Quem sou eu

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Santa Cruz do Capibaribe/ Caruaru, NE/PE, Brazil
Posso ser séria, brincalhona, distraída, chata, abusada, legal,ótima, travosa (como diz um grande amigo) isso depende de você, de mim, do dia ou da situação. Quer mesmo saber quem sou eu? Precisa de mais proximidade. Gosto de ler e escrever, embora nem sempre tenha tempo suficiente para tais práticas. Gosto de tanta coisa e de tantas pessoas que não caberiam aqui se a elas fosse me referir uma por uma. Acho a vida um belo espetáculo sem ensaios onde passeamos dia a dia a procura da felicidade. Para falar mais de mim profissionalmente: Sou professora. Graduada em Letras-FAFICA. Atualmente estudo sobre Leitura Literária no Ensino Fundamental. Atuo no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

SEGUIDORES

quinta-feira, 30 de junho de 2011

3º Encontro Literário - UESCC Sábado dia 02/07


3º Encontro Literário: contos, poemas e outras estórias
Sábado 02 de Julho de 2011
a partir das 17 horas
Local: UESCC




Rogéria Santtos - Palavras não Falam (Composição - Kavita)



Palavras Não Falam

Composição: Kavita

"Eu não escrevo pra ninguém e nem pra fazer música
E nem pra preencher o branco dessa página linda
Eu me entendo escrevendo
E vejo tudo sem vaidade
Só tem eu e esse branco
Ele me mostra o que eu não sei
E me faz ver o que não tem palavras
Por mais que eu tente são só palavras
Por mais que eu me mate são só palavras

Eu não escrevo pra ninguém e nem pra fazer música
E nem pra preencher o branco dessa página linda
Eu me entendo escrevendo
E vejo tudo sem vaidade
Só tem eu e esse branco
Ele me mostra o que eu não sei
E me faz ver o que não tem palavras
Por mais que eu tente são só palavras
Por mais que eu me mate são só palavras

Eu me entendo escrevendo
E vejo tudo sem vaidade
Só tem eu e esse branco
Ele me mostra o que eu não sei
E me faz ver o que não tem palavras
Por mais que eu tente são só palavras
Por mais que eu me mate são só palavras

Só palavras
Só palavras..."

Amor De Verdade-Paulo Ricardo




Amor de Verdade

Paulo Ricardo

Composição: Marinho Marcos / Paulo Ricardo
Cada verso dessa canção é uma declaração de amor que eu faço a você
Cada rima cada expressão é a confirmação de tudo que eu quis te dizer
E a cada vez que você me ouvir, você vai sentir toda intensidade
E finalmente vai poder dizer, que você soube viver, um amor de verdade
Um amor, assim ninguém vai te dar
Ninguém vai poder separar
Ninguém vai jamais superar, enfim, todo esse amor que eu trago em mim
Um amor assim tão grande jamais
Pensei que existisse em mim
Só você meu bem, só você foi capaz de chegar e modificar tudo assim
Cada vez que eu penso em você, eu sei bem porque se no coração disparar
Cada vento cada oração, é pura paixão, é tudo que eu quero te dar
E a cada dia eu vou te mostrar, eu vou te provar que é verdade o que eu digo
Não, não tem perigo pode vir,comigo pode se sentir segura porque eu te amo
Um amor, assim ninguém vai te dar
Ninguém vai poder separar
Ninguém vai jamais superar, enfim, todo esse amor que eu trago em mim
Um amor assim tão grande jamais
Pensei que existisse em mim
Só você meu bem, só você foi capaz de chegar e modificar tudo assim

segunda-feira, 27 de junho de 2011

FILOSOFIA EM COMUM - PARA LER JUNTO - MÁRCIA TIBURI (O que estou lendo no momento...)


Escrevi Filosofia em Comum – para ler-junto (Record, 2008) para mostrar que filosofia é o modo de pensar de cada um que se qualifica e organiza, que aprende a se perceber e que, a partir daí, estabelece comunicação com o outro. Muitas vezes nosso pensamento nasce do pensamento dos outros, para afirmar ou negar o que o outro diz. Filosofia não é história da filosofia, mas método, maneira, jeito. É muito mais uma criação coletiva, que se faz junto com o outro, pelo diálogo, pela conversação, do que uma teoria que tem a pretensão de dizer a verdade, ou que, pode ser aceita porque esgotou o assunto. Nas escolas e universidades as pessoas estudam história da filosofia como se a história já tivesse dito a verdade inteira. Melhor pensarmos nas possibilidades do tempo presente do que em simplesmente copiar o passado ou saber direitinho o que qualquer grande autor pensa só pelo prazer da erudição. Filosofia em comum é um livro dispositivo. Serve para ler-junto e, por isso, provoca a consciência do pensar junto. Acho que é uma introdução bem diferente. Foto: Hugo Curti

CLEPSIDRA - TEMPO LÍQUIDO (O que tenho ouvido nos últimos dias...)


Formada em meados de 2001 pelos músicos Renato Torres (vocal e guitarra) e Maurício Panzera (contrabaixo), a banda Clepsidra vem de Belém, cidade referencial na Amazônia, capital do segundo maior estado do Brasil, o Pará. Cidade que tem uma história roqueira recente mas que rendeu bons frutos, como o Stress, primeira banda de Thrash Metal do mundo. Isso no final dos anos 70.

