Quem sou eu

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Santa Cruz do Capibaribe/ Caruaru, NE/PE, Brazil
Posso ser séria, brincalhona, distraída, chata, abusada, legal,ótima, travosa (como diz um grande amigo) isso depende de você, de mim, do dia ou da situação. Quer mesmo saber quem sou eu? Precisa de mais proximidade. Gosto de ler e escrever, embora nem sempre tenha tempo suficiente para tais práticas. Gosto de tanta coisa e de tantas pessoas que não caberiam aqui se a elas fosse me referir uma por uma. Acho a vida um belo espetáculo sem ensaios onde passeamos dia a dia a procura da felicidade. Para falar mais de mim profissionalmente: Sou professora. Graduada em Letras-FAFICA. Atualmente estudo sobre Leitura Literária no Ensino Fundamental. Atuo no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

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sábado, 30 de julho de 2011

Zeca Baleiro - Brigitte Bardot (Música que fala sobre a Saudade - linda demais)



Brigitte Bardot

Zeca Baleiro

Composição: Zeca Baleiro

a saudade
é um trem de metrô
subterrâneo obscuro
escuro claro
é um trem de metrô
a saudade
é prego parafuso
quanto mais aperta
tanto mais difícil arrancar
a saudade
é um filme sem cor
que meu coração quer ver colorido

a saudade
é um trem de metrô
subterrâneo obscuro
escuro claro
é um trem de metrô
a saudade
é prego parafuso
quanto mais aperta
tanto mais difícil arrancar
a saudade
é um filme sem cor
que meu coração quer ver colorido

a saudade
é uma colcha velha
que cobriu um dia
numa noite fria
nosso amor em brasa
a saudade
é brigitte bardot
acenando com a mão
num filme muito antigo

Marina lima música - Não me venha com amor

quinta-feira, 28 de julho de 2011

BIQUINI CAVADÃO - 20 DE AGOSTO EM CARUARU - NO ESPAÇO CULTURAL



Viva o Rock Nacional!!!

O que temos de bom na nossa música hoje que valha a pena discutir? Considerando música algo que agrada aos ouvidos, isso varia muito, mas venho expor a minha opinião nesse aspecto de um tipo de música que vem desde muito tempo, muito mesmo, agradando e ainda empolgando fãs. Refiro-me ao glorioso Rock nacional, que desde os anos 1980 cria e recria-se para sempre continuar emplacando seus sucessos de ontem, hoje e os que farão amanhã. Vamos aos exemplos que tenho em mente para iniciar as exposições.

Tempos atrás fiz um download de um show gravado em 2005 da banda Biquíni Cavadão, em que o vocalista berrava em plenos pulmões “Música se faz é com a cabeça, não é com a bunda não… viva o Rock nacional”. Uma grande frase que ficou impressa em minha memória e me levou a idealizar este post. Mas vamos a mais uma idéia.

No inicio da década passada os Titãs lançaram um disco chamado “A melhor banda de todos os tempos da última semana”. O que sempre acreditei que a banda paulistana queria e creio ter razão, foi uma crítica ferrenha aos desavisados em música que criticavam a banda por fazer acústicos e shows com músicas antigas. Em um disco renovado com todas as músicas inéditas, a banda lançou a palavra, calou os pseudoconhecedores e emplacou no mínimo naquele disco quatro ou cinco sucessos, alguns tendo já se tornado múscias ícone. Qual a força dessa vertente tão rica da nossa música?

Escreverei aqui um pouco sobre cada banda ou representante que conheço, falando do que conheço de músicas deles e expondo o que penso, não para convencer e sim para ilustrar um pensamento. O que quero divulgar é a grande musicalidade e poeticidade de uma música que sempre se esmerou em inventar, recriar, dar novas formas, poetizar. Uma música que dá gosto de ouvir.

TITÃS

Uma das bandas mais longevas e com mais músicas em paradas de sucessos entre todas as bandas do Rock Nacional. Os Titãs buscaram sempre a crítica social e humana em suas letras, para ilustrar um fim de ditadura que agonizava, mas que não queria sair de todo por baixo. Mas o que tem essa banda que nos agrada tanto.

Um vocalista ator, um guitarrista escritor e literato, um outro vocalista cineasta, integrantes que compõem poesias e músicas aos novos expoentes da MPB, integrantes que saem e em carreira solo fazem sucesso, e ainda a banda sem este integrante continua com o sucesso. Tudo isso, essa mescla de seres humanos tipicamente artísticos, fazem da banda, a meu ver, a melhor banda do rock nacional.

Músicas como Cabeça dinossauro nos fazem identificar em nós ou no outro, características que não gostaríamos de ver. Televisão é aquela crítica que sempre faço de como a televisão vista sem o discernimento necessário, causa alienação. Críticas sociais vêm em Marvin, a luta do adolescente alçado a adulto para viver as desgraças que parecem genéticas: passam de pai para filho. Enfim, poderia citar muitas. Até as românticas deles, que delicia ouvir Sonífera Ilha ou a mais recente Porque sei que é amor. Baladas para todos os momentos e todos os ouvidos fazem destes músicos verdadeiros Titãs da nossa música.

CAZUZA e BARÃO VERMELHO

Como iniciar algo a respeito de Cazuza inicialmente. Vimos o filme sobre sua vida. Lemos o livro que sua mãe escreveu. Ouvimos as suas músicas que desde o tempo do Barão, e ai entraremos com o aparte para a banda, e percebemos que o poeta jovem do rock fazia parte de uma vertente que tal como os Titãs, escrevia e cantava muito mais do que Rock, fazendo experimentos com outras áreas da música. Cazuza cantava MPB e Rock em um mesmo show. Cantava Cartola e gritava um Viva o Rock em outro momento. A loucura do poeta, seu jeito muito espontâneo e vivo, chamou a atenção de monstros da voz como Ney Matogrosso ou da MPB moderna como Caetano Veloso. Cazuza nos deixou poemas vivos como Codinome beija-flor, declaração de amor velada e não dita ao mesmo tempo. Palavras que dizem a dor de ter um sentimento que deseja-se e não deseja-se ter ao mesmo tempo. Ideologia é o que se percebe nas salas de aula de todo o país no momento. Falta algo em que acreditar, em que seguir, uma fé para professar a toda uma juventude cujo guias perderam-se ou findaram no fim dos anos 1980 e não mais retornaram. Exemplo: se nos anos sessenta o ídolo de um jovem de 16 anos eram os Beatles ou Chico Buarque, no anos 2000 em diante, temos Justin Bieber.

Dá pra perceber o fosso que Cazuza previu de falta de ideologias? Ele complementava isso com Exagerado, declaração de amor nonsense e desmesurado. O amor não tinha mais lógica…. bastava ser louco para ser amor? Será?

Barão Vermelho por algum tempo foi a banda do Cazuza…. depois de algum tempo superou essa marca por causa de um elemento que hoje tornou esquecido esse detalhe. Roberto Frejat conseguiu com muita determinação superar a perda de um vocalista muito popular. Com musicalidade e esforço, manteve o grupo, a qualidade das músicas, sustentou os fãs com músicas de bom nível e na década passada, lançou-se em uma carreira solo que, sem abandonar a banda, mostrou que o vocalista tem grande experiência em destilar o seu talento por estilos que não o seu original. O barão vermelho que continuou, manteve o ritmo e merece ser enquadrado no panteão dos grandes. Viva Frejat.

RPM

Tenho um grande amigo que me diz sempre que se Paulo Ricardo tivesse morrido no ano de 1988 ele seria considerado o maior cantor, compositor, músico da atual música brasileira. Isso porque o RPM conseguiu em um único disco, o Revoluções por Minuto colocar mais de 08 canções nas paradas de sucesso, uma delas, Juvenília, instrumental. Que feito foi esse para este país?

A banda era um dínamo de canções rápidas e românticas, onde a voz contagiante e o olhar 43 de Paulo Ricardo seduzia de garotinhas a adultos. London, London foi superada em voz, mesmo se o seu autor foi Caetano Veloso. Muita coisa se passou, Paulo Ricardo não conseguiu manter a carreira solo e um Ao Vivo MTV foi tirado da cartola para resgatar a banda, que em todo o Brasil, ainda tem fãs fervorosos. Mas, cá para nós, vale mais como uma recordação de algo que, assim como disse um pensador iminente “foi do nascimento à decadência, sem conhecer o apogeu”. Podia muito mais a banda, mas vale pelo espólio que deixou.

ULTRAJE A RIGOR

Uma das bandas mais inteligentes e críticas, com letras divertidas da historia do nosso rock. São irreverentes e não ligam para as convenções que costumam marcar letras de músicas. Conhecido por ter o famoso QI de 140, o vocalista Roger é a banda em pessoa, que mantém as letras de críticas ao espírito nacional. Vejamos exemplos:

Músicas que criticam o papel maridinho e mulher, como em Zoraíde ou Independente Futebol Clube, tentam acabar com o romantismo exacerbado em canções românticas. Críticas ao espírito nacional pesadas como Filho da Puta, Terceiro ou Inútil criticam o nosso jeitinho, a nossa malandragem, safadezas que ferem a ética e a moral e nos levam sempre a um patamar de desconfiança e falta de inteligência, pois quando se privilegia o atalho, não se percorre nunca o caminho da correção, do estudo e da ética. O Ultraje a rigor, tirando os palavrões aos mais puristas, é a banda da crítica e da inteligência, fugindo do lugar comum.

IRA

A vocalista Nasi é uma pessoa controversa dentro do mundo do rock, de declarações fortes e polêmicas. Gosto muito do Ira, e principalmente depois que eles modernizaram e acalmaram as suas canções no acústico que gravaram. Quão bonita é a declaração de amor feita após a perda cantada em Girassol, quando até a altura da pessoa amada se converte em especificidade de sentimento. Eu quero sempre maisi parece uma canção feita pelo Nasi para si mesmo. A necessidade de mudar, ter consciência de si mesmo, recursos filosóficos importantes, que levam ao eu lírico da canção saber do que necessita e do que realmente quer. Vale a pena ouvir o acústico do Ira, pelo mesmo motivo que falei da frase do Biquíni Cavadão no início do post. Música se faz é com a cabeça mesmo.

