo sozinho não tece uma manhã: / ele precisará sempre de outros galos.(...)
“Aquele rio / é espesso / como o real mais espesso.(...)”


(João Cabral de Melo Neto)



Na tela João Cabral um tanto quanto jovem, risonho. Atrás, como se acabado de escrever na parede, letras de brilho de faca e sanguínea frase que dá títulos, vislumbres. Rabiscos de poeta em possível. Um poema por dia. Tecendo manhãs.


E assim se faz visitas. Virtualmente? Quem sabe de bom grado e de coração confesso. Presente no imaginado, toque de perto em olhar. Esse nosso estrangeiro olhar...E um cheiro do fantasioso: objetos, cenários de singela vida. Tantos Severinos poetas! Por hora adentrar-se em memórias. Outros rios e versos. E lembranças de pedras que nos enobrece de raiz e céu.

Lida de chegar, viveza em desvendar palavras é que se começa e se tece na Educação. Os mistérios do fundo do mar em paralelo ao poço de cheirar cola. Entram de imaginação. Mas meninos, se configuram na consistência poética. Fico apostando, uma vez de muitas, em pausa avaliativa, em leitura da mais importante na feitura do humano. Tecido em memória e fantasia, esta lente. E o analisar o tempo. E o que decorre. O que vive tantos meninos? Famílias, escolas, ruas... Poderão ser modificados por encontros transformadores. Que se possa recontar suas vidas como quem conta sobre vidas cidadãs. Sem esconderijos. Agorinha este refrão mineiro: “os sonhos não envelhecem... ”.

Talvez este texto pudesse dar tantas crônicas! Mas vou deixando-as no revés. E o que me leva aqui e agora é o espaço educador. É tempo de oficinas? O Futuro é gênero que se reinaugura. Crônica ou não, nossos afazeres pedagógicos andarão a acontecer que sei. Desenham em silencioso trabalho, em sonho e em melhorar esperanças.
Aviões cruzam o céu, quase livres. Feito pássaros emergindo de florestas perdidas. Depois outros mais. E tudo segue nos cronômetros fatais e regularizados. Fico mais a olhar as nuvens embelezando o azul, em eternamente. Poderá esse eterno de nuvens ser prisão? Embalado em filosófico já olharei todas as caras, os transeuntes e os que estão na minha aldeia. Na minha faina. Sigo as linhas. Imerso em céu de íntimas possibilidades. E o por fazer. Por eles e por todos. Nós, humanos possíveis, com direito a viver sob as nuvens. E em estações de pequenos sonhos.

Sempre viro e volto para o preciso pensar o depois. Mais as dificuldades a imaginar e a haver. Sinto o tecido de mais possibilidades em meus quereres. Vejo de longe números em meio aos emaranhados. Um cheiro acinzenta o redor. Há mapas de cicatrizes indicando percursos. E a volta? Mas aviões continuam suas procissões no azul. As nuvens, eternamente livres. Os meninos, bagagens. Quem sabe não se veja no desenho plúmbeo um vislumbre de alguma cor. Você tem e quer?

(Guardar uma ideia em página de almanaque como quem guarda flores. E um norte em vermelho. Ah, e um trecho de uma canção!)

No lado da prateada liberdade imenso muro alto. Alto sim, com mil aparatos técnicos de segurança. Ali uma árvore se empina livre, entregue à correnteza do verdor cósmico em estações. Gerara flores para a vida correndo solta. Um vento brando derrubara algumas já vingadas. À curta distância um leito de flores brancas amaina o chão. Generosa cumplicidade. Em algum canto da cidade alguém leria alguma notícia e em outro, um pavonear de adereços, gesto curto e certeiro. Mas, haveriam olhos no reinventado. Cúmplices em fantasias. Sede e fome impulsionando outros movimentos e corpos. Em desenho e dança. Para as próximas os provisórios olhos sagazes. Peixes de luz, se inebriarão dos pequeno delitos amorosos. Ou se traquinarão na mais marota das experiências.