Mais de vinte anos depois, a banda Clepsidra surgiu, integrando uma nova (e criativa) leva de artistas que fazem o rock paraense despontar. A banda já se tornou uma das grandes revelações da cena. Não é para menos. Além do baixo, guitarra e bateria, o som do Clepsidra encara o desafio de misturar ao formato básico do bom e velho rock n’ roll, instrumentos como cello, sax, trompete e teclado. E deu certo! A banda sempre recebeu a atenção por parte dos principais produtores e jornalistas da cidade e, principalmente, do público.

Desde sua formação, os músicos participaram de uma série de festivais, eventos e shows em teatro, destacando-se a seleção para a abertura do show “Vagabundo”, de Ney Matogrosso e Pedro Luís e a Parede, pelo Circuito Cultural Banco do Brasil, em 2004, e a participação na Mostra de Música da IV Bienal de Cultura e Arte da UNE, em fevereiro de 2005, na cidade de São Paulo. Rock, MPB, música eletrônica e muito experimentalismo... Tudo entra no caldeirão sonoro da banda. Mas não se engane! O som tem sim os pés fincados no século XXI, mas não soa over-pop, pecando pelo excesso de referências.

A preocupação maior é em ter qualidade musical, não em ser “novidade”. Aliás, a principal referência do som dos caras, a mitológica banda Fellini, uma das mais importantes do cenário underground do país nos anos 80, já engendrava uma mistura de rock, música eletrônica e MPB. É nessa fonte que o Clepsidra bebe para simplesmente fazer música. .: O CD :. O Clepsidra já nasceu com canções próprias e logo colocou em prática o projeto de gravar seu primeiro CD. Lançado em outubro de 2004, pelo selo independente Ná Figueredo Records, o disco "Bem Musical", vem com cinco faixas, todas compostas por Renato Torres e Maurício Panzera, algumas em parceria com outros músicos paraenses. "Bem Musical" revela uma trajetória que passa pela vivência cotidiana dos músicos. As canções variam do rock básico, passando pela tradicional canção popular brasileira, flerta com a música eletrônica e, ao mesmo tempo, fundem-se a conceitos musicais mais refinados. Sotaque? O Clepsidra é paraense sim, mas não se apropria de regionalismos para tentar soar universal. Existem, claro, referências locais, mas de uma Amazônia urbana, cosmopolita e de suas sonoridades diversas.

O disco surge da vontade de fazer música, despretensiosamente, e é nisso que guarda sua força, por ser acima de tudo um disco de canções, com letras bem elaboradas, bem musical.





* Helaine Martins (jornalista - Assessora de Imprensa)
http://musicaparaense.blogspot.com/2006/08/clepsidra-formada-em-meados-de-2001.html

Zeca Baleiro - Cigarro



A solidão é meu cigarro
Não sei de nada e não sou de ninguém
Eu entro no meu carro e corro
Corro demais só pra te ver, meu bem

Um vinho, um travo amargo e morro
Eu sigo só porque é o que me convém
Minha canção é meu socorro
Se o mar virar sertão, o que é que tem?

Dias vão, dias vêm, uns em vão, outros nem
Quem saberá a cura do meu coração se não eu?
Não creio em santos e poetas
Perguntei tanto e ninguém nunca respondeu
Melhor é dar razão a quem perdoa
Melhor é dar perdão a quem perdeu

O amor é pedra no abismo
A meio-passo entre o mal e o bem
Com meus botões à noite cismo
Pra que os trilhos, se não passa o trem?

Os mortos sabem mais que os vivos
Sabem o gosto que a morte tem
Pra rir tem todos os motivos
Os seus segredos vão contar a quem?

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sem Palavras - Lya Luft


A vida inteira busquei
explicações e deciframentos:
encontrei silêncio e segredo,
às vezes o conforto de um ombro,
outras vezes
dor.

No último lapso
de um tempo sem limites
- embora a gente queira compor
em fragmentos - ,
abriram-se as águas
e entrei onde sempre estivera.
Tudo compreendido
e absolvido,
absorta eu me tornei
luz sem sombra:
assombro.

(texto que abre o livro O SILÊNCIO DOS AMANTES)

LYA LUFT - O SILÊNCIO DOS AMANTES

O silêncio diz tudo

Nos contos de O Silêncio dos Amantes, Lya Luft investiga
as dificuldades trágicas da comunicação humana


Lya Luft: ensaio que se tornou um romance, que se dividiu em contos



Foi com o ensaio, gênero não muito comum nas listas de best-sellers, que a escritora gaúcha Lya Luft se tornou sucesso de vendas. Com sua visada ao mesmo tempo informal e profunda dos relacionamentos humanos, Perdas & Ganhos, lançado em 2003, vendeu 600 000 exemplares. Foi seguido por Pensar É Transgredir, com 215 000. A ensaísta também é conhecida e admirada pelos leitores de VEJA. Os artigos de Lya estão freqüentemente entre os mais comentados da revista – "Baleias não me emocionam", texto de 2004, recebeu mais de 200 cartas. Antes desses números espetaculares, Lya estreou como romancista nos anos 80, com dramas familiares densos como Reunião de Família – livros de vendagem bem mais discreta, mas com o mesmo repertório de temas que a autora persegue de forma obsessiva. Sua última obra ficcional foi O Ponto Cego, romance de 1999. A alguns meses de completar 70 anos, Lya Luft está retornando à ficção com O Silêncio dos Amantes (Record; 160 páginas; 28 reais), uma coletânea de contos que, como o título anuncia, tratam do que as pessoas deixam de dizer umas às outras, às vezes com conseqüências terríveis.