BIQUINI CAVADÃO

A banda carioca ainda consegue ter suas músicas cantadas por aí, mesmo não tendo gravado acústico MTV. Isso porque a energia dos integrantes da banda sempre foi o seu ponto forte. Uma loucura, força de uma natureza jovem que recusa a se entregar. Basta ver o grande hit da banda, Eu sou do povo, em que a crítica social vem bater nas cabeças dos pseudojuristas que acham que a lei realmente vale para todos ( ah como eu queria que neste país juristas e magistrados ouvissem esta música). Vento Ventania, romance, me leva sem destino, numa analogia, ao mundo onde o rock nos propunha ser o melhor lugar, uma pasárgada do rock nacional. Assim como em Impossível, onde a pessoa amada torna-se marca indelével. Se não é o amor tatuagem do Chico Buarque, essa canção mostra como é um amor indelével. Ouçam a banda e depois escrevam-me. Gostaria que muitos se surpreendessem.

ENGENHEIROS DO HAWAIÍ

Do panteão das que mais gosto (tendencioso me mostro), indico os gaúchos, únicos representantes em todo os anos 1980 a sobreviverem, na pessoa de Humberto Gessinger e seus doirados cabelos, mexiam com as estruturas de um rock em que as letras e poesias as vezes necessitavam de um alto grau de abstração e subjetividade para serem entendidas. É o Rock cabeça que junto com os Titãs, o Engenheiros fazia aos borbotões. O que dizer de um verso que dizia “No táxi que me trouxe até aqui Willie Nelson me dava razão” ou “escute garota o vento canta uma canção, dessas que uma banda nunca toca sem razão”. Qual a razão que Willie Nelson lhe dava? Que canção é essa? Em outra ele pergunta quem são “eles”? Assim, o Engenheiros ilustravam de poeticidade subjetiva a parcela gaúcha do Rock Nacional. Humberto Gessinger tornou-se a banda de um homem só, pois ele encarna em si o espírito do grupo, pois integrantes saíram, mas em nada mudou, pois ele conseguiu manter a coesão da banda.

CAPITAL INICIAL

O Capital Inicial assim como os Titãs renasceram depois de um show acústico MTV. Dinho Ouro Preto e seus parceiros conseguiram o que alguns não conseguiram depois deste show… Músicas inéditas e sucesso com novas poesias. Não se esperava dos cantores de Natasha, a garota rebelde que meio Bruna Surfistinha, fugiu de casa e se embrenhou na prostituição e nas drogas. O Capital veio dentre as bandas nacionais bem como são mineiramente, e se mantiveram no sucesso nessa era moderna de acústicos MTV com originalidade.

Enfim, para os que gostam de uma boa música e querem ouvir um som novo, diferente do que estão cansados de ouvir, recomendo cada disco ao vivo ou acústico das bandas acimas, ou de qualquer outra dos anos 1980. Vai ser uma viagem e tanto, eu lhes garanto…

fonte: http://filosofices.wordpress.com/2011/06/22/viva-o-rock-nacional/

Jorge Vercilo e Ana Carolina

quarta-feira, 27 de julho de 2011

terça-feira, 26 de julho de 2011

NOTA: MARIA RITA Show em Caruaru cancelado

Em nota, a “Central Produções” que estava cuidando da divulgação do show da cantora Maria Rita em Caruaru no dia 12 de Agosto no Palladium, informou que o show foi cancelado:

“Infelizmente tivemos que fazer o cancelamento do show da MariaRita em Caruaru, pedimos a todos que compraram as mais sinceras desculpas”


FONTE:

http://portalmariarita.wordpress.com/2011/07/26/nota-show-em-caruaru-cancelado/

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Abertas inscrições para programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA Ensino Médio)

Foto: Alyne Pinheiro
Foto: Alyne Pinheiro

Assessoria de Comunicação

Jovens e adultos a partir dos 18 anos e que estejam interessados em concluir o ensino médio podem se inscrever, até o dia 10 de agosto, nos módulos I e III da Educação de Jovens e Adultos (EJA Ensino Médio). O curso é oferecido pela secretaria de Educação (SE) em 631 escolas estaduais e, atualmente, atende a mais de 50 mil estudantes apenas na modalidade do ensino médio. A inscrição para o EJA deve ser realizada na escola onde o aluno irá estudar. Os documentos necessários são certidão de nascimento e identidade.

Para o módulo I, poderão se matricular estudantes egressos do 9° ano do ensino fundamental ou os reprovados do 1° ano do ensino médio. Já para o módulo III, os estudantes interessados devem ter concluído o 1° ano do ensino médio ou o 1° ano da escolaridade de EJA, assim como os alunos reprovados nesse módulo.

De acordo com o Censo Escolar, de 2007 a 2011 o Governo do Estado de Pernambuco, através da Secretaria de Educação (SE), já atendeu mais de 400 mil estudantes no Programa de Educação de Jovens e Adulto nas modalidades fundamental (presencial e semi-presencial), ensino médio (presencial e semi-presencial) e integral (educação profissional) no ensinos fundamental e médio.

Arquivo Públlico promove exposição de cordéis raros

Fotos: Alyne Pinheiro
Fotos: Alyne Pinheiro

Assessoria de Comunicação

Inicialmente eram cantados e, há alguns anos, foram utilizados como meio de comunicação para as camadas mais humildes da população. Atualmente são valorizados como parte da cultura nordestina e fonte de pesquisas históricas. Os cordéis, poesias rimadas que falam de maneira criativa, porém direta, sobre as trivialidades da vida são os objetos da exposição realizada pelo Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (Apeje) e que, nesta quarta-feira (20), contou com uma mesa redonda composta pelos pesquisadores Maria Alice Amorim, Paulo Moura e Felipe Júnior.

Na mostra, podem ser encontradas 94 obras raras, datadas a partir de 1908, e assinadas por João Martins de Athayde, um dos precursores da impressão dessa literatura. O artista é considerado um marco na arte, uma vez que inovou os leiautes da capa e se tornou um editor de cordéis. “Foi a partir de Athayde e Leandro Gomes de Barros que os livretos passaram a ser impressos e incorporados como o jornal do pobre, pois trazia informação do cotidiano através de textos lúdicos e de fácil leitura”, esclareceu o pesquisador e poeta cordelista, Paulo Moura.

Athayde utilizava, além das xilogravuras, fotografias de atrizes famosas da época e desenhos personalizados para cada livreto. Foi a partir dele que iniciou-se a prática de contratos de compra de direitos. Ele negociava com os poetas e publicava os cordéis assinando como editor-proprietário e, posteriormente, passou a retirar a autoria dos artistas, fato que o torna polêmico. “Grande parte dos cordéis de Leandro foram assinados por Athayde. Muito de sua fama se deve a outros autores”, contou o advogado e escritor Pedro Nunes Filho, também parente de Leandro Gomes de Barros.

Na exposição, que acontece até 5 de agosto, podem ser encontrados, além dos cordéis, 28 baneres confeccionados pelo Apeje e que retratam um pouco da vida do artista e das suas obras. “Nosso objetivo é trazer para a população a oportunidade de conhecer a literatura de cordel, dinâmica e lúdica. Ela chega a atrair a atenção não apenas de pesquisadores da área, mas também do público comum, dos novos leitores. Trabalhar essa temática com obras tão importantes para a nossa cultura e em um arquivo tão privilegiado de documentação é maravilhoso”, comemorou a professora técnica do Apeje e mestre em História Colonial, Andrea Barreto, também organizadora do evento.

domingo, 24 de julho de 2011

MARIA RITA EM CARUARU - 12 DE AGOSTO NO PALLADIUM


Confirmado: show de Maria Rita no Palladium em Caruaru












(Adapatado de: Portal Midia)

De volta ao Brasil, a cantora Maria Rita passa por Ribeirão Pires – SP, para o Festival do Chocolate, depois parte para Caruaru, Campina Grande, Curitiba, São José do Rio Preto, Joinville, Porto Alegre, Florianópolis e mais. A produção da casa de shows Spazzio, em Campina Grande, confirmou nesta terça-feira (19) ao Paraíba1 que a cantora Maria Rita se apresenta na casa em agosto. O site oficial da artista também já noticia a data: 13 de agosto, às 22h.

12 de agosto: Maria Rita em Caruaru, Palladium – 22h

13 de agosto: Maria Rita em Campina Grande, Spazzio- 22h

http://www.maria-rita.com/blog/wp-content/themes/backstage/thumb.php?src=http://maria-rita.com/blog/wp-content/uploads/2010/08/Maria_4.jpg&w=950&h=375&zc=1&q=90

MARIA RITA

Será seu primeiro show em Campina Grande. Maria Rita chega à Paraíba depois de uma turnê em julho na Europa, com passagens pela França, Portugal e Suíca, onde canta no Festival de Montreux, onde já esteve em 2006. No retorno ao Brasil, ela apresenta um show que tem foco na sua voz como mais um instrumento em cima do palco.

As músicas escolhidas vêm dos seus três trabalhos, assim como de projetos de amigos dos quais ela participou. Antes de chegar a Campina, ela sobe ao palco em Caruaru.

