Quem sou eu

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Santa Cruz do Capibaribe/ Caruaru, NE/PE, Brazil
Posso ser séria, brincalhona, distraída, chata, abusada, legal,ótima, travosa (como diz um grande amigo) isso depende de você, de mim, do dia ou da situação. Quer mesmo saber quem sou eu? Precisa de mais proximidade. Gosto de ler e escrever, embora nem sempre tenha tempo suficiente para tais práticas. Gosto de tanta coisa e de tantas pessoas que não caberiam aqui se a elas fosse me referir uma por uma. Acho a vida um belo espetáculo sem ensaios onde passeamos dia a dia a procura da felicidade. Para falar mais de mim profissionalmente: Sou professora. Graduada em Letras-FAFICA. Atualmente estudo sobre Leitura Literária no Ensino Fundamental. Atuo no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

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quinta-feira, 5 de abril de 2012

UM PODER. EM TEMPOS DE PURA POESIA!



Antonio Gil Neto

“Um galo sozinho não tece uma manhã: / ele precisará sempre de outros galos.(...)
“Aquele rio / é espesso / como o real mais espesso.(...)”


(João Cabral de Melo Neto)



Na tela João Cabral um tanto quanto jovem, risonho. Atrás, como se acabado de escrever na parede, letras de brilho de faca e sanguínea frase que dá títulos, vislumbres. Rabiscos de poeta em possível. Um poema por dia. Tecendo manhãs.


E assim se faz visitas. Virtualmente? Quem sabe de bom grado e de coração confesso. Presente no imaginado, toque de perto em olhar. Esse nosso estrangeiro olhar...E um cheiro do fantasioso: objetos, cenários de singela vida. Tantos Severinos poetas! Por hora adentrar-se em memórias. Outros rios e versos. E lembranças de pedras que nos enobrece de raiz e céu.

Lida de chegar, viveza em desvendar palavras é que se começa e se tece na Educação. Os mistérios do fundo do mar em paralelo ao poço de cheirar cola. Entram de imaginação. Mas meninos, se configuram na consistência poética. Fico apostando, uma vez de muitas, em pausa avaliativa, em leitura da mais importante na feitura do humano. Tecido em memória e fantasia, esta lente. E o analisar o