Na apresentação da nova obra, Lya conta que inicialmente pensou em compor um ensaio na linha de Perdas & Ganhos. Depois, à medida que surgiam personagens, imaginou que tinha um romance em mãos – até a história se fragmentar nessa coletânea de vinte contos. A incomunicabilidade é a linha mestra do livro. Em várias histórias, os personagens, premidos pelas exigências do dia-a-dia, evitam travar diálogos que teriam o potencial até mesmo de salvar a vida de uma pessoa amada. É o caso do pai de A Pedra da Bruxa, conto que abre o livro: atrasado para compromissos, ele adia uma conversa com o filho mais novo – com quem nunca mais terá a oportunidade de falar, pois o menino desaparece misteriosamente no mesmo dia. O mistério, aliás, é um componente importante desses contos. Alguns trazem elementos fantásticos – em O Anão, por exemplo, o protagonista passa por uma grotesca metamorfose.

Os contos de Lya são muitas vezes de uma tristeza trágica. Ousada, a autora incursiona pelos temas mais dolorosos, como o suicídio infantil. Mas esse não é um livro desesperançado. O conto-título, que fecha O Silêncio dos Amantes, retrata um casal que consegue reconstruir a vida e reencontrar uma precária felicidade depois de ser afligido pelas piores circunstâncias – ela, abandonada pelo marido cafajeste; ele, viúvo cuja primeira mulher, grávida, foi brutalmente assassinada por um assaltante. Há certo toque gótico na história, na forma de um fantasma que ronda os personagens. Mas o fantasma é, como tantos personagens da coletânea, silencioso.

Um fantasma que sofre

"Estou aprendendo a ser feliz outra vez, ele diz. Talvez consiga esquecer. Mas a moça morta com seu ventre grande não esquece. Ronda esta casa no lusco-fusco da madrugada ou do anoitecer, e às vezes eu vislumbro o vermelho pálido de um vestido nos arbustos. Percebo seus olhos melancólicos e desesperados, atrás da vidraça, vejo que se esgueira no fundo do corredor, uma rápida aparição que não amedronta. (...) Não tem importância que espie tristemente pela janela ou se esconda atrás das árvores. Talvez espreite a felicidade do homem amado com outra mulher, e sofra. Ou sente-se apaziguada vendo que ele, ao menos, voltou à vida."

Trecho do conto O Silêncio dos Amantes


http://veja.abril.com.br/160408/p_126.shtml

domingo, 19 de junho de 2011

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE -- AULA DE PORTUGUÊS



A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.

A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?

Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, equipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.

Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.

O português são dois; o outro, mistério.

A LÍNGUA FALADA E A LÍNGUA ESCRITA (24/05/2011)



Programa discute a publicação de livro didático do Ministério da Educação

Nos últimos dias, a publicação do livro Por uma vida melhor vem ocupando bom espaço na mídia. Adotado pelo Programa Nacional do Livro, do Ministério da Educação, e distribuído para cerca de 485 mil estudantes jovens e adultos, o livro não condena o uso de erros de português na língua falada.
A professora Heloisa Ramos, uma das autoras, defende uma suposta supremacia da linguagem oral sobre a linguagem escrita, admitindo a troca dos conceitos "certo e errado" por "adequado ou inadequado". Por esse raciocínio, frases com erros de português como "nós pega o peixe" poderiam ser consideradas corretas em certos contextos.
A polêmica mobilizou autoridades e estudiosos sobre o tema. Uma curiosidade sobre a cobertura desta pauta está no desequilíbrio. Enquanto nos jornais do Rio de Janeiro e de outras cidades do país o tema ocupou manchetes, em São Paulo, os dois principais jornais, O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo, optaram por não noticiar. O fato só foi registrado nos sites dos dois veículos.
O Observatório da Imprensa da próxima terça (24), às 22h, vai debater tanto o aspecto linguístico, como midiático desta questão. Alberto Dines conversa no estúdio com os gramáticos Deonísio Silva e Sérgio Nogueira, e com o professor Marcos Bagno (UnB). O programa ainda mostra a opinião do escritor Affonso Romano Sant´Anna; do professor e gramático Evanildo Bechara (membro da ABL) e do advogado Sergio Bermudes.
www.tvbrasil.org.br

http://tvbrasil.org.br/novidades/?p=22558

quarta-feira, 15 de junho de 2011

terça-feira, 14 de junho de 2011

ROGÉRIA SANTTOS E BANDA ZÉ DO ESTADO (DIA 17/06) SÃO JOÃO DE CARUARU

Ambição - Zélia Duncan




Ambição

Zélia Duncan

Composição : (Rita Lee)

Eu saí pela estrada
E não tenho pra onde ir
Sempre ouvi dizer
Que esse mundo era pequeno
Pelo caminho de espinhos
Avistei um mar de rosas
Pra chegar até lá
Eu preciso um pouco mais de tempo
Preciso de um grande amor
Preciso dinheiro, preciso de humor

Eu quero matar a vontade
Enquanto tenho saúde e idade
Fazer um pouco de tudo
Manter a alma
Pra poder ganhar o meu mundo

Trecho de Pais e filhos maridos e esposas II- Fabrício Carpinejar


Meu maior medo é viver sozinho e não ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir. Meu maior medo é almoçar sozinho, jantar sozinho e me esforçar em me manter ocupado para não provocar compaixão dos garçons. Meu maior medo é ajudar as pessoas porque não sei me ajudar. Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva mais branda. Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo banho. Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento. Meu maior medo é enfrentar um final de semana sozinho depois de ouvir os programas de meus colegas de trabalho. Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não parecer estranho e anti-social. Meu maior medo é escavar a noite para encontrar um par e voltar mais solteiro do que antes. Meu maior medo é não conseguir acabar uma cerveja sozinho. Meu maior medo é a indecisão ao escolher um presente para mim. Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que não me deixa ao menos dar errado. Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo. Meu maior medo é que a metade do rosto que apanho com a mão seja convencida a partir com a metade do rosto que não alcanço. Meu maior medo é escrever para não pensar.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

FERNANDO PESSOA


Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.