Os camarotes e as mesas para o Spazzio já estão sendo reservados pessoalmente na casa de shows. O camarote superior (para 10 pessoas) custa R$ 800. Já o camarote para o primeiro andar custa R$ 600. As mesas para quatro pessoas saem por R$ 250 e as entradas individuais para a pista custam R$ 25. Os interessados podem ter acesso a mais informações pelos telefones (83) 3334.8243 e 3333.4958.


sábado, 23 de julho de 2011

Marina Lima - Pra Sempre (Part. de Samuel Rosa)



Pra Sempre (part. Samuel Rosa)

Marina Lima

Acho que agora vejo
Acho que eu encontrei
O que havia e sempre procurei
Não veio das montanhas
Nem tava nesse mar
Mas de um clarão no seu olhar

Tive histórias tristes
eu só bem sei
mas que o tempo fez transformar

Só assim pra sentir o beijo
Só assim para reconhecer
A diferença entre os outros e você

Como vale arriscar na vida
como é bom amadurecer
e te encontrar assim por merecer

Tive histórias tristes
e só eu bem sei
e que o tempo fez transformar

Em vitórias, brilhos
que me levam a crer
neste forte impeto de amar

Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre

Sei que agora vejo
Sei que eu encontrei
O que havia e sempre procurei

Tendo você comigo
Há muito pra sonhar
E o universo inteiro
pra alcançar

Tive histórias tristes
e só eu bem sei
e que o tempo fez transformar

Em vitórias, brilhos
que me levam a crer
neste forte impeto de amar

Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre

Tive histórias tristes
e só eu bem sei
e que o tempo fez transformar

Em vitórias, brilhos
que me levam a crer
neste forte impeto de amar

Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre

MARINA LIMA - CLÍMAX

Após cinco anos, Marina Lima lança novo CD: Clímax

Esta é a capa de Clímax, o novo álbum de Marina Lima. A cantora e compositora carioca – agora radicada em São Paulo – apresenta 11 canções em seu 19º álbum, o sucessor de Lá nos primórdios, lançado em 2006.
Neste novo disco, Marina tira férias da parceria com seu irmão, o poeta Antonio Cícero, para estabelecer novas conexões musicais. Com Adriana Calcanhotto nasceu Não me venha mais com o amor, faixa que abre o CD; com o Skank Samuel Rosa, surgiu Pra sempre - com participação do músico mineiro, e com Alex Fonseca, Karina Buhr e Edgard Scandurra, Marina compôs Desencantados, que conta ainda com a presença dos dois últimos (Karina e Edgard). Vanessa da Mata também comparece neste Clímax, emprestando seus vocais para um dueto com Marina Lima em A parte que me cabe.
O disco traz ainda uma regravação, em inglês: Call me, de Tony Hatch. Um grande sucesso bastante conhecido do público brasileiro, na voz de Chris Montez.
Confira a relação de faixas de Clímax:
Não me venha mais com o amor (Marina Lima e Adriana Calcanhotto)
#SPFeelings (Marina Lima)
Lex (My Weird Fish) (Marina Lima)
Keep Walkin’ (Marina Lima)
A Parte que me cabe (Marina Lima) – participação de Vanessa da Mata
De todas que vivi (Marina Lima)
Call me (Tony Hatch)
Doce de nós (Marina Lima)
Desencantados (Marina Lima, Alex Fonseca, Karina Buhr e Edgard Scandurra) – participações de Karina Buhr e Edgard Scandurra
As ordens do amor (Marina Lima)
Pra sempre (Samuel Rosa e Marina Lima) – participação de Samuel Rosa.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Engenheiros do Hawaii - Somos quem podemos ser (Acústico MTV)



Somos Quem Podemos Ser

Engenheiros do Hawaii

Composição: Humberto Gessinger

Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção

E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração

A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez

Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

Um dia me disseram
Quem eram os donos da situação
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem essa prisão

E tudo ficou tão claro
O que era raro ficou comum
Como um dia depois do outro
Como um dia, um dia comum

A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez

Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem essa prisão

Quem ocupa o trono tem culpa
Quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa
Quem evita a dúvida também tem

Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

quarta-feira, 20 de julho de 2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Salas de cinema no North Shopping serão inauguradas no dia 22


Segundo informações oficiais da Assessoria de Imprensa da Rede Centerplex, as salas de cinema em Caruaru serão inauguradas no próximo dia 22 (sexta-feira). As sessões começariam já nesta sexta-feira (15), mas, foram adiadas porque estavam prontas apenas duas salas convencionais. A assessoria confirmou nesta quarta-feira (13), que a organização decidiu inaugurar em novo dia porque é preferível abrir as sessões com todas as salas funcionando.

No total, o Centerplex Caruaru terá três salas convencionais e mais uma 3D. No dia 22, a bilheteria estará aberta a partir das 11h. Já as sessões começam às 13h.

Ainda de acordo com a assessoria, a programação será fechada todas as quartas-feiras. Mas, será divulgada para o público somente a partir do dia posterior. O Centerlplex divulgou a lista dos preços e filmes que estarão em cartaz, confira abaixo:

SALA CONVENCIONAL

Valores Inteiros (exceto para 3D):

•Segundas e quartas (exceto feriados): R$ 13,00 – Todos pagam meia: R$ 6,50

•Terças e quintas (exceto feriados): R$ 11,00 (matinê) e R$ 13,00 (noite)

•Sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 12,00 (matinê ) e R$ 14,00 (noite)

•Família Unida (todos os dias): R$ 32,00 (2 adultos + 2 crianças até 12 anos)

•Quanto Mais Cedo Melhor: R$ 10,00. Sessões iniciadas até as 15h00 aos sábados, domingos e feriados

•Cine Tarde: R$ 4,00. Quando houver sessões iniciadas às 15h00, exceto filmes 3D.

SALA 3D

Valores Inteiros para Projeção 3D:

oSegundas e quartas (exceto feriados): R$ 15,00

oTerças e quintas (exceto feriados): R$ 18,00

oSexta, sábado, domingo e feriados: R$ 20,00

oFamília Unida (todos os dias): R$ 42,00 (2 adultos + 2 crianças de até 12 anos)

*Matinês: sessões iniciadas até as 17h00.

•Os filmes que estarão em cartaz serão:

- Carros 2

- Cilada.com

- Kung Fu Panda

- Transformers 3: O Lado Oculto da Lua

- Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (3D)

- Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (convencional)

Fonte: Jornal Extra

Show de Bebel Gilberto no FIG 2011

domingo, 17 de julho de 2011

Festival de Inverno de Garanhuns - 2011


Curtimos todos os momentos em que lá estivemos
Aventuras (a começar pela hospedagem)
Diversão
Cultura
Diversidade
Curtição
Shows para ninguém ficar parado
Pato Fu, Nando Reis, Frejat
Orquestra Santa Massa, Gal Costa e Bebel Gilberto

Esse foi o nosso FIG 2011
Sensacional!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

FREJAT - A Felicidade Bate À Sua Porta - Nova música!


A FELICIDADE BATE -À SUA PORTA
(GONZAGUINHA)
O trem da alegria saiu agora
Partiu nesse instante
Da Rádio Nacional
A gare principal da Central
Carregado de ioiôs e colares, cocares,
Miçangas e tangas e sambas para o nosso Carnaval

O trem da alegria promete-mete-mete-mete, garante
Que o riso será mais barato, dora-dora-dora em diante
Que o berço será mais confortável
Que o sonho será interminável
Que a vida será colorida, etc e tal

Que a dona felicidade
Baterá em cada porta
E que importa a mula manca
Se querem
A dona felicidade

O trem da alegria promete-mete-mete-mete, garante
Que o riso será mais barato, dora-dora-dora em diante

Que a dona felicidade
Baterá em cada porta
E que importa a mula manca
Se querem
A dona felicidade
Se eu quero
A dona felicidade

quinta-feira, 14 de julho de 2011

FIG: começa hoje festa que celebra diversidade cultural


Saiba sobre todos os detalhes do evento que se estende até o dia 23 deste mês

De hoje (14) até o dia 23 de julho, o Agreste de Pernambuco sediará um dos mais tradicionais eventos culturais do Estado: o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG 2011). Em sua 21ª edição, o festival homenageia o cantor, compositor, escritor e artista plástico pernambucano Lula Côrtes, falecido em 27 de março deste ano.

Em 2011, o Governo do Estado está investindo R$ 14,2 milhões no FIG, que consolidou Garanhuns como polo agregador das expressões culturais de todas as regiões do Estado. Durante o festival, a cidade recebe centenas de atrações, entre shows, espetáculos teatrais, intervenções artísticas, exposições, apresentações circenses, performances de dança, mostras de cinema, oficinas, debates e atividades de formação, entre outros.

Algumas das principais atrações são Nando Reis , Pato Fu, Seu Jorge , Marcelo Camelo , Frejat, Jorge Aragão, Marina Lima, Fafá de Belém, além de artistas regionais como Elba Ramalho, Alceu Valença, Maciel Melo, Nádia Maia Nação Zumbi, Mundo Livre s/a, Adilson Ramos, Orquestra Contemporânea de Olinda, entre outros.

VEJA AQUI A PROGRAMAÇÃO COMPLETA

A seleção para composição da grade foi feita a partir do edital convocatório nacional, onde artistas enviaram suas propostas para todos os segmentos contemplados pelo FIG. Cerca de 20% da programação musical foi composta por artistas e grupos que foram convidados diretamente pela equipe de concepção e produção do evento.

Durante os 10 dias de festival, mais de um milhão de pessoas devem circular pela cidade, garantindo resultados positivos também para a economia local e o turismo da região.

TRIBUTO
A noite de abertura, que acontece na quinta-feira (14), será marcada por um grande show em homenagem a Lula Côrtes. O tributo contará com a participação de artistas que fizeram parte da trajetória de Côrtes, como Zé da Flauta, Lailson, Don Tronxo, Ortinho, Tito Lívio e Roger de Renor, que serão acompanhados pelas bandas Má Companhia e Triângulo do Poder.

Na mesma noite, o cantor Alceu Valença traz para o palco principal do FIG o histórico show Vivo! Apresentado pela primeira vez em 1976, no Rio de Janeiro, o espetáculo consagrou o artista nacionalmente, com um rock pernambucano psicodélico, com temas repletos de metáforas políticas e existenciais.

Vivo! alinha o rock aos sons nordestinos e foi considerado um manifesto contra a hipocrisia e o conformismo. O show, apresentado no último mês de março, em São Paulo, contou com a participação especial de Lula Côrtes, no que foi sua última apresentação pública.

NOVIDADES
Além das ações na estrutura montada nos parques Euclides Dourado, Ruber Van der Linden (Pau Pombo) e na Praça Guadalajara, o evento levará uma série de projetos para outros pontos da cidade, democratizando o acesso à cultura e dando continuidade ao conceito de descentralização defendido pela política do Pernambuco Nação Cultural.

Entre as novidades programadas para esta edição, está “Um Caminhão de Cultura”, um palco móvel que levará para outros bairros da cidade apresentações de música, cultura popular, artes cênicas e literatura. No projeto “A Gente da Palavra”, duplas de poetas percorrerão os bairros de Garanhuns recitando poesias e trechos de contos para a população e visitantes.

Outra inovação foi a ampliação da área onde acontecem os cortejos de cultura popular. Os desfiles dos grupos serão levados para outras partes da cidade, invertendo a lógica do espetáculo e levando o artista para perto do público.