Fecho a porta, duas voltas. E a janela plena para o ar leve da manhã em sintonia com o que sinto ser importante. Dizer deste tema. Lançar ideias que aludem o fazer nas escolas. Não me arrisco a novidades. Às vezes as obviedades e o aparente têm sua importância a olhos navegantes.

Peso um tempo de averiguar tessituras. Ação e esperas. A construção. Nova folha desponta frágil e tenra em campo de árvores altas e fecundas. E em poesia. Sujeitas à intempéries, riscos, agudezas. Mas sabem da quentura, da chuva e do alimento em raiz. Vão reescrevendo-se na composição de ocupar lugar ao sol. Sem luta de forças, queda de braços ou o que separa fracos de fortes. É a arena das possibilidades em palavras. Agulhas em trabalhos que vingam. Fachos, pequenas luzes, gravitando-se. E o luzeiro na imensa escuridão.

Um cheiro de café se espaça pelo ar. Uma nesga de sol desenha no chão da sala o brilho desse dia. A fumacinha da xícara sobe num compasso indolente e as flores alegres no vaso são apenas moldura para a música tomando conta de um breve viver matutino que se foi e se prende nas palavras. E no eterno verde. O piano de Tom e a voz única de Elis tomam conta de tudo.

Paro por aqui. Mas, quero lhe dizer em ligeira esperança palavras que lhe instiguem. Vislumbro sua próxima festa e algum surpresar na sua visita à poesia. E agora só boas portas e janelas abertas. Vamos brindar pelo novo dia.

Palavras, palavras, palavras - Sírio Possenti


Sírio Possenti



Se você é professor de português (ou linguista), certamente já ouviu uma das seguintes perguntas: a) a palavra “x” existe? Como se escreve a palavra “y”? Qual é a pronúncia correta da palavra “z”? Qual o sentido da palavra “w”? Se você não é nem professor de português nem linguista (e mesmo sendo), certamente também já fez alguma dessas perguntas, ou todas. A razão para sua ocorrência constante é que elas são as questões mais comuns que ocorrem aos falantes curiosos em relação às palavras ou às possíveis palavras de uma língua.


Em geral, espera-se que haja para essas perguntas uma resposta categórica, do tipo sim-não (tal palavra existe, tal palavra não existe) ou tipo “a” ou “b” (a escrita correta é tal, a pronúncia correta é tal, o sentido da palavra é esse e não aquele). Essas respostas são certamente as esperadas, mas, invariavelmente, repostas categóricas como essas são problemáticas. Pelo menos, são frequentemente problemáticas. Respostas mais adequadas são de natureza diferente, mais ou menos como as seguintes: a) Se tal palavra existe? Depende. Você não acabou de dizê-la? Ouviu de quem? Ou: que eu sabia, não. Ou: é usada em tal região, e em tal profissão. Ou: existe, é uma palavra francesa (ou inglesa, ou da língua tal e tal). A pronúncia? No sul ou norte? Neste século ou no passado? No Brasil ou em Portugal (na Inglaterra ou nos Estados Unidos)? Como se escreve? Veja no dicionário, mas saiba que sua grafia já foi outra. Você viu essa palavra escrita de forma estranha? Quer saber por que isso ocorre? Bem, uma grafia errada tem muitas vezes boas explicações. O sentido da palavra? Ih, meu, agora ficou difícil. Em geral, as palavras significam tantas coisas! Você já olhou num dicionário? Já notou que é difícil encontrar palavras com um sentido só? Nunca olhou? Faça uma experiência: comece bem no começo. Bem no começo mesmo, no “a”. Você verá que nem mesmo o “a” é uma coisa só. Descobrirá o óbvio: que o “a” pode ser uma letra, uma preposição, um artigo, uma conjunção, uma vogal.


