Quem sou eu

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Posso ser séria, brincalhona, distraída, chata, abusada, legal,ótima, travosa (como diz um grande amigo) isso depende de você, de mim, do dia ou da situação. Quer mesmo saber quem sou eu? Precisa de mais proximidade. Gosto de ler e escrever, embora nem sempre tenha tempo suficiente para tais práticas. Gosto de tanta coisa e de tantas pessoas que não caberiam aqui se a elas fosse me referir uma por uma. Acho a vida um belo espetáculo sem ensaios onde passeamos dia a dia a procura da felicidade. Para falar mais de mim profissionalmente: Sou professora. Graduada em Letras-FAFICA. Atualmente estudo sobre Leitura Literária no Ensino Fundamental. Atuo no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Viva o Rock Nacional!!!

O que temos de bom na nossa música hoje que valha a pena discutir? Considerando música algo que agrada aos ouvidos, isso varia muito, mas venho expor a minha opinião nesse aspecto de um tipo de música que vem desde muito tempo, muito mesmo, agradando e ainda empolgando fãs. Refiro-me ao glorioso Rock nacional, que desde os anos 1980 cria e recria-se para sempre continuar emplacando seus sucessos de ontem, hoje e os que farão amanhã. Vamos aos exemplos que tenho em mente para iniciar as exposições.

Tempos atrás fiz um download de um show gravado em 2005 da banda Biquíni Cavadão, em que o vocalista berrava em plenos pulmões “Música se faz é com a cabeça, não é com a bunda não… viva o Rock nacional”. Uma grande frase que ficou impressa em minha memória e me levou a idealizar este post. Mas vamos a mais uma idéia.

No inicio da década passada os Titãs lançaram um disco chamado “A melhor banda de todos os tempos da última semana”. O que sempre acreditei que a banda paulistana queria e creio ter razão, foi uma crítica ferrenha aos desavisados em música que criticavam a banda por fazer acústicos e shows com músicas antigas. Em um disco renovado com todas as músicas inéditas, a banda lançou a palavra, calou os pseudoconhecedores e emplacou no mínimo naquele disco quatro ou cinco sucessos, alguns tendo já se tornado múscias ícone. Qual a força dessa vertente tão rica da nossa música?

Escreverei aqui um pouco sobre cada banda ou representante que conheço, falando do que conheço de músicas deles e expondo o que penso, não para convencer e sim para ilustrar um pensamento. O que quero divulgar é a grande musicalidade e poeticidade de uma música que sempre se esmerou em inventar, recriar, dar novas formas, poetizar. Uma música que dá gosto de ouvir.

TITÃS

Uma das bandas mais longevas e com mais músicas em paradas de sucessos entre todas as bandas do Rock Nacional. Os Titãs buscaram sempre a crítica social e humana em suas letras, para ilustrar um fim de ditadura que agonizava, mas que não queria sair de todo por baixo. Mas o que tem essa banda que nos agrada tanto.

Um vocalista ator, um guitarrista escritor e literato, um outro vocalista cineasta, integrantes que compõem poesias e músicas aos novos expoentes da MPB, integrantes que saem e em carreira solo fazem sucesso, e ainda a banda sem este integrante continua com o sucesso. Tudo isso, essa mescla de seres humanos tipicamente artísticos, fazem da banda, a meu ver, a melhor banda do rock nacional.

Músicas como Cabeça dinossauro nos fazem identificar em nós ou no outro, características que não gostaríamos de ver. Televisão é aquela crítica que sempre faço de como a televisão vista sem o discernimento necessário, causa alienação. Críticas sociais vêm em Marvin, a luta do adolescente alçado a adulto para viver as desgraças que parecem genéticas: passam de pai para filho. Enfim, poderia citar muitas. Até as românticas deles, que delicia ouvir Sonífera Ilha ou a mais recente Porque sei que é amor. Baladas para todos os momentos e todos os ouvidos fazem destes músicos verdadeiros Titãs da nossa música.