FORMAÇÃO CULTURAL
Durante os dez dias do FIG, são oferecidas à população, de forma gratuita, uma série de oficinas de linguagens e institucionais. O objetivo é que as oficinas que serão ofertadas no FIG 2011 sejam o ponto de partida para o início de um novo processo de formação dentro do trabalho desenvolvido no setor cultural em Pernambuco.

PATRIMÔNIO
A ação da Diretoria de Preservação Cultural no FIG 2011 consiste no projeto “Pernambuco na Memória: conte aqui sua história”. Serão instaladas cabines em pontos estratégicos da cidade. O espaço receberá transeuntes, moradores de Garanhuns que poderão gravar seu depoimento sobre a cidade.

A captação de depoimentos da população, nas cidades por onde o festival Pernambuco Nação Cultural passa tem o objetivo de mapear a história oral da população. A coleta desses depoimentos irão contribuir para compor um mapa (oral e visual) de pertencimento dos moradores das 12 Regiões de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco.

CONHEÇA OS POLOS DO FIG 2011
O festival contará com diversos polos temáticos, concentrando as ações no circuito Guadalajara-Euclides Dourado-Ruber Van der Linden (Pau Pombo).

Esplanada Guadalajara
Palco de maior público do festival, a Guadalajara recebe as atrações de grande porte, com apresentações que contemplam diversos estilos musicais. Acontece todos os dias, a partir das 22h, e marca a abertura do festival, como atração única da quinta-feira, primeiro dia do evento.

Parque Euclides Dourado
Palco Pop: Apresentações de bandas e artistas de música alternativa, mesclando o rock e seus derivados, como manguebeat, funk e rap, entre outros, com a música regional. A programação acontece da primeira sexta ao segundo sábado do FIG, entre 19h e 22h.

Palco Forró: Espaço destinado aos gêneros da matriz do forró, utiliza a mesma estrutura do Palco Pop, com shows que começam por volta da meia-noite. Também acontece durante nove dias, da primeira sexta-feira até o encerramento.

Espaço Criança: Circo com capacidade para cerca de mil crianças, onde acontecem espetáculos de circo, teatro, recreação e narração de histórias, entre outras, sempre pela manhã e à tarde.

Palco Cênicas: Apresentação de espetáculos de dança, de diversos estilos, às 16h, e encenação de peças de teatro infantil, mais cedo, às 10h. De sábado a sábado.

Pavilhão do Artesanato: Espaço para a exibição e comercialização do artesanato pernambucano. Funciona a partir do primeiro sábado, entre 14h e 22h. O Caminhão do Programa de Artesanato de Pernambuco (PAPE) também compõe a ação de artesanato, funcionando na entrada do Parque Euclides Dourado.

Pavilhão institucional: Abriga os estandes de diversos órgãos do Governo do Estado, como Secretaria de Saúde, Secretaria de Educação, Compesa, AD Diper, etc. Funciona de sábado a sábado, das 14h às 22h.

Espaço Cultura: Ação que traz um apanhado das ações da Secult e Fundarpe, com exposição dos produtos do Funcultura, MaisCultura (Pontos de Cultura), Patrimônio e Festival Pernambuco Nação Cultural. Também funciona de sábado a sábado, das 14h às 22h.

Palco Cultura Popular: Apresentação de grupos de diversas manifestações da cultura popular: boi, reisado, São Gonçalo, maracatu baque solto e virado, afoxé, pastoril, coco, mamulengo, ciranda, bloco líricos, clubes de frevo, cavalo marinho, caboclinho, clube de bonecos e alegorias, escola de samba, aboiadores, repentistas, quadrilha junina, índios, toré, banda de pífano, cabaçal). As apresentações acontecem de segunda e sábado, entre 10h e 15h, no centro de Garanhuns

Palco Instrumental: Palco montado no Parque Ruber Van der Linden (Pau Pombo), destinado aos grupos e artistas instrumentais, com apresentações que vão da música regional ao jazz. Programação de segunda a sábado, sempre às 18h.

Palco Erudito: Programação de nove dias na Igreja Matriz de Santo Antônio, pela manhã e à tarde, com apresentações de música erudita, sendo quatro dias com curadoria do Conservatório Pernambucano de Música, quatro dias com curadoria do Virtuosi e um dia da Fundarpe.

Cinema Eldorado
Mostra do Cinema Pernambuco e Filmes de Arte – A programação montada pela Coordenadoria de Audiovisual da Secult-PE, em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco. São três sessões diárias, com ingressos gratuitos, que acontecem de sábado a sábado, a partir das 15h.

Teatro Alfredo Leite
Realização de espetáculos de teatro adulto e ópera, com a presença de grupos pernambucanos e de outros estados. De sábado a sábado, sempre entre a partir das 19 horas. Entrada gratuita.

Galpão das Artes
Espaço destinado a diversas linguagens, como artes visuais, fotografia, design e moda, funciona como uma grande galeria.

Casa da Palavra

Espaço onde funcionarão as ações de Literatura, localizada na Academia de Letras (Rua 15).

Pontos de Cultura
O FIG promove a integração dos Pontos de Cultura no cenário cultural pernambucano. Neste ano, funcionará o Casarão dos Pontos de Cultura, que reunirá parte da produção dos grupos e será local para apresentações e oficinas. Além disso, diversos Pontos de Cultura fazem parte da programação dos palcos e cortejos de cultura popular e no pavilhão de artesanato.


FONTE: http://maisab.com.br/tvasabranca/blog/fig-comeca-hoje-festa-que-celebra-diversidade-cultural/

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Bebel Gilberto. So Nice.

BEBEL GILBERTO


Biografia

Bebel teve sua estréia na música precocememte. Aos 9 anos ela já havia se apresentado no Carnegie Hall com sua mãe e Stan Getz , e já tinha participado no musicais Pirlimpimpim e Saltimbancos com sua mãe e seu tio, Chico Buarque.

Sua estréia como solo profissional veio em 1986 com um EP auto-intitulado lançado pela WEA, que incluiu "Preciso Dizer Que Te Amo", com parceria com Cazuza e , quando ambos estavam na Banda Barão Vermelho. Em 1991, a filha de Gilberto e Miúcha trocou Ipanema ,onde cresceu, para Manhattan, onde ela nasceu. Bebel continua a vivendo em Nova Iorque, mas compartilha seu tempo entre os EUA eo Brasil.

Bebel foi uma grande amiga de Cazuza e compôs várias músicas com ele, além de "Eu Preciso Dizer Que Te Amo", incluindo "Amigos de Bar", "Mais Feliz" e "Sem Razão Mulher".

Ela participou do projeto Red Hot + Rio, juntando-se grandes estrelas da música como Everything But The Girl , Maxwell , George Michael e outros para a gravação do CD beneficiário. Ela também colaborou no CD do produtor japonês Towa Tei Future Listening, cantando os hits "Technova" e "Batucada" e também participou no projeto Peeping Tom de Mike Patton (ex-vocalista do Faith No More), cantando "Caipirinha".

Com o lançamento de 'Tanto Tempo' em 2000, Bebel inventou a bossa eletrônica, que assumiu os clubes de todo o mundo e Bebel se posicionou como uma das artistas mais vendidos do Brasil nos EUA desde os anos 60. Com seu segundo álbum, "Bebel Gilberto" (2004), ela refinou seu som para criar um estilo lounge acústico que apresentou seus pontos fortes como uma compositora brasileira.

Com o Lançamento do CD Momento (2007), seu terceiro álbum em sete anos, ela quis fazer uma fusão de ambos. Misturando um pouco do Rio 'Orchestra Imperial' junto com a banda de Nova York Brazilian Girls, e seguindo a direção do produtor Inglês Guy Sigsworth (o parceiro de Madonna em "What It Feels Like for a Girl"), esse momento reafirma o caráter internacional da cantora Bebel.

All in One, foi lançado mundialmente em 29 de setembro de 2009 na famosa gravadora de jazz americana Verve, e lançado no Brasil pela Universal Music. Para forjar uma serenidade madura em "All in One", Bebel tinha uma super equipe de produtores, incluindo Mark Ronson (Amy Winehouse, Lily Allen), D. João (Dust Brothers, Beck), Daniel Jobim , Carlinhos Brown , Didi Gutman (Brazilian Girls ) e Mario Caldato Jr (Beastie Boys, Bjork, Jack Johnson).

Desde o lançamento de "Tanto Tempo", em 2000, já vendeu mais de 2,5 milhões de de CD's e tem sido destaque em sete trilhas de filmes (incluindo "Next Stop Wonderland", "Bubble", "Closer" e, mais recentemente em 2010 "Eat Pray Love") e sete séries de TV ( Sex and the City, Six Feet Under, Nip/Tuck ...)

Discografia

Álbuns de estúdio

  • Um Certo Geraldo Pereira, Funarte (com Pedrinho Rodrigues) (1983, Atração)
  • De Tarde, Vendo O Mar (com Luizão Maia & Banzai) (1991)
  • Tanto Tempo (2000) Ziriguiboom
  • Bebel Gilberto (2004) Ziriguiboom
  • Momento (2007) Ziriguiboom
  • All in One (2009) Verve Records

Álbuns remix

  • Tanto Tempo Remixes (2001) Ziriguiboom
  • Tanto Tempo (Edição Especial Remix) (2003) Records EastWest
  • Bebel Gilberto Remixed (2005) Ziriguiboom

Bomba Atômica de Hiroshima e Nagasaki

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Maria Rita - Cupido



Cupido

Maria Rita

Composição: Cláudio Lins

Eu vi quando você me viu
Seus olhos pousaram nos meus
Num arrepio sutil
Eu vi... pois é, eu reparei
Você me tirou pra dançar
Sem nunca sair do lugar
Sem botar os pés no chão
Sem música pra acompanhar

Foi só por um segundo
Todo o tempo do mundo
E o mundo todo se perdeu

Eu vi quando você me viu
Seus olhos buscaram nos meus
O mesmo pecado febril
Eu vi... pois é, eu reparei
Você me tirou todo o ar
Pra que eu pudesse respirar
Eu sei que ninguém percebeu
Foi só você e eu

Foi só por um segundo
Todo o tempo do mundo
E o mundo todo se perdeu (2x)
Ficou só você eu eu

Quando você me viu...