Estamos (ou estivemos) muito acostumados a uma ideia normativa da língua. Ela seria imóvel, imutável, fixa. Seria, ainda, um código perfeito. Por isso, cada pergunta deveria ter uma resposta só, e correta desde sempre e para sempre. Mas a realidade não é assim. Isso só poderia valer para uma língua inventada (e que não funcionaria de jeito nenhum). As línguas costumam ter alguns aspectos rigidamente organizados e outros móveis e variáveis. O princípio vale também para as palavras. Às vezes, é muito difícil decidir se uma palavra existe, ter certeza de sua pronúncia-padrão, ou ter outras certezas, qualquer uma.


Faça testes com palavras como “obeso”, “bandeja”, “caranguejo” etc. E não se esqueça de discutir a pronúncia de “subsistir”, por favor. Para saber o sentido das palavras, frequentemente temos que saber em que contexto foram usadas. Há muitas coisas interessantes sobre as palavras, além de sua impossível uniformidade e bom comportamento, que fomos acostumados a procurar descobrir. Aliás, é muito interessante olhar para elas como se olha para outros fenômenos da natureza. É mais instigante querer saber como se comportam de fato no mundo (o mundo de uma língua é seu uso por muitos falantes bastante diferenciados em numerosos contextos), do que querer congelá-las numa redoma.


1. In: Sírio Possenti. A cor da língua e outras croniquinhas de linguista. Campinas: Mercado de Letras, 2001, pp. 125-126

Redes sociais: o 2º maior alvo de criminosos digitais no Brasil


Toda vez que um assunto – ou serviço – faz sucesso na rede, os criminosos analisam a oportunidade e procedem para a criação de novas ameaças virtuais. Essa é praticamente uma regra no submundo da internet. As populares redes sociais, por exemplo, transformaram-se no segundo alvo preferido de muitos delinquentes no Brasil, de acordo com dados da Symantec – empresa especializada na segurança da informação. O primeiro lugar no ranking das ameaças são os ataques diretos com vírus de computador/malware.

Segundo o Norton Cybercrime Report – pesquisa global da Norton sobre o crime cibernético –, 45% dos usuários de redes sociais no Brasil tiveram em algum momento seus perfis invadidos desde sua criação. E ninguém está livre do problema. O relatório cita o caso do cantor Justin Bieber, que teve sua conta de Twitter invadida, expondo mais de 19 milhões de seguidores às mensagens indesejadas de um hacker. Se fosse um criminoso especializado em fraudes virtuais, milhares de pessoas poderiam ter caído em golpes voltados ao roubo de dados pessoais e bancários.

O volume de crimes nesse ambiente é fruto de duas falhas: a falta de atenção aos links publicados nas redes e a falta de um bom antivírus instalado nos computadores. No Facebook, por exemplo, o SPAM em páginas corporativas e grupos transformou-se em um grande problema para os administradores desses espaços. Eles devem ficar constantemente atentos à moderação para barrarem as mensagens maliciosas.

A seguir, você confere orientações de segurança para proteger o seu perfil nas redes:

- Não é possível mudar a cor do Facebook. Links acompanhados dessa promessa podem comprometer a segurança dessa conta. O mesmo serve para a famosa mensagem “saiba quem visitou seu perfil”

- Não aceite convites para ser amigo ou seguidor de pessoas desconhecidas

- Nunca digitar uma senha mais de duas vezes quando for acessar sua página da rede social – esse pode ser um sinal de que você está frente a uma tentativa de ataque virtual

- Evite utilizar computadores públicos. Se não houver outra opção, lembre-se de sair do seu perfil antes de deixar a máquina

FONTE:

http://veja.abril.com.br/blog/tech/sem-categoria/redes-sociais-o-2o-maior-alvo-de-criminosos-digitais-no-brasil/

Hábito de leitura cai no Brasil, revela pesquisa

Parcela de leitores passou de 55% para 50% da população entre 2007 e 2011. Até entre crianças e adolescentes, que leem por dever escolar, houve redução

Nathalia Goulart
Thinkstock

(Thinkstock)

O brasileiro está lendo menos. É isso que revela a pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Ibope Inteligência. De acordo com o levantamento nacional, o número de brasileiros considerados leitores – aqueles que haviam lido ao menos uma obra nos três meses que antecederam a pesquisa – caiu de 95,6 milhões (55% da população estimada), em 2007, para 88,2 milhões (50%), em 2011.