CAZUZA e BARÃO VERMELHO

Como iniciar algo a respeito de Cazuza inicialmente. Vimos o filme sobre sua vida. Lemos o livro que sua mãe escreveu. Ouvimos as suas músicas que desde o tempo do Barão, e ai entraremos com o aparte para a banda, e percebemos que o poeta jovem do rock fazia parte de uma vertente que tal como os Titãs, escrevia e cantava muito mais do que Rock, fazendo experimentos com outras áreas da música. Cazuza cantava MPB e Rock em um mesmo show. Cantava Cartola e gritava um Viva o Rock em outro momento. A loucura do poeta, seu jeito muito espontâneo e vivo, chamou a atenção de monstros da voz como Ney Matogrosso ou da MPB moderna como Caetano Veloso. Cazuza nos deixou poemas vivos como Codinome beija-flor, declaração de amor velada e não dita ao mesmo tempo. Palavras que dizem a dor de ter um sentimento que deseja-se e não deseja-se ter ao mesmo tempo. Ideologia é o que se percebe nas salas de aula de todo o país no momento. Falta algo em que acreditar, em que seguir, uma fé para professar a toda uma juventude cujo guias perderam-se ou findaram no fim dos anos 1980 e não mais retornaram. Exemplo: se nos anos sessenta o ídolo de um jovem de 16 anos eram os Beatles ou Chico Buarque, no anos 2000 em diante, temos Justin Bieber.

Dá pra perceber o fosso que Cazuza previu de falta de ideologias? Ele complementava isso com Exagerado, declaração de amor nonsense e desmesurado. O amor não tinha mais lógica…. bastava ser louco para ser amor? Será?

Barão Vermelho por algum tempo foi a banda do Cazuza…. depois de algum tempo superou essa marca por causa de um elemento que hoje tornou esquecido esse detalhe. Roberto Frejat conseguiu com muita determinação superar a perda de um vocalista muito popular. Com musicalidade e esforço, manteve o grupo, a qualidade das músicas, sustentou os fãs com músicas de bom nível e na década passada, lançou-se em uma carreira solo que, sem abandonar a banda, mostrou que o vocalista tem grande experiência em destilar o seu talento por estilos que não o seu original. O barão vermelho que continuou, manteve o ritmo e merece ser enquadrado no panteão dos grandes. Viva Frejat.

RPM

Tenho um grande amigo que me diz sempre que se Paulo Ricardo tivesse morrido no ano de 1988 ele seria considerado o maior cantor, compositor, músico da atual música brasileira. Isso porque o RPM conseguiu em um único disco, o Revoluções por Minuto colocar mais de 08 canções nas paradas de sucesso, uma delas, Juvenília, instrumental. Que feito foi esse para este país?

A banda era um dínamo de canções rápidas e românticas, onde a voz contagiante e o olhar 43 de Paulo Ricardo seduzia de garotinhas a adultos. London, London foi superada em voz, mesmo se o seu autor foi Caetano Veloso. Muita coisa se passou, Paulo Ricardo não conseguiu manter a carreira solo e um Ao Vivo MTV foi tirado da cartola para resgatar a banda, que em todo o Brasil, ainda tem fãs fervorosos. Mas, cá para nós, vale mais como uma recordação de algo que, assim como disse um pensador iminente “foi do nascimento à decadência, sem conhecer o apogeu”. Podia muito mais a banda, mas vale pelo espólio que deixou.

ULTRAJE A RIGOR

Uma das bandas mais inteligentes e críticas, com letras divertidas da historia do nosso rock. São irreverentes e não ligam para as convenções que costumam marcar letras de músicas. Conhecido por ter o famoso QI de 140, o vocalista Roger é a banda em pessoa, que mantém as letras de críticas ao espírito nacional. Vejamos exemplos:

Músicas que criticam o papel maridinho e mulher, como em Zoraíde ou Independente Futebol Clube, tentam acabar com o romantismo exacerbado em canções românticas. Críticas ao espírito nacional pesadas como Filho da Puta, Terceiro ou Inútil criticam o nosso jeitinho, a nossa malandragem, safadezas que ferem a ética e a moral e nos levam sempre a um patamar de desconfiança e falta de inteligência, pois quando se privilegia o atalho, não se percorre nunca o caminho da correção, do estudo e da ética. O Ultraje a rigor, tirando os palavrões aos mais puristas, é a banda da crítica e da inteligência, fugindo do lugar comum.