FLIP 2011 - Mesa 06 - Pontos de fuga

domingo, 10 de julho de 2011

Biquini Cavadão - Quando eu te encontrar



Composição: Alvaro / Bruno / Miguel / Sheik / Coelho / Beni

Eu já sei o que meus olhos vão querer
Quando eu te encontrar
Impedidos de te ver
Vão querer chorar
Um riso incontido
Perdido em algum lugar
Felicidade que transborda
Parece não querer parar
Não quer parar
Não vai parar

Eu já sei o que meus lábios vão querer
Quando eu te encontrar
Molhados de prazer
Vão querer beijar
E o que na vida não se cansa
De se apresentar
Por ser lugar comum
Deixamos de extravazar, de demonstrar

Nunca me disseram o que devo fazer
Quando a saudade acorda
A beleza que faz sofrer
Nunca me disseram como devo proceder
Chorar, beijar, te abraçar, é isso que quero fazer
É isso que quero dizer

Eu já sei o que meus braços vão querer
Quando eu te encontrar
Na forma de um "C"
Vão te abraçar
Um abraço apertado
Pra você não escapar
Se você foge me faz crer
Que o mundo pode acabar, vai acabar

Pensar é Transgredir Lya Luft




Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.

Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.

Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.

Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"

O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.

Sem ter programado, a gente pára pra pensar.

Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.

Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.

Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.

Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.

Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.

Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.

Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.

Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.

Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.

Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.

Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.

Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.

E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.


LUFT, Lya. Pensar é Transgredir, Ed Record, São Paulo.

Corridinho Adélia Prado


O amor quer abraçar e não pode.

A multidão em volta,

com seus olhos cediços,

põe caco de vidro no muro

para o amor desistir.

O amor usa o correio,

o correio trapaceia,

a carta não chega,

o amor fica sem saber se é ou não é.

O amor pega o cavalo,

desembarca do trem,

chega na porta cansado

de tanto caminhar a pé.

Fala a palavra açucena,

pede água, bebe café,

dorme na sua presença,

chupa bala de hortelã.

Tudo manha, truque, engenho:

é descuidar, o amor te pega,

te come, te molha todo.

Mas água o amor não é.

Euteamo e suas estréias - Elisa Lucinda


O espetáculo O semelhante, de Elisa Lucinda criou um novo espaço para a poesia. Viajando pelo Brasil, a poeta capixaba, debaixo das luzes dos refletores, dá voz e vida a seus versos, como faziam os antigos menestréis. Na tentativa de definir a espontaneidade, a provocação, a carga explosiva de seus versos, ficamos com a certeza de que o talento de Elisa Lucinda não fica aprisionado nos cânones clássicos da composição poética. Ela é toda emoção.O sucesso da poeta, comprovado nas anotações de sua agenda de viagem, começa a romper as fronteiras brasileiras. Em 1998, no 14º Festival de Poesia de Trois-Rivière, no Canadá, recebeu o apelido de Tornado Brasileiro. Elisa decidiu criar a Escola Lucinda de Poesia Viva. Com seus alunos, apresenta-se em diversos espaços culturais semeando a sua poesia e a de outros poetas como Manoel de Barros e Adélia Prado.O escritor Antonio Olinto classifica como "neopagãos" os versos de Elisa Lucinda, e afirma que "sua poesia é a de plena emoção, que não se pode deixar de ler ou, se a autora estiver perto, ver e ouvir". Como afirma Alice Ruiz na apresentação do livro, "hoje, sim, o ser mulher está dito... E, bem no centro... a voz lúcida de Elisa Lucinda. Corajosa, desabrida, sem-vergonha, forte e guerreira, desvendando os mistérios do pensamento e dando um banho de sentimentos. Especialmente neste EUTEAMO E SUAS ESTRÉIAS, onde todas as declarações de amor estão presentes: pelo verbo, pelo verso, pela falta, pela presença, pela parceria, pela pátria, pela verdade, pela dúvida e pela certeza, pelo tesão."

sábado, 9 de julho de 2011

J. Borges, homenageado da Fenearte, prevê vida longa ao cordel

Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
09/07/2011




Um grupo de alunos da rede pública estadual, beneficiados pelo Projeto Travessia, tiveram na tarde deste sábado lições de vida e de arte vindas do principal nome da gravura popular brasileira, o cordelista J. Borges. Imagem: Josué Nogueira/DP/D.A Press
Imagem: Josué Nogueira/DP/D.A Press


Um grupo de alunos da rede pública estadual, beneficiados pelo Projeto Travessia, tiveram na tarde deste sábado lições de vida e de arte vindas do principal nome da gravura popular brasileira. O cordelista J. Borges, em visita a Unidade Móvel do Artesanato, instalada na XII Feira de Negócios do Artesanado - Fenearte, trocou experiências com os jovens que durante os 10 dias de feira expuseram no espaço cordéis, cujo mote foi o artesanato e a cultura popular das regiões de origem de cada um.

No estande do Projeto, J. Borges deu dicas, algumas broncas, chamou atenção para a rima e métrica dos versos escritos nos cordéis, mas sobretudo elogiou a iniciativa do Governo do Estado, que na XII Fenearte homenageia a literatura de cordel. "Esto muito satisfeito. Acho que por iniciativas como esta o cordel deve viver por muitos e muitos anos", afirmou este artista popular nascido em Bezeros, no Agreste pernambucano.
Na ocasião, J. Borges lembrou ainda que, quando era jovem todo mundo queria sair da cidade, mas ele manteve-se firme em não abandonar o lugar em que nasceu e foi criado. "Acreditei na arte e no meu ofício e hoje sou reconhecido no mundo inteiro", assegura.

Não à toa, este cordelista que optou por usar madeira como pinho e imburana na impressão da xilogravura, conquistou artistas e acadêmicos do mundo inteiro. Ganhou prêmios nacionais e internacionais e foi um dos 13 artistas escolhidos para ilustrar o calendário anual da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2002. Desde 2006, J. Borges é considerado Patrimônio Vivo de Pernambuco. O Travessia é uma ação do Governo do Estado, em parceria com a Fundação Roberto Marinho , que trabalha pela erradicação da distorção idade-série entre jovens - Participam do Projeto cerca de 1.400 alunos de mais de 70 turmas de toda rede pública estadual escreveram e ilustraram cordéis .

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O que você vai ler nas férias? DICAS DO SITE DA OLIMPÍADA DA LÍNGUA PORTUGUESA - ESCREVENDO O FUTURO


Foi pensando no período mais aguardado de todo final de semestre que nós, da Comunidade Virtual Escrevendo o Futuro, resolvemos procurar colegas aqui do Cenpec para pedir sugestões de leituras de férias. Foram muitas e variadas indicações, todas devidamente apresentadas e comentadas. Nesta semana publicamos a primeira parte da lista. Aproveite para também deixar a sua sugestão.


Anna Helena Altenfelder, superintendente do Cenpec.

2786_riofloresRio das Flores, Miguel Sousa Tavares (Cia. das Letras, 2008)

“O que mais gosto nas férias é a oportunidade de ‘mergulhar’ na leitura de um livro. Uma das boas coisas da vida, em minha opinião, é passar um dia inteiro, enredada em uma boa história, vivendo as emoções de personagem em tempos e espaços diferentes do cotidiano. Assim, um dos meus gêneros preferidos para ler nesta época é o romance histórico no qual o autor, para compor sua narrativa, cria tramas ao mesmo tempo em que resgata ficticiamente acontecimentos, costumes e personagens históricos, procurando reconstruir um dado momento social e cultural.

Rio das Flores, de Miguel Sousa Tavares é um destes livros. Por um lado traz uma minuciosa reconstituição do contexto de Portugal, Espanha e Brasil, na primeira metade do século passado resgatando fatos como a ditadura de Salazar, a guerra civil espanhola, o Rio de Janeiro dos anos 30 e a Segunda Guerra Mundial. Por outro, encanta o leitor ao narrar as aventuras de dois irmãos, seus amores, encontros e desencontros, conflitos e confrontos de idéias na relação com a terra em que nasceram e a manutenção ou mudança das tradições.” AHA


Antonio Gomes Batista, coordenador de desenvolvimento de pesquisas do Cenpec e professor da UFMG.

2786_ahumilhaHomem Comum, Philip Roth (Cia. das Letras, 2007) A Humilhação, Philip Roth (Cia. das Letras, 2010) Ensaios, Michel de Montaigne (Ed. Martins Fontes, 2002)

“Eu sou meio bagunçado em minhas leituras de férias e não faço muitos planos. Minha mulher é mais organizada e acabo lendo o que ela compra. Não sei ainda o que ela está pretendendo ler para as próximas, mas nas férias passadas eu gostei muito de dois livros dentre os que ela tinha escolhido, ambos do escritor norte-americano Philip Roth: Homem Comum (Cia. das Letras, 2007) e A Humilhação (Cia. das Letras, 2010). São romances curtos difíceis de serem lidos impunemente. Os dois falam da velhice e da morte. Os dois contam em detalhes o fracasso repetido e anunciado de dois homens: um publicitário que se aposenta (e revê sua vida) e um ator que repentinamente não consegue mais atuar (e perde suas referências). Eu tenho de confessar que os livros me deixaram bem deprimido. Nessas horas, eu sempre recorro a um “companheiro”, que está sempre comigo e que leio ao acaso: Montaigne (Ensaios- Ed. Martins Fontes, 2002). Nele eu sempre encontro a esperança de, ao contrário dos dois personagens dos romances de Roth, manter a lucidez, a dignidade e buscar constantemente evitar o auto-engano na nossa rápida passagem por esse mundo estranho.” (AGB)


Ana Luiza Marcondes Garcia, ou simplesmente Iza. Professora de Linguística da PUCSP, participa de ações do Cenpec nas Olimpíadas de Língua Portuguesa. Em 2011 coordenou a elaboração do curso online Sequências didáticas: aprendendo por meio de resenhas.