Leia também:
Em breve, pais decidirão: dar uma pilha de livros ou um tablet aos filhos
A lista de livros obrigatórios da Fuvest e Unicamp 2013

A redução da leitura foi medida até entre crianças e adolescentes, que leem por dever escolar. Em 2011, crianças com idades entre 5 e 10 anos leram 5,4 livros, ante 6,9 registrados no levantamento de 2007. O mesmo ocorreu entre os pré-adolescentes de 11 a 13 anos (6,9 ante 8,5) e entre adolescente de 14 a 17 (5,9 ante 6,6 livros).

Para Marina Carvalho, supervisora da Fundação Educar DPaschoal, que trabalha com programas de incentivo à leitura, uma das razões para a queda no hábito de leitura entre o público infanto-juvenil é a falta de estímulos vindos da família. “Se em casa as crianças não encontram pais leitores, reforça-se a ideia de que ler é uma obrigação escolar. Se existe uma queda no número de leitores adultos, isso se reflete no público infantil”, diz a especialista. “As crianças precisam estar expostas aos livros antes mesmo de aprender a ler. Assim, elas criam uma relação afetuosa com as publicações e encontram uma atividade que lhes dá prazer.”

O levantamento reforça um traço já conhecido entre os brasileiros: o vínculo entre leitura e escolaridade. Entre os entrevistados que estudam, o percentual de leitores é três vezes superior ao de não leitores (48% vs. 16%). Já entre aqueles que não estão na escola, a parcela de não leitores é cerca de 50% superior ao de leitores: 84% vs. 52%.

Outro indicador revela a queda do apreço do brasileiro pela leitura como hobby. Em 2007, ler era a quarta atividade mais apreciada no tempo livre; quatro anos depois, o hábito caiu para sétimo lugar. Antes, 36% declaravam enxergar a leitura como forma de lazer, parcela reduzida a 28%.

À frente dos livros, apareceram na sondagem assistir à TV (85% em 2011 vs. 77% em 2007), escutar música ou rádio (52% vs. 54%), descansar (51% vs. 50%), reunir-se com amigos e família (44% vs. 31%), assistir a vídeos/filmes em DVD (38% vs. 29%) e sair com amigos (34% vs. 33%). "No século XXI, o livro disputa o interesse dos cidadãos com uma série de entretenimentos que podem parecer mais sedutores. Ou despertamos o interesse pela leitura, ou perderemos a batalha", diz Christine Castilho Fontelles, diretora de educação e cultura do Instituto Ecofuturo, que há 13 anos promove ações de incentivo a leitura.

Um levantamento recente do Ecofuturo revelou a influência das bibliotecas sobre os potenciais leitores. De acordo com o levantamento, estudantes de escolas próximas a bibliotecas comunitárias obtêm desempenho superior ao de alunos que frequentam regiões sem biblioteca. Nesses casos, o índice de aprovação chega a ser 156% superior, e a taxa de abandono cai até 46%. "Ainda temos uma desafio grande a ser enfrentado, já que grande parte das escolas da rede pública não contam com biblioteca." Uma lei aprovada em 2010 obriga todas as escolas a ter uma biblioteca até 2020. Na época, o movimento independente Todos Pela Educação estimou que, para cumprir com a exigência, o país teria de erguer 24 bibliotecas por dia.