IRA

A vocalista Nasi é uma pessoa controversa dentro do mundo do rock, de declarações fortes e polêmicas. Gosto muito do Ira, e principalmente depois que eles modernizaram e acalmaram as suas canções no acústico que gravaram. Quão bonita é a declaração de amor feita após a perda cantada em Girassol, quando até a altura da pessoa amada se converte em especificidade de sentimento. Eu quero sempre maisi parece uma canção feita pelo Nasi para si mesmo. A necessidade de mudar, ter consciência de si mesmo, recursos filosóficos importantes, que levam ao eu lírico da canção saber do que necessita e do que realmente quer. Vale a pena ouvir o acústico do Ira, pelo mesmo motivo que falei da frase do Biquíni Cavadão no início do post. Música se faz é com a cabeça mesmo.

BIQUINI CAVADÃO

A banda carioca ainda consegue ter suas músicas cantadas por aí, mesmo não tendo gravado acústico MTV. Isso porque a energia dos integrantes da banda sempre foi o seu ponto forte. Uma loucura, força de uma natureza jovem que recusa a se entregar. Basta ver o grande hit da banda, Eu sou do povo, em que a crítica social vem bater nas cabeças dos pseudojuristas que acham que a lei realmente vale para todos ( ah como eu queria que neste país juristas e magistrados ouvissem esta música). Vento Ventania, romance, me leva sem destino, numa analogia, ao mundo onde o rock nos propunha ser o melhor lugar, uma pasárgada do rock nacional. Assim como em Impossível, onde a pessoa amada torna-se marca indelével. Se não é o amor tatuagem do Chico Buarque, essa canção mostra como é um amor indelével. Ouçam a banda e depois escrevam-me. Gostaria que muitos se surpreendessem.

ENGENHEIROS DO HAWAIÍ

Do panteão das que mais gosto (tendencioso me mostro), indico os gaúchos, únicos representantes em todo os anos 1980 a sobreviverem, na pessoa de Humberto Gessinger e seus doirados cabelos, mexiam com as estruturas de um rock em que as letras e poesias as vezes necessitavam de um alto grau de abstração e subjetividade para serem entendidas. É o Rock cabeça que junto com os Titãs, o Engenheiros fazia aos borbotões. O que dizer de um verso que dizia “No táxi que me trouxe até aqui Willie Nelson me dava razão” ou “escute garota o vento canta uma canção, dessas que uma banda nunca toca sem razão”. Qual a razão que Willie Nelson lhe dava? Que canção é essa? Em outra ele pergunta quem são “eles”? Assim, o Engenheiros ilustravam de poeticidade subjetiva a parcela gaúcha do Rock Nacional. Humberto Gessinger tornou-se a banda de um homem só, pois ele encarna em si o espírito do grupo, pois integrantes saíram, mas em nada mudou, pois ele conseguiu manter a coesão da banda.

CAPITAL INICIAL

O Capital Inicial assim como os Titãs renasceram depois de um show acústico MTV. Dinho Ouro Preto e seus parceiros conseguiram o que alguns não conseguiram depois deste show… Músicas inéditas e sucesso com novas poesias. Não se esperava dos cantores de Natasha, a garota rebelde que meio Bruna Surfistinha, fugiu de casa e se embrenhou na prostituição e nas drogas. O Capital veio dentre as bandas nacionais bem como são mineiramente, e se mantiveram no sucesso nessa era moderna de acústicos MTV com originalidade.

Enfim, para os que gostam de uma boa música e querem ouvir um som novo, diferente do que estão cansados de ouvir, recomendo cada disco ao vivo ou acústico das bandas acimas, ou de qualquer outra dos anos 1980. Vai ser uma viagem e tanto, eu lhes garanto…

fonte: http://filosofices.wordpress.com/2011/06/22/viva-o-rock-nacional/

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