2786_marinquietoMar Inquieto, Yukio Mishima (Cia. das Letras, 2002)

“Para os que querem descansar um pouco do trabalho, indico a leitura de uma história de amor, linda, leve e literária. O livro chama-se Mar Inquieto (Cia. das Letras, 2002) e foi escrito por Mishima, um autora japonês, mas que conta uma história de amor universal, quase uma fábula. Quem quiser, pode ler a resenha neste link

http://www.ciadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=11252

O livro é pequeno, fácil para carregar em uma viagem. Foi assim que o li: acompanhou-me em um início de férias e me transportou para um universo muito diverso do da sala de aula, correção das provas, médias etc.” (ALMG)


Maria Alice Armelin, coordenadora do Projeto Entre na roda, que forma mediadores de leitura.

2786_boaciaBoa companhia – haicai, Rodolfo Gutilla (org.) (Cia das Letras 2009)

“Férias sugerem descanso e lazer, sobretudo em boa companhia. Por isso indico para aqueles que querem incluir em suas férias uma leitura bastante interessante e agradável, a obra Boa companhia – haicai, da Cia das Letras 2009. Nela, o organizador Rodolfo Gutilla apresenta uma seleção primorosa de haicais, de autoria de diferentes poetas brasileiros, como Monteiro Lobato, Guilherme de Almeida, Millôr Fernandes, Paulo Leminski, Alice Ruiz e outros, mostrando como essa forma poética se aclimatou entre nós.

Na introdução, há um breve histórico onde Gutilla nos apresenta informações sobre o haicai, poema tradicional japonês, composto geralmente de 3 versos com 5, 7 e 5 sílabas poéticas, no qual se busca a aproximação entre a natureza e o espírito humano. Matsuó Bashô (1644-94), o guerreiro que virou poeta, foi o seu maior expoente.” (MAA)


América A. C. Marinho: professora de Língua Portuguesa e formadora do Cenpec.

2786_olivrodasO livro das ignorãças, Manoel de Barros (Record, 1997)

“Manoel de Barros, em mais este livro, como em tantos outros, revela com rara sensibilidade como as “coisas grandes” da poesia estão nas “coisas mais miúdas”, quando a gente olha bem no fundo da vida. Por isso, para esse grande poeta, ler e fazer poesia é ‘Como pegar na voz de um peixe’ ou descobrir e saber ‘Usar algumas palavras que ainda não tem no idioma’.”(AACM)





2786_vocejurouVocê jurou que eu ia ser feliz
, Sônia Nolasco (Ed. Global, 1987).

“Esses contos de Sônia Nolasco mostram o que aconteceu com todos os sonhos, conquistas, dúvidas e inquietações das mulheres que, na década de 1960, lutaram para se libertar de séculos de opressão e para serem felizes. Li esse livro há mais de 20 anos e adorei, parecia que ele tinha sido escrito pra mim. Recentemente, quando o reli, senti de novo o mesmo impacto.” (AACM)




2786_ascemmelhoresAs cem melhores crônicas brasileiras, Joaquim Ferreira Santos (Org.) (Objetiva, 2007). “A crônica é tão expressiva na formação da literatura brasileira e atende tanto aos mais diversos interesses e expectativas do leitor, que não é exagero afirmar que no Brasil nós encontramos os melhores cronistas do mundo. Nesse livro, você vai poder conviver com literatura da melhor qualidade: do lirismo ao humor, da confissão intimista à crítica social, do drama à comédia, da política à metafísica. E se deliciar!” (AACM)





2786_ovinhoO vinho da juventude
, John Fante (Ed. José Olympio, 2010)

“Só há pouco mais de um mês conheci esse autor. E me apaixonei. Tanto, que este já é o terceiro livro dele que leio e, em minha opinião, o mais belo. São treze contos, líricos, tristes e engraçados, que mostram a vida de uma família italiana em Denver, na década de 1930, pelos olhos de um menino.” (AACM)




Ana Regina Carrara - historiadora, coordenadora do Núcleo de Cultura do Cenpec

2786_asmontanhasAs montanhas de Buda, Javier Moro (Ed. Planeta do Brasil, 2010).

“Livro escrito pelo espanhol Javier Moro, narra fatos verídicos e diálogos fictícios sobre a história de duas jovens monjas tibetanas. O romance aborda com muita sensibilidade o sofrimento do povo tibetano e apresenta com ricos detalhes uma cultura muito diversa da nossa. É uma viagem pelas montanhas do Himalaia.” (ARC)


A Comunidade Virtual está acompanhando o que de melhor acontece na 9ª. Feira Literária Internacional de Paraty. Acesse a página oficial da FLIP para acompanhar os principais eventos transmitidos ao vivo pela internet. Na próxima semana publicaremos relatos de Maria Aparecida Laginestra, da equipe da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro que está em Paraty participando do encontro.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

CLARICE LISPECTOR




Clarice Lispector é o principal nome de uma tendência intimista da moderna literatura brasileira. Sua obra apresenta como principal eixo o questionamento do ser, o 'estar-no-mundo', o intimismo, a pesquisa do ser humano, resultando no chamado romance introspectivo. 'Não tem pessoas que cosem para fora Eu coso para dentro', assim explicava a autora o seu ato de escrever. Nesse eterno questionar, a obra da romancista apresenta uma certa ambigüidade, um jogo de antíteses marcado pelo eu e pelo não-eu, o ser e o não ser, já notado, de outra forma, na obra de Guimarães Rosa.

No nível da linguagem, percebe-se também em Clarice Lispector uma certa preocupação com a revalorização das palavras, dando-lhes uma roupagem nova, explorando os limites do significado, ao mesmo tempo que trabalha metáforas e aliterações. Há inclusive uma preocupação muito grande com aquilo que está escrito sem o uso da palavra, o que está nas entrelinhas.

Essa literatura introspectiva, intimista, vem se colocar como uma tendência na prosa moderna do Brasil, afastando-se mais do social, do retrato da sociedade em crise, para a crise do próprio indivíduo, sua consciência e inconsciência.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

VIDAS SECAS - GRACILIANO RAMOS - Oportunidade de ler uma obra maravilhosa


Por: www.setanet.com.br

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

Os abalos sofridos pelo povo brasileiro em torno dos acontecimentos de 1930, a crise econômica provocada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, a crise cafeeira, a Revolução de 1930, o acelerado declínio do nordeste condicionaram um novo estilo ficcional, notadamente mais adulto, mais amadurecido, mais moderno que se marcaria pela rudeza, por uma linguagem mais brasileira, por um enfoque direto dos fatos, por uma retomada do naturalismo, principalmente no plano da narrativa documental, temos também o romance nordestino, liberdade temática e rigor estilístico.

Os romancistas de 30 caracterizavam-se por adotarem visão crítica das relações sociais, regionalismo ressaltando o homem hostilizado pelo ambiente, pela terra, cidade, o homem devorado pelos problemas que o meio lhe impõe.

Graciliano Ramos (1892-1953) nasceu em Quebrângulo, Alagoas. Estudou em Maceió, mas não cursou nenhuma faculdade. Após breve estada no Rio de Janeiro como revisor dos jornais "Correio da Manhã e A Tarde", passou a fazer jornalismo e política elegendo-se prefeito em 1927.

Foi preso em 1936 sob acusação de comunista e nesta fase escreveu "Memórias do Cárcere", um sério depoimento sobre a realidade brasileira. Depois do cárcere morou no Rio de Janeiro. Em 1945, integrou-se no Partido Comunista Brasileiro.

Graciliano estreou em 1933 com "Caetés", mas é São Berdado, verdadeira obra prima da literatura brasileira. Depois vieram "Angustia" (1936) e Vidas Secas (1938) inspirando-se em Machado de Assis.

Podemos justificar isto com passagens do texto:
"Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos."
"A caatinga estendia-se de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas"
"Resolvera de supetão aproveitá-lo (papagaio) como alimento..."
"Miudinhos, perdidos no deserto queimado, os fugitivos agarraram-se, somaram as suas desgraças e os seus pavores".

ESTUDO DOS PERSONAGENS

Baleia - cadela da família, tratado como gente, muito querido pelas crianças.
Sinhá Vitória - mulher de Fabiano, sofrida, mãe de 2 filhos, lutadora e inconformada com a miséria em que vivem, trabalha muito na vida.
Fabiano - nordestino pobre, ignorante que desesperadamente procura trabalho, bebe muito e perde dinheiro no jogo.
Filhos - crianças pobres sofridas e que não tem noção da própria miséria que vivem.
Patrão - contratou Fabiano para trabalhar em sua fazenda, era desonesto e explorava os empregados.
Outros personagens: o soldado, seu Inácio (dono do bar).

ESTUDO DA LINGUAGEM

Tipo de discurso: indireto livre
Foco narrativo: terceira pessoa

Adjetivos, figuras de linguagem:
Metáfora: " - você é um bicho, Fabiano".
Prosopopéia: compara Baleia como gente

ANÁLISE DAS IDÉIAS

Comentário Crítico:

Esse livro retrata fielmente a realidade brasileira não só da época em que o livro foi escrito, mas como nos dias de hoje tais como injustiça social, miséria, fome, desigualdade, seca, o que nos remete a idéia de que o homem se animalizou sob condições sub-humanas de sobrevivência.

RESUMO DA OBRA

Mudança

Em meio à paisagem hostil do sertão nordestino, quatro pessoas e uma cachorrinha se arrastam numa peregrinação silenciosa _ _ . O menino mais velho, exausto da caminhada sem fim, deita-se no chão, incapaz de prosseguir, o que irrita Fabiano, seu pai, que lhe dá estocadas com a faca no intuito de fazê-lo levantar. Compadecido da situação do pequeno, o pai toma-o nos braços e carrega-o, tornando a viagem ainda mais modorrenta _ .

A cadela Baleia acompanha o grupo de humanos agora sem a companhia do outro animal da família, um papagaio, que fora sacrificado na véspera a fim de aplacar a fome que se abatia sobre aquelas pessoas. Na verdade, era um papagaio estranho, que pouco falava, talvez porque convivesse com gente que também falava pouco _ _ .

Errando por caminhos incertos, Fabiano e família encontram uma fazenda completamente abandonada. Surge a intenção de se fixar por ali. Baleia aparece com um preá entre os dentes, causando grande alegria aos seus donos. Haveria comida. Descendo ao bebedouro dos animais, em meio à lama, Fabiano consegue água. Há uma alegria em seu coração, novos ventos parecem soprar para a sua família. Pensa em Seu Tomás da bolandeira. Pensa na mulher e nos filhos.