A pesquisa Retrato da Leitura no Brasil foi realizada entre 11 de junho e 3 de julho de 2011 e ouviu 5.012 pessoas, com idade superior a 5 anos de idade, em 315 municípios. A margem de erro é de 1,4 ponto percentual.

FONTE:http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/habito-de-leitura-no-brasil-cai-ate-entre-criancas

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Djavan monta banda para gravar CD de inéditas

Uma banda só de feras!

Na foto, da equerda para a direita Paulo Calasans, Marcelo Mariano e Carlos Bala no estúdio do Djavan

Deu no blog do jornalista Mauro Ferreira:

Djavan monta banda para gravar CD de inéditas feito via Luanda Records

Djavan está em estúdio gravando seu 21º disco, o primeiro de inéditas desde Matizes (2007). O cantor e compositor montou banda para a gravação, feita no Rio de Janeiro (RJ) sob a supervisão técnica do engenheiro de som Marcelo Saboia. A banda do CD - a ser lançado no segundo semestre de 2012, em edição da Luanda Records - é formada pelos (ótimos) músicos Carlos Bala (bateria), Glauton Campello (teclados), Jessé Sadoc (trompete), Marcelo Mariano (baixo), Marcelo Martins (saxofone), Paulo Calasans (teclados) e Torcuato Mariano (guitarra). O último disco de Djavan - Ária ao Vivo - foi lançado em 2011.

Em seu 50º álbum, Maria Bethânia aposta em mudanças sonoras e grava faixas "mais enxutas"

Em seu 50º álbum, Maria Bethânia aposta em mudanças sonoras e grava faixas "mais enxutas"

Renato Damião


  • Maria Bethânia durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro (28/3/12)

    Maria Bethânia durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro (28/3/12)

Nesta sexta (30) chega às lojas o “Oásis de Bethânia”, 50º álbum da carreira de Maria Bethânia. A capa do álbum traz uma foto do sertão alagoano feita por Gringo Cardia e durante a coletiva de imprensa realizada nesta quarta (28) na sede da gravadora Biscoito Fino, zona sul do Rio, Bethânia revelou que seu oásis é o sertão brasileiro: "Preciso lembrar que existe esse lugar no meu país. Isso me coloca do tamanho que eu sou", explicou Bethânia.

As dez faixas do CD contam com produção de diferentes artistas, que passam por Djavan até Lenine. “Foi uma escolha bem pensada, não queria voltar ao estúdio com a mesma formação. Queria que fosse apenas minha voz e um instrumento, se eu tocasse algum instrumento seria apenas eu tocando e cantando”, disse Bethânia sobre a concepção do álbum que, dessa vez, não teve criação geral do maestro Jaime Allen. O tom mais enxuto das canções se reflete nos 38 minutos que compõem o álbum, assinado por Bethânia e Jorger Heder.

"O Jorge é um baixista que teve relação com todos os músicos do país", contou Bethânia que dividiu o estúdio ainda com o pianista André Mehmari. "Queria o Elton John, mas o Mehmari é melhor", comparou.

A "renovação", de acordo com Bethânia era um desejo antigo. “Senti vontade de fazer um álbum com a mesma estranheza causada por ‘Ciclo’”, revelou Bethânia citando o disco lançado em 1983 e prosseguiu: “Saiu como eu queria, com as mudanças sonoras que eu queria, esse é um álbum importante na minha carreira”, sintetizou.

"Preciso lembrar que existe esse lugar no meu país. Isso me coloca do tamanho que eu sou"

Bethânia sobre o sertão brasileiro

Bethânia divulga texto pela primeira vez

Dentre as novidades do novo álbum está um texto intitulado “Carta de Amor” ("Amar é um protesto", comparou), escrito por Bethânia e musicado por Paulo César Pinheiro. Segundo ela, a carta foi escrita para deixar de lado “dores, angústias e mágoas”. Essa é a primeira vez que a cantora publica um dos seus escritos. Indagada sobre o porquê da demora em divulgá-los, Bethânia explicou: “Temos poetas e escritores maravilhosos, escrevo para me preservar da visibilidade do palco que a minha profissão exige. Escrevo muito, desde moça, mas sempre queimei tudo depois”, contou aos risos.