É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo".

Por ter crescido na África do Sul, para onde foi aos seis anos em virtude do casamento de sua mãe, Pessoa aprendeu a língua inglesa. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa dedicou-se também a traduções desse idioma.

Ao longo da vida trabalhou em várias firmas como correspondente comercial. Foi também empresário, editor, crítico literário, comentador político, tradutor, jornalista, inventor, astrólogo, publicitário e publicista, ao mesmo tempo que produzia a sua obra literária em verso e em prosa. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades conhecidas como heterônimos, objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. Centro irradiador da heteronímia, auto-denominou-se um "drama em gente".

Fernando Pessoa morreu de doença hepática ou, segundo um recente estudo médico, de pancreatite aguda aos 47 anos, na cidade onde nasceu. Sua última frase foi escrita em Inglês, na cama do hospital, em 29 de Novembro de 1935: "I know not what tomorrow will bring" ("Não sei o que o amanhã trará").



Autopsicografia
(Fernando Pessoa)

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Cilada - Ninguém Consegue Escapar Das Próprias Mentiras Autor: Coben, Harlan Editora: Sextante- ESTOU CURIOSA PARA LER


Haley McWaid tem 17 anos. É aluna exemplar, disciplinada, ama esportes e sonha entrar para uma boa faculdade. Por isso, quando certa noite ela não volta para casa e três meses transcorrem sem que se tenha nenhuma notícia dela, todos na cidade começam a imaginar o pior.. Na junção dessas duas histórias está Wendy Tynes, a repórter que armou a cilada para Dan e que se torna a única testemunha de seu assassinato. Wendy sempre confiou apenas nos fatos, mas seu instinto lhe diz que Mercer talvez não fosse culpado. Agora ela precisa descobrir se desmascarou um criminoso ou causou a morte de um inocente. Nas investigações da morte de Dan e do desaparecimento de Haley, verdades inimagináveis são reveladas e a fragilidade de vidas aparentemente normais é posta à prova. Todos têm algo a esconder e os segredos se interligam e se completam em um elaborado mosaico de mistérios. O assistente social Dan Mercer recebe um estranho telefonema de uma adolescente e vai a seu encontro. Ao chegar ao local, ele é surpreendido pela equipe de um programa de televisão, que o exibe em rede nacional como pedófilo. Inocentado por falta de provas, Dan é morto logo em seguida.

Vanessa da Mata - "Te Amo"

domingo, 12 de junho de 2011

sexta-feira, 10 de junho de 2011

ARCOVERDE - Programação Completa dos Polos do São João 2011

PROGRAMAÇÃO: Confira os horários e as atrações de cada Polo

A Secretaria de Turismo de Arcoverde divulgou as atrações dos outros polos do São João dos Sertões. Além do polo central, aonde se apresentam cantores como Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Santana, Dominguinhos e Renato Teixeira, os outros sete polos de animação promete muita festa e alegria para turistas e visitantes.

No polo do forró pé de serra estão confirmados, entre outros, Giovani do Acordeom, Forró Cintura de Pilão, Arte Nordestina, Românticos do Forró, Paulinho do Forró e Tempero Nordestino. Na palhoça das artes vão subir o palco atrações como: Coco Malhada, Coco Trupé de Arcoverde, Grupo Afro Kijani, entre outros. Ainda tem o polo multimusical, multicultural, gospel e alto do cruzeiro que você pode conferir, um a um, logo abaixo.

Polo Multimusical – Praça da Bandeira

17/06 – 6ª-FEIRA
22h00 -Os Pariceiros e a Feira – Homenagem ao Tema
00h00 – DOMINGUINHOS
02h00 – Forró da Curtição

18/06 – SÁBADO
22h00 – Forró Sabor de Café
00h00 – Petrúcio Amorim
02h00 – FORRÓ SAIA RODADA

19/06 – DOMINGO
22h00 – Arnaldo Farias – Tributo A Gonzagão
00h00 – Geraldinho Lins
02h00 – GAROTA SAFADA

20/06 – 2ª-Feira
22h00 – Banda Arrocha Morena
00h00 – CALCINHA PRETA
02h00 – Banda Oásis

21/06 – 3ª-Feira
22h00 – banda Pinga Fogo
00h00 – Maciel Melo
02h00 – BANDA MAGNÍFICOS

22/06 – 4ª-Feira
22h00 – Faringes da Paixão
00h00 – SANTANA
02h00 – Forró Santroppê

23/06 – 5ª-Feira
23h00 – Coco Trupé de Arcoverde com Cícero Gomes
00h00 – Banda Sertão com Clayton Barros (Ex-Cordel do Fogo Encantantado)
01h00 – GERALDO AZEVEDO
03h00 – Vilões do Forró

24/06 – 6ª-Feira
22h00 – Mazinho de Arcoverde
00h00 – VICENTE NERY & Forró Cheiro de Menina
02h00 – FORRÓ 3 DESEJOS

25/06 – Sábado
23h00 – RENATO TEIXEIRA
01h00 – Josildo Sá
03h00 – FORRÓ GATINHA MANHOSA

26/06 – Domingo
22h00 – Wagner Carvalho
00h00 – NANDO CORDEL
02h00 – Eliane

27/06 – 2ª-Feira
22h00 – CAVALEIROS DO FORRÓ
00h00 – Valdinho Paes
02h00 – Arreio de Ouro

28/06 – 3ª-Feira
23h00 – ZÉ RAMALHO
01h00 – FALAMANSA
03h00 – Campeões do Forró

Grade do Polo de Arte & Cultura.

17/06 – 6ª-feira
22h00 – Coco da Malhada
23h00 – Rogério e os Cabra

18/06 – Sábado
21h00 – Grupo de Danças Folclóricas Elizabeth Freire
22h00 – Teatro: Beco do Buique, uma Feira, uma Vida… Uma História!
23h00 – Noé Lira e Leandro Vaz – Outras Falas…
01h00 – Coco Trupé de Arcoverde com Cícero Gomes

19/06 – Domingo
22h00 – Teatro: Beco do Buique, uma Feira, uma Vida… Uma História!
23h00 – Grupo Afro Kijani
02h00 – Jó Silva

20/06 – 2ª-feira
22h00 – Quebra-Coco Aliança
23h00 – Orquestra Sertão com o Maestro Lula Moreira.

21/06 – 3ª-feira
22h00 – Poetas Repentistas Lídio Vaz e Manoel de Lima
22h30 – Poetas Aboiadores Jailson & Veronês
23h00 – Os Pariceiros

22/06 – 3ª-feira
22h00 – Teatro: Beco do Buique, uma Feira, uma Vida… Uma História!
23h00 – Coco das Irmãs Lopes
01h00 – Tenório, Baião de Viola.

23/06 – 5ª-feira
22h00 – Poetas Aboiadores Jailson & Veronês
22h30 – Poetas Repentistas Lídio Vaz e Manoel de Lima
23h00 – Reisado Encanto de Caraíbas
00h00 – Teatro: Beco do Buique, uma Feira, uma Vida… Uma História!
01h00 – Samba de Coco do Mestre Goitá
02h00 – Coco Trupe de Arcoverde com Cícero Gomes

24/06 – 6ª-feira
22h00 – Teatro: Beco do Buique, uma Feira, uma Vida… Uma História!
23h00 – Coco das Irmãs Lopes
00h00 – Grupo Poesia de Cabeça
01h00 – Banda Ki-Xote

25/06 – Sábado
21h00 – Grupo de Danças Folclóricas Elizabeth Freire
22h00 – Poetas Aboiadores Carlinhos e Anselmo
22h30 – Poetas Repentistas Maximino Bezerra e Adailto Oliveira
23h00 – Reisado Encanto de Caraíbas
00h00 – Teatro: Beco do Buique, uma Feira, uma Vida… Uma História
01h00 – Quebra-Coco Aliança
02h00 – Forró Balaio de Cheiro

26/06 – Domingo
22h00 – Teatro: Beco do Buique, um Feira, uma Vida… Uma História!
23h00 – Grupo Afro Kijani
01h00 – Larissa, Flor & Mandacaru.

27/06 – 2ª-Feira
22h00 – Coco da Malhada
23h00 – Noé Lira e Leandro Vaz. – Outras Falas…

28/06 – 3ª-feira
22h00 – Teatro: Beco do Buique, uma Feira, uma Vida… Uma História
23h00 – Projeto Facheiro
01h00 – Tenório, Baião e Viola

Polo ForroGospel – Parceria com Igrejas Evangélicas de Arcoverde.

17/06 – 6ª-feira
20h00 – IABV Arcoverde.

18/06 – Sábado
21h00 – IBMI – Querubins do Louvor – Venturosa

19/06 – Domingo
20h00 – Igreja do Nazareno – Arcoverde.

20/06 – 2ª-feira
20h00 – IABV Forró Gospel – Arcoverde

21/06 – 3ª-feira
20h00 – Toinho de Irapibu – Recife

22/06 – 3ª-feira
20h00 – Grupo Sal da Terra – Garanhuns

23/06 – 5ª-feira
21h00 – Sílvio Rogério e Banda – Monteiro/PB.

24/06 – 6ª-feira
20h00 – IBBV Igreja Batista da Boa vista – Arcoverde

25/06 – Sábado
21h00 – IABV – Recife

26/06 – Domingo
20h00 – Igrejas Evangélicas de Arcoverde.

27/06 – 2ª-Feira
20h00 – Igrejas Evangélicas de Arcoverde.

28/06 – 3ª-feira
21h00 – IABV – Arcoverde.

Polo Pé de Serra – Parceria com o SESC PE

17/06 – 6ª-feira
22h00 – GIOVANI DO ACORDEOM.

18/06 – Sábado
22h00 – FORRÓ CINTURA DE PILÃO COM FERNANDO MAMEDE.

19/06 – Domingo
22h00 – TENÓRIO BAIÃO DE VIOLA.

20/06 – 2ª-feira
22h00 – Quadrilha Junina do CAPS e FORRÓ AGUA DE COCO

21/06 – 3ª-feira
22h00 – São João da Melhor Idade e FORRÓ ARTE NORDESTINA.

22/06 – 3ª-feira
22h00 – CÍCERO DO ACORDEOM.

23/06 – 5ª-feira
22h00 – ROMÂNTICOS DO FORRÓ
01h00 – ZEZITO SANTOS A ALEGRIA DO FORRÓ

24/06 – 6ª-feira
22h00 – PAULINHO DO FORRÓ

25/06 – Sábado
22h00 – FORRÓ TEMPERO NORDESTINO
01h00 – CÍCERO DO ACORDEOM.

26/06 – Domingo
22h00 – MACIEL CIGANO E FORRÓ DA CAROLINA.

27/06 – 2ª-Feira
22h00 – FORRÓ DE ALLAN MAIA

28/06 – 3ª-feira
22h00 – CIÇÃO, FORRÓ & BANDA.

Polo Budega da Poesia.

17/06 – 6ª-feira
15h00 – Forró Tempero Nordestino
18h00 – Poetas Repentistas Lídio Vaz e Manoel de Lima
19h00 – Cícero do Acordeom.

18/06 – Sábado
16h00 – Banda de Pífano de Arcoverde
17h00 – Coco Trupé de Arcoverde com Cícero Gomes
19h00 – Forró Cintura de Pilão com Fernando Mamede

19/06 – Domingo
15h00 – Forró Cintura de Pilão com Fernando Mamede
18h00 – Declamadores da Budega
19h00 – Giovani do Acordeom.

22/06 – 3ª-feira
16h00 – Declamadores da Budega
17h00 – Forró Arte Nordestina com Pé de Gréia.

23/06 – 5ª-feira
15h00 – Paulinho do Forró
18h00 – Declamadores da Budega
19h00 – Forró Arte Nordestina com Pé de Gréia.

24/06 – 6ª-feira
15h00 – Maciel Curé
18h00 – Poetas Repentistas Lídio Vaz e Manoel de Lima
19h00 – Românticos do Forró.

25/06 – Sábado
15h00 – Noé Lira e Leandro Vaz – Outras Falas…
18h00 – Banda de Pífano de Arcoverde
19h00 – Zezito Santos a Alegria do Forró

26/06 – Domingo
15h00 – Juninho Saigon no Forró
18h00 – Declamadores da Budega
19h00 – Quebra-Coco Aliança

Polo Multimusical (Antigo Forrock).

17/06 – 6ª-feira
22h00 – SOS Brasil – Arcoverde

18/06 – Sábado
23h00 – Projeto Diaton – Recife
01h00 – Isabela Moraes – Caruaru

19/06 – Domingo
22h00 – Bandeira de Cristo – Arcoverde
00h00 – In Bloom – Arcoverde.

22/06 – 3ª-feira
22h00 – Torment – Arcoverde
00h00 – L. Retrete – Recife

23/06 – 5ª-feira
01h00 – BCR – Arcoverde
03h00 – Balão Popular – Arcoverde

24/06 – 6ª-feira
23h00 – The Bluz – Caruaru
01h00 – Caravana do Delírio – Recife

25/06 – Sábado
23h00 – Vertin Moura – Recife
01h00 – Pablo Patriota – Arcoverde.

26/06 – Domingo
22h00 – Isotopia – Arcoverde
00h00 – Diphusa – Pesqueira

28/06 – 3ª-feira
23h00 – Fetus – Arcoverde
01h00 – Projeto Bateria – Arcoverde.

Polo Alto do Cruzeiro… Raízes do Coco!

18/06 – Sábado
15h00 – Grupo de Coco da Malhada
17h00 – O Forró de MARIA DAPAZ
19h00 – Mourinha do Forró

19/06 – Domingo
15h00 – Fofinho do Arrocha
17h00 – JÓ SILVA
19h00 – Beto Dantas

22/06 – 3ª-feira
17h00 – Giovani do Acordeom.
19h00 – BENIL, forró na medida!

23/06 – 5ª-feira
15h00 – Grupo Afro Kijani
16h00 – Juninho Saigon no Forró
18h00 – SAMBA DE COCO DO MESTRE GOITÁ
19h00 – Quebra-Coco Aliança

24/06 – 6ª-feira
15h00 – Paulinho do Forró
17h00 – COCO TRUPÉ DE ARCOVERDE com Cícero Comes.
19h00 – Banda Ki-Xote

25/06 – Sábado
15h00 – Poetas Aboiadores Carlinhos e Anselmo
15h30 – Poetas Repentistas Maximino Bezerra e Adailto Oliveira
16h00 – Pablo Patriota
17h00 – NADIA MAIA
19h00 – Forró Balaio de Cheiro.

26/06 – Domingo
15h00 – Forró Tempero Nordestino
16h00 – Coco das Irmãs Lopes
17h00 – EDY CARLOS
17h00 – Larissa, Flor & Mandacaru

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Livro - A Fúria da Beleza - Elisa Lucinda


Poesia é coisa que se faz para procurar Beleza. E essa procura é diária e furiosa. Elisa Lucinda alisa a luz linda. E essa lisa luz, antes enrugada, encarquilhada, encrespada, cheia de dobras e desvios, em suas mãos parecem que se tornam planas, prontas pro afago de nossas almas. Criados em datas e lugares diferentes, os poemas foram organizados de tal bela forma em seus sete capítulos que a sensação é de que eles já foram escritos por temas. A infância, a família, os lugares, as pessoas, os amores, a saudade, o sexo, o olhar, a natureza? o que é a Beleza? Como ela explode? Quanto ela nos afeta? A Beleza é bonita? A morte também não é bela? E a sorte também não é dela? Do acaso da Beleza? De sua fúria? De sua corrente de maremoto, de sua brisa de furação, de sua carícia de terremoto, de seu suspiro de explosão? A Beleza nos assusta? Nos liberta ou nos aprisiona? Nos acerta ou nos impressiona? Nos confunde ou nos soluciona? Beleza tem rosto? Tem gosto? Beleza chora? Mora? Ou é coisa que vai embora? Tem idade a Beleza? Pede licença? Desculpa? Invade ou é invadida? Nos encontra ou é o nosso olhar que a inventa? E se ela venta? E quando ela despenca? E quando ela é violenta? E quando ela é ao mesmo tempo rápida e lenta? Cheia e vazia? Noite e dia? A Beleza é tristeza e alegria quando ela é poesia. Palavras para lavrá-la, lavando sua lava. Sentidos consentidos por cada encontro de sílaba que a música da poesia nos oferece. Cada letra é litro, cada calo é kilo. A quantidade se torna qualidade. E vício o verso. Como separar a Beleza da sua fúria? Como distinguir Eliza e luz? Beleza e Eliza? Luz e fúria? Beleza e luz? Elisa e fúria? Fusões de confusões... amor, morte e eternidade. Vida, poesia e liberdade. Levantem as taças e dêem as graças: a fúria que a Beleza brinda é a própria Elisa.

Ou isto, ou aquilo - Cecília Meireles

NÃO SEI DISTINGUIR DO CÉU AS VÁRIAS CONSTELAÇÕES - CECÍLIA MEIRELES


Não sei distinguir do céu as várias constelações:
não sei os nomes de todos os peixes e flores,
nem dos rios nem das montanhas:
caminho por entre secretas coisas,
a cada lugar em que meus olhos pousam,
minha boca dirige uma pergunta.

Não sei o nome de todos os habitantes do mundo,
nem verei jamais todos os seus rostos,
embora sejam meus contemporâneos.

Não, não sei, na verdade, como são em corpo e alma
todos os meus amigos e parentes.
Não entendo todas as coisas que dizem,
não compreendo bem de que vivem, como vivem,
como pensam que estão vivendo.

Não me conheço completamente,
só nos espelhos me encontro,
tenho muita pena de mim.

Não penso todos os dias exatamente
do mesmo modo.
As mesmas coisas me parecem a cada instante diversas.
Amo e desamo, sofro e deixo de sofrer,
ao mesmo tempo, nas mesmas circunstâncias.

Aprendo e desaprendo,
esqueço e lembro,
meu Deus, que águas são estas onde vivo,
que ondulam em mim, dentro e fora de mim?

Se dizem meu nome, atendo por hábito.
Que nome é o meu?
Ignoro tudo.

Quando alguém diz que sabe alguma coisa,
fico perplexa:
ou estará enganado, ou é um farsante
- ou somente eu ignoro e me ignoro desta maneira?

E os homens combatem pelo que julgam saber.
E eu, que estudo tanto,
inclino a cabeça sem ilusões,
e a minha ignorância enche-me de lágrimas as mãos.

Cecília Meireles

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dois pra lá, Dois pra cá - Elis Regina

Eduardo e Mônica - O filme

Felicidade Clandestina - Clarice Lispector (Narração - Aracy Balabanian)



Felicidade clandestina - Clarice Lispector

Felicidade clandestina Clarice Lispector Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade". Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu nao vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte"com ela ia se repetir com meu coração batendo. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. As vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. As vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

DE LÁ PRA CÁ - DOM, 12/06 - 18h (TV BRASIL)

Milton Santos

10 anos sem o maior geógrafo brasileiro

Uma homenagem ao geógrafo Milton Santos

Uma homenagem ao geógrafo Milton Santos

No De Lá Para Cá deste domingo (12), às 18h, a história do geógrafo Milton Santos. Para falar dessa personalidade do mundo acadêmico, os entrevistados do programa são: o cineasta Silvio Tendler, autor de Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá; a professora da UFBA Maria Auxiliadora da Silva; o historiador Pedro Cunca Bocayuva; e a professora Ana Clara Torres Ribeiro, que trabalhou com o geógrafo.

Milton Santos foi um dos intelectuais mais importantes do país e também foi o maior geógrafo brasileiro. Escreveu mais de 40 livros. Publicou seu trabalho na França, na Inglaterra, nos Estados Unidos, no Canadá, no Japão, em Portugal e na Espanha. Deu aula nas principais universidades do mundo. Recebeu prêmios e foi o único pensador, fora do mundo anglo-saxão, a ganhar o Vautrim Lud, uma espécie de Nobel da Geografia.

Durante toda a sua vida acadêmica, Milton Santos buscou agregar a Geografia às contribuições de outras disciplinas: Economia, Sociologia, História, Filosofia. Nos últimos anos de vida, seu trabalho mostrava uma clara preocupação com a Globalização. Crítico dos processos econômicos que excluíam as nações mais pobres, Milton Santos acreditava num mundo mais humano, mais solidário e justo.

OSWALD DE ANDRADE


Erro de português

Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.

Oferta


Quem sabe
Se algum dia
Traria
O elevador
Até aqui
O teu amor

Pronominais


Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro



José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo em 1890. Presenciar a virada do século, aos 10 anos, foi marcante, como relembra o poeta já adulto: "Havíamos dobrado a esquina de um século. Entrávamos em 1900... " . São Paulo despertava para a industrialização e a tecnologia. Abria-se um novo mundo urbano, que Oswald logo assimilaria fascinado: o bonde elétrico, o rádio, o cinema, a propaganda com sua linguagem-síntese...

"A Alegria é A Prova dos Nove!"

Oswald tinha 22 anos quando fez a primeira de várias viagens à Europa (1912), onde entrou em contato com os movimentos de vanguarda. Mas só depois de dez anos empregaria as técnicas desses movimentos. De qualquer forma, divulgou o Futurismo e o Cubismo. O terceiro casamento, com Tarsila do Amaral, em 1926, forjou o casal responsável pelo lançamento da Antropofagia. Mário os chamava de "Tarsiwald"... Com Tarsila voltou à Europa algumas vezes. A crise de 29 abalou as finanças do escritor. Vem a separação de Tarsila e uma nova relação: Patrícia Galvão (Pagu), escritora comunista. Oswald passou a participar de reuniões operárias e ingressou no Partido Comunista. Casou-se mais uma vez, depois de separado de Pagu, até que, já com 54 anos, conheceu Maria Antonieta d'Alkmin. Permaneceram juntos até a morte do poeta, em 1954.

Nenhum outro escritor do Modernismo ficou mais conhecido pelo espírito irreverente e combativo do que Oswald de Andrade. Sua atuação intelectual é considerada fundamental na cultura brasileira do início do século. A obra literária de Oswald apresenta exemplarmente as características do Modernismo da primeira fase.

Em Pau-Brasil, põe em prática as propostas do manifesto do mesmo nome. Na primeira parte do livro, "História do Brasil", Oswald recupera documentos da nossa literatura de informação, dando-lhe um vigor poético surpreendente.

Na segunda parte de Pau-Brasil - "Poemas da colonização" -, o escritor revê alguns momentos de nossa época colonial. O que mais chama a atenção nesses poemas é o poder de síntese do autor. No Pau-Brasil há ainda a descrição da paisagem brasileira, de cenas do cotidiano, além de poemas metalingüísticos.

A poesia de Oswald é precursora de um movimento que vai marcar a cultura brasileira na década de 60: o Concretismo. Suas idéias, recuperadas também na década de 60, reaparecem com roupagem nova no Tropicalismo.

Memórias sentimentais de João Miramar chama a atenção pela linguagem e pela montagem inédita. O romance apresenta uma técnica de composição revolucionária, se comparado aos romances tradicionais: são 163 episódios numerados e intitulados, que constituem capítulos-relâmpago - tudo muito influenciado pela linguagem do cinema - ou, mais precisamente, como se os fragmentos estivessem dispostos num álbum, tal qual fotos que mantêm relação entre si. Cada episódio narra, com ironia e humor, um fragmento da vida de Miramar. "Recorte, colagem, montagem", resume o crítico Décio Pignatari.

O material narrativo segue esta ordem: infância de Miramar, adolescência e viagem à Europa a bordo do navio Marta; regresso ao Brasil, motivado pela morte da mãe; casamento com Célia, e um romance paralelo com a atriz Rocambola; nascimento da filha; divórcio e morte de Célia; falência de Miramar.

Em 1937 publicou-se O rei da vela, peça que focaliza a sociedade brasileira dos anos 30. Pelo seu caráter pouco convencional, só foi levada a cena trinta anos depois, integrando o movimento tropicalista.

COTIDIANO - ESCOLA MODERNA

terça-feira, 7 de junho de 2011

A POESIA DO ENCONTRO - ELISA LUCINDA e RUBEM ALVES


A palavra encontra o papel, o autor encontra a imagem que vai traduzir sua idéia, o leitor se encontra com uma sensação que já conhecia, mas que nunca havia formulado claramente antes. Poesia é a arte do encontro.

E do encontro de Elisa Lucinda e Rubem Alves só se pode esperar beleza, encantamento. Como diz Gilberto Dimenstein no prefácio: "Não me lembro (...) de ter sentido tanta emoção com a poesia como nesse dia em que os dois se reuniram para fazer este livro ? uma não conhecia o outro, e a força da palavra fez deles rapidamente íntimos, como se fossem amigos de longa data". Essa "fulminante intimidade entre Elisa e Rubem, dois educadores que respiram poesia, é a intimidade que a arte nos faz ter com a vida".

No DVD "Poesia à vista", que acompanha o livro, a perfeita ilustração e complemento das idéias e da emoção transbordante do texto.

Depois de ler este livro, você vai olhar a vida de um jeito diferente. Afinal, com poesia, tudo ganha cor, cheiro, gosto, beleza!

Conhecimento Novo

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Celacanto - Jorge Vercilo e Jota Maranhão

CARUARU VOLTARÁ A TER CINEMA EM BREVE


O CENTERPLEX CINEMAS, ANUNCIOU QUE ABRIRÁ NO DIA 17/06/2011, E DESTA VEZ NÃO É LOROTA! CARUARU VAI VOLTAR A TER CINEMA, E CINEMA DE QUALIDADE! ESTA COMUNIDADE SERVIRÁ PARA DIVULGAÇÃO DOS FILMES EXIBIDOS E NOVIDADES DO CENTERPLEX CARUARU.