A inesperada caça é preparada, o que garante um rápido momento de felicidade ao grupo. No céu, já escuro, uma nuvem - sempre um sinal de esperança. Fabiano deseja estabelecer-se naquela fazenda. Será o dono dela. A vida melhorará para todos _ .

Fabiano

Em vão Fabiano procura por uma raposa. Apesar do fracasso da empreitada, ele está satisfeito. Pensa na situação da família, errante, passando fome, quando da chegada àquela fazenda. Estavam bem agora _ _ . Fabiano se orgulha de vencer as dificuldades tal qual um bicho. Agora ele era um vaqueiro, apesar de não ter um lugar próprio para morar. A fazenda aparentemente abandonada tinha um dono, que logo aparecera e reclamara a posse do local. A solução foi ficar por ali mesmo, servindo ao patrão, tomando conta do local. Na verdade, era uma situação triste, típica de quem não tem nada e vive errante. Sentiu-se novamente um animal, agora com uma conotação negativa. Pouco falava, admirava e tentava imitar a fala difícil das pessoas da cidade. Era um bicho _ .

A uma pergunta de um dos filhos, Fabiano irrita-se. Para que perguntar as coisas? Conversaria com Sinha Vitória sobre isso. Essas coisas de pensamento não levavam a nada. Seu Tomás da bolandeira, apesar de admirado por Fabiano pelas suas palavras difíceis, não acabara como todo mundo? As palavras, as idéias, seduziam e cansavam Fabiano.

Pensou na brutalidade do patrão, a tratá-lo como um traste. Pensou em Sinha Vitória e seu desejo de possuir uma cama igual à de Seu Tomás da bolandeira. Eles não poderiam ter esse luxo, cambembes que eram. Sentiu-se confuso. Era um forte ou um fraco, um homem ou um bicho _ ? Sentia, por vezes, ímpeto de lutador e fraqueza de derrotado.

Lembrando dos meninos, novamente, achou que, quando as coisas melhorassem, eles poderiam se dar ao luxo daquelas coisas de pensar. Por ora, importante era sobreviver. Enquanto as coisas não melhorassem, falaria com Sinha Vitória sobre a educação dos pequenos.

Cadeia

Fabiano vai à feira comprar mantimentos, querosene e um corte de chita vermelha. Injuriado com a qualidade do querosene e com o preço da chita, resolve beber um pouco de pinga na bodega de seu Inácio. Nisso, um soldado amarelo convida-o para um jogo de cartas. Os dois acabam perdendo, o que irrita o soldado, que provoca Fabiano quando esse está de partida. A idéia do jogo havia sido desastrosa. Perdera dinheiro, não levaria para casa o prometido. Fabiano, agora, pensava em como enganar Sinha Vitória, mas a dificuldade de engendrar um plano o atormentava.

O soldado, provocador, encara o vaqueiro e barra-lhe a passagem. Pisa no pé de Fabiano que, tentando contornar a situação à sua maneira, agüenta os insultos até o possível, terminando por xingar a mãe do soldado amarelo. Destacamento à sua volta. Cadeia. Fabiano é empurrado, humilhado publicamente.

No xadrez, pensa por que havia acontecido tudo aquilo com ele. Não fizera nada, se quisesse até bateria no mirrado amarelo, mas ficara quieto. Em meio a rudes indagações, enfureceu-se, acalmou-se, protestou inocência _ . Amolou-se com o bêbado e com a quenga que estavam em outra cela. Pensou na família. Se não fosse Sinha Vitória e as crianças, já teria feito uma besteira por ali mesmo. Quando deixaria que um soldadinho daqueles o humilhasse tanto? Arquitetou vinganças, gritou com os outros presos e, no meio de sua incompreensão com os fatos, sentiu a família como um peso a carregar _ .

Sinha Vitória

Naquele dia, Sinha Vitória amanhecera brava. A noite mal dormida na cama de varas era o motivo de sua zanga. Falara pela manhã, mais uma vez, com Fabiano sobre a dificuldade de dormir naquela cama. Queria uma cama de lastro de couro, como a de Seu Tomás da bolandeira, como a de pessoas normais.

Havia um ano que discutia com o marido a necessidade de uma cama decente e, em meio a uma briga por causa das "extravagâncias" de cada um, Sinha Vitória certa vez ouviu Fabiano dizer-lhe que ela ficava ridícula naqueles sapatos de verniz, caminhando como um papagaio, trôpega, manca. A comparação machucou-a _ .

Agora, ela irritava-se com o ronco de Fabiano ao lembrar-se de suas palavras. Circulando pela casa, fazia suas tarefas em meio a reza e a atenção ao que acontecia lá fora. Por pensar ainda na cama e na comparação maldosa de Fabiano, quase esqueceu de pôr água na comida. Veio-lhe a lembrança do bebedouro em que só havia lama. Medo da seca. Olhou de novo para seus pés e inevitavelmente achou Fabiano mau _ . Pensou no papagaio e sentiu pena dele _ .

Lá fora, os meninos brincavam em meio à sujeira. Dentro de casa, Fabiano roncava forte, seguro, o que indicava a Sinha Vitória que não deveria haver perigo algum por ali. A seca deveria estar longe _ . As coisas, agora, pareciam mais estáveis, apesar de toda a dificuldade. Lembrou-se de como haviam sofrido em suas andanças. Só faltava uma cama. No fundo, até mesmo Fabiano queria uma cama nova.

O Menino mais novo

A imagem altiva do pai foi que lhe fez surgir a idéia. Fabiano, armado como vaqueiro, domava a égua brava com o auxílio de Sinha Vitória. O espetáculo grosseiro excitava o menor dos garotos, impressionado com a façanha do pai e disposto a fazer algo que também impressionasse o irmão mais velho e a cachorra Baleia _ . No dia seguinte, acordou disposto a imitar a façanha do pai. Para tanto, quis comunicar a intenção ao mano, mas evitou, com medo de ser ridicularizado.

Quando as cabras foram ao bebedouro, levadas pelo menino mais velho e por Baleia, o pequeno tomou o bode como alvo de sua ação. Sentia-se altivo como Fabiano quando montava. No bebedouro, o garoto despencou da ribanceira sobre o animal, que o repeliu. Insistente, tentou se aprumar mas foi sacudido impiedosamente, praticando um involuntário salto mortal que o deixou, tonto, estatelado ao chão. O irmão mais velho ria sem parar do ridículo espetáculo, Baleia parecia desaprovar toda aquela loucura _ . Fatalmente seria repreendido pelos pais. Retirou-se humilhado, alimentando a raivosa certeza de que seria grande, usaria roupas de vaqueiro, fumaria cigarros e faria coisas que deixariam Baleia e o irmão admirados.

O Menino mais velho

Aquela palavra tinha chamado a sua atenção: inferno. Perguntou à Sinha Vitória, vaga na resposta. Perguntou a Fabiano, que o ignorou. Na volta à Sinha Vitória, indagou se ela já tinha visto o inferno. Levou um cascudo e fugiu indignado. Baleia fez-lhe companhia tentando alegrá-lo naquela hora difícil.

Decidiu contar à cachorrinha uma história, mas o seu vocabulário era muito restrito, quase igual ao do papagaio que morrera na viagem _ . Só Baleia era sua amiga naquele momento. Por que tanta zanga com uma palavra tão bonita ? A culpa era de Sinha Terta, que usara aquela palavra na véspera, maravilhando o ouvido atento do garoto mais velho.

Olhou para o céu e sentiu-se melancólico. Como poderiam existir estrelas? Pensou novamente no inferno. Deveria ser, sim, um lugar ruim e perigoso, cheio de jararacas e pessoas levando cascudos e pancadas com a bainha da faca _ . Sempre intrigado, abraçou-se à Baleia como refúgio _ .

Inverno

Todos estavam reunidos em volta do fogo, procurando aplacar o frio causado pelo vento e pela água que agitava a paisagem fora da casa. Chegara o inverno, e isso reunia a família próxima à fogueira. Pai e mãe conversavam daquele jeito de sempre, estranho, e os meninos, deitados, ficavam ouvindo as histórias inventadas por Fabiano, de feitos que ele nunca tinha realizado, aventuras nunca vividas. Quando o mais velho levantou-se para buscar mais lenha, foi repreendido severamente pelo pai, aborrecido pela interrupção de sua narrativa.

A chuva dava à família a certeza de que a seca não chegaria por enquanto. Isso alegrava Fabiano. Sinha Vitória, porém, temia por uma inundação que os fizesse subir ao morro, novamente errantes. A água, lá fora, ampliava sua invasão.

Fabiano empolgava-se mais ainda em contar suas façanhas _ . A chuva tinha vindo em boa hora. Após a humilhação na cidade, decidira que, com a chegada da seca, abandonaria a família e partiria para a vingança contra o soldado amarelo e demais autoridades que lhe atravessassem o caminho. A chegada das águas interrompera aqueles planos sinistros. Em meio à narrativa empolgada, Fabiano imaginava que as coisas melhorariam a partir dali; quem sabe, Sinha Vitória até pudesse ter a cama tão desejada.

Para o filho mais novo, o escuro e as sombras geradas pela fogueira faziam da imagem do pai algo grotesco, exagerado. Para o mais velho, a alteração feita por Fabiano na história que contava era motivo de desconfiança. Algo não cheirava bem naquele enredo _ . Sempre pensativo, o menino mais velho dormiu pensando na falha do pai e nos sapos que estariam lá fora, no frio.

Baleia, incomodada com a arenga de Fabiano, procurava sossego naquela paisagem interior. Queria dormir em paz, ouvindo o barulho de fora _ .

Festa

A família foi à festa de Natal na cidade. Todos vestidos com suas melhores roupas, num traje pouco comum às suas figuras, o que lhes dava um ar ridículo. A caminhada longa tornava-se ainda mais cansativa por causa daquelas roupas e sapatos apertados. O mal-estar era geral, até que Fabiano cansou-se da situação e tirou os sapatos, metendo as meias no bolso, livrando-se ainda do paletó e da gravata que o sufocava. Os demais fizeram o mesmo. Voltaram ao seu natural. Baleia juntou-se ao grupo _ .