Em “Calúnia”, Bethânia canta “Deixe a calúnia de lado / Que ela a mim não afeta”, no entanto ela garantiu que a canção não é uma resposta a repercussão causada pelo projeto de blog criado por Andrucha Waddington e Hermano Vianna. “É um bom prólogo para todos os contextos, mas não fiz isso pensado, se o tivesse feito teria sido um ato pequeno”, mas deixou escapar que “Lágrima” foi baseada em uma carta escrita para ela por por Nélida Piñon na época: “Nélida me mandou uma carta que dizia: ‘Não derrame uma lágrima, o Brasil não merece’”.

Uma das “inovações” do “Oásis de Bethânia”, por exemplo, é a canção “Fado” que conta com a viola caipira tocada por Jaime Allen, dando lugar a tradicional guitarra portuguesa usada nos fados de Portugal. “Acho linda a viola caipira e o Jaime toca lindamente essa viola”, disse. "Velho Francisco", letra de Chico Buarque, ganhou arranjos mais pesados de Lenine: "Lenine é um gênio, dá uma pancada no violão e estremece tudo", elogiou.

Música inédita de Caetano estará no show

Maria Bethânia planeja subir aos palcos no segundo semestre de 2012. No repertório do show, ela revelou que cantará uma canção inédita de seu irmão, Caetano Veloso, composta em 67 a partir de um poema do poeta Sá de Miranda: "A música acabou sobrando no disco, mas vou fazer no show", contou. Ainda sem previsão de estreia, Bethânia acredita que o show "será diferente" e promete uma "mudança cênica" para acompanhar o novo projeto.

Famosa por recitar poemas em seus espetáculos, Bethânia mais uma vez citou Fernando Pessoa como o "poeta de sua vida" e reclamou do mundo de hoje, onde, segundo ela, falta delicadeza: "Esse disco para mim é uma coisa muito forte, verdadeira e delicada. E o mundo está sem delicadeza, quando vejo esse trabalho sinto que eu segui, que achei uma brecha. Me conforta, me deixa vaidosa”, confessou.

Com mais de 40 anos de carreira, Bethânia não costuma ouvir seus trabalhos antigos e nem pensa em mudar seu visual: os cabelos se tornaram icônicos. "Cabelo esquenta, é bom", brincou ela que se disse avessa ao mundo virtual: “Não entendo nada de internet, mas se isso ajuda nosso trabalho é interessantíssimo", opinou. Nesta quarta (28) foi lançada a Rádio Bethânia, com todos as músicas gravadas pela cantora.

  • Reprodução/Ziriguidum

"Oásis de Bethânia" (Biscoito Fino)
1 – Lágrima (Candido das Neves)
2 – O Velho Francisco (Chico Buarque)
3 - Vive (Djavan) - Inédita
4 - Casablanca (Roque Ferreira) Inédita
5 - Calmaria (Jota Velloso) - Inédita
*Citação: Não Sei Quantas Almas Tenho (Bernardo Soares) Edição Fauzi Arap
6 - Fado (Roque Ferreira) - Inédita
7 - Barulho (Roque Ferreira)
8 – Calúnia (Marino Pinto / Paulo Soledane)
* Citação: Lágrima (Sebastião Nunes / Garcia Jr. / Jackson do Pandeiro)
9 - Carta de amor (música e letra: Paulo Cesar Pinheiro) - Inédita
* Texto: Maria Bethânia
10 – Salmo (Rafael Rabelo e Paulo Cesar

FONTE : http://musica.uol.com.br/ultnot/2012/03/28/em-seu-50-album-maria-bethania-aposta-em-mudancas-sonoras-e-grava-faixas-mais-enxutas.jhtm