Chegando à cidade, foram todos lavar-se à beira de um riacho antes de se integrarem à festa. Sinha Vitória carregava um guarda-chuva. Fabiano marchava teso. Os meninos maravilham-se, assustados, com tantas luzes e gente. A igreja, com as imagens nos altares, encantou-os mais ainda. O pai espremia-se no meio da multidão, sentindo-se cercado de inimigos. Sentia-se mangado por aquelas pessoas que o viam em trajes estranhos à sua bruta feição. Ninguém na cidade era bom. Lembrou-se da humilhação imposta pelo soldado amarelo quando estivera pela última vez na cidade.

A família saiu da igreja e foi ver o carrossel e as barracas de jogos. Como Sinha Vitória negou-lhe uma aposta no bozó, Fabiano afastou-se da família e foi beber pinga _ . Embriagando-se, foi ficando valente. Imaginava, com raiva, por onde andava o soldado amarelo. Queria esganá-lo. No meio da multidão, gritava, provocava um inimigo imaginário _ . Queria bater em alguém, poderia matar se fosse o caso _ . Vez ou outra, interrompia suas imprecações para uma confusa reflexão. Cansado do seu próprio teatro, Fabiano deitou no chão, fez das suas roupas um travesseiro e dormiu pesadamente.

Sinha Vitória, aflita, tinha que olhar os meninos, não podia deixar o marido naquele estado. Tomando coragem para realizar o que mais queria naquele momento, discretamente esgueirou-se para uma esquina e ali mesmo urinou. Em seguida, para completar o momento de satisfação, pitou num cachimbo de barro pensando numa cama igual à de seu Tomas da bolandeira .

Os meninos também estavam aflitos. Baleia sumira na confusão de pessoas, e o medo de que ela se perdesse e não mais voltasse era grande. Para alívio dos pequenos, a cachorrinha surge de repente e acaba com a tensão. Restava, agora, aos pequenos, o maravilhamento com tudo de novo que viam. O menor perguntou ao mais velho se tudo aquilo tinha sido feito por gente. A dúvida do maior era se todas aquelas coisas teriam nome. Como os homens poderiam guardar tantas palavras para nomear as coisas _ ?

Distante de tudo, Fabiano roncava e sonhava com soldados amarelos.

Baleia

Pêlos caídos, feridas na boca e inchaço nos beiços debilitaram Baleia de tal modo que Fabiano achou que ela estivesse com raiva. Resolveu sacrificá-la. Sinha Vitória recolheu os meninos, desconfiados, a fim de evitar-lhes a cena.

Baleia era considerada como um membro da família, por isso os meninos protestaram, tentando sair ao terreiro para impedir a trágica atitude do pai. Sinha Vitória lutava com os pequenos, porque aquilo era necessário, mas aos primeiros movimentos do marido para a execução, lamentou o fato de que ele não tivesse esperado mais para confirmar a doença da cachorrinha.

Ao primeiro tiro, que pegou o traseiro da cachorra e inutilizou-lhe uma perna, as crianças começaram a chorar desesperadamente.

Começou, lá fora, o jogo estratégico da caça e do caçador. Baleia sentia o fim próximo, tentava esconder-se e até desejou morder Fabiano. Um nevoeiro turvava a visão da cachorrinha, havia um cheiro bom de preás. Em meio à agonia, tinha raiva de Fabiano, mas também o via como o companheiro de muito tempo. A vigilância às cabras, Fabiano, Sinha Vitória e as crianças surgiam à Baleia em meio a uma inundação de preás que invadiam a cozinha _ . Dores e arrepios. Sono. A morte estava chegando para Baleia.

Contas

Fabiano retirava para si parte do que rendiam os cabritos e os bezerros. Na hora de fazer o acerto de contas com o patrão, sempre tinha a sensação de que havia sido enganado. Ao longo do tempo, com a produção escassa, não conseguia dinheiro e endividava-se.

Naquele dia, mais uma vez Fabiano pedira a Sinha Vitória para que ela fizesse as contas. O patrão, novamente, mostrou-lhe outros números. Os juros causavam a diferença, explicava o outro. Fabiano reclamou, havia engano, sim senhor, e aí foi o patrão quem estrilou. Se ele desconfiava, que fosse procurar outro emprego. Submisso, Fabiano pediu desculpas e saiu arrasado, pensando mesmo que Sinha Vitória era quem errara.

Na rua, voltou-lhe a raiva. Lembrou-se do dia em que fora vender um porco na cidade e o fiscal da prefeitura exigira o pagamento do imposto sobre a venda. Fabiano desconversou e disse que não iria mais vender o animal. Foi a uma outra rua negociar e, pego em flagrante, decidiu nunca mais criar porcos _ .

Pensou na dificuldade de sua vida. Bom seria se pudesse largar aquela exploração. Mas não podia! Seu destino era trabalhar para os outros, assim como fora com seu pai e seu avô.

As notas em sua mão impressionavam-no. "Juros", palavra difícil que os homens usavam quando queriam enganar os outros. Era sempre assim: bastavam palavras difíceis para lograr os menos espertos. Contou e recontou o dinheiro com raiva de todas aquelas pessoas da cidade. Sinha Vitória é que entendia seus pensamentos.

Teve vontade de entrar na bodega de seu Inácio e tomar uma pinga. Lembrou-se da humilhação passada ali mesmo e decidiu ir para casa. o céu, várias estrelas. Deixou de lado a lembrança dos inimigos e pensou na família. Sentiu dó da cachorra Baleia. Ela era um membro da família.

O Soldado Amarelo

Procurando uma égua fugida, Fabiano meteu-se por uma vereda e teve o cabresto embaraçado na vegetação local. Facão em punho, começou a cortar as quipás e palmatórias que impediam o prosseguimento da busca. Nesse momento, depara-se com o soldado amarelo que o humilhara um ano atrás _ . O cruzar de olhos e o reconhecimento durou fração de segundos. O suficiente para que Fabiano esfolasse o inimigo. O soldado claramente tremia de medo. Também reconhecera o desafeto antigo e pressentia o perigo.

Fabiano irritou-se com a cena. O outro era um nadica. Poderia matá-lo com as mãos, sem armas, se quisesse. A fragilidade do outro aos poucos foi aplacando a raiva de Fabiano. Ponderou que ele mesmo poderia ter evitado a noite na cadeia se não tivesse xingado a mãe do amarelo. No meio daquela paisagem isolada e hostil, só os dois, e se ele pedisse passagem ao soldado? Aproximou-se do outro pensando que já tinha sido mais valente, mais ousado. Na verdade, na fração de segundo interminável Fabiano ia descobrindo-se amedrontado. Se ele era um homem de bem, para que arruinar a sua vida matando uma autoridade? Guardaria forças para inimigo maior.

Sentindo o inimigo acovardado, o soldado ganhou força. Avançou firme e perguntou o caminho. Fabiano tirou o chapéu numa reverência e ainda ensinou o caminho ao amarelo.

O Mundo Coberto de Penas

A invasão daquele bando de aves denunciava a chegada da seca. Roubavam a água do gado, matariam bois e cabras. Sinha Vitória inquietou-se. Fabiano quis ignorar, mas não pôde; a mulher tinha razão. Caminhou até o bebedouro, onde as aves confirmavam o anúncio da seca. Eram muitas. Um tiro de espingarda eliminou cinco, seis delas, mas eram muitas. Fabiano tinha certeza, agora, de uma nova peregrinação, uma nova fuga.

Era só desgraça atrás de desgraça. Sempre fugido, sempre pequeno. Fabiano não se conformava, pensava com raiva no soldado amarelo, achava-se um covarde, um fraco. Irado, matou mais e mais aves. Serviriam de comida, mas até quando ? Quem sabe a seca não chegasse...Era sempre uma esperança. Mas o céu escuro de arribações só confirmava a triste situação _ . Elas cobriam o mundo de penas, matando o gado, tocando a ele e à família dali, quem sabe comendo-os.

Recolheu os cadáveres das aves e sentiu uma confusão de imagens em sua cabeça. Aquele lugar não era bom de se viver. Lembrou-se de Baleia, tentou se convencer de que não fizera errado em matá-la, pensou de novo na família e no que as arribações representavam. Sim, era necessário ir embora daquele lugar maldito _ . Sinha Vitória era inteligente, saberia entender a urgência dos fatos.

Fuga

O céu muito azul, as últimas arribações e os animais em estado de miséria indicavam a Fabiano que a permanência naquela fazenda estava esgotada. Chegou um ponto em que, dos animais, só sobrou um bezerro, que foi morto para servir de comida na viagem que se faria no dia seguinte.

Partiram de madrugada, abandonando tudo como encontraram. O caminho era o do sul. O grupo era o mesmo que errava como das outras vezes. Fabiano, no fundo, não queria partir, mas as circunstâncias convenciam-no da necessidade.

A vermelhidão do céu, o azul que viria depois assustavam Fabiano _ . Baleia era uma imagem constante em seus confusos pensamentos. Sinha Vitória também fraquejava. Queria, precisava falar _ . Aproximou-se do marido e disse coisas desconexas, que foram respondidas no mesmo nível de atrapalhação.

Na verdade, ele gostou que ela tivesse puxado conversa. Ela tentou animar o marido, quem sabe a vida fosse melhor, longe dali, com uma nova ocupação para ele. Marido e mulher elogiam-se mutuamente; ele é forte, agüenta caminhar léguas, ela, tem pernas grossas e nádegas volumosas, agüenta também. A cidade, talvez, fosse melhor. Até uma cama poderiam arranjar. Por que haveriam de viver sempre como bichos fugidos _ ?

Os meninos, longe, despertavam especulações ao casal. O que seriam quando crescessem? Sinha Vitória não queria que fossem vaqueiros. O cansaço ia chegando à medida que avançava a caminhada, e assim houve uma parada para descanso. Novamente marido e mulher conversavam, fazendo planos, temendo o mau agouro das aves que voavam no céu.

Sinha Vitória acordou os pequenos, que dormiam, e seguiu-se viagem. Fabiano ainda admirou a vitalidade da mulher. Era forte mesmo! Assim, a cada passo arrastado do grupo um mundo de novas perspectivas ia sendo criado. Sinha Vitória falava e estimulava Fabiano. Sim, deveria haveria uma nova terra, cheia de oportunidades, distante do sertão a formar homens brutos e fortes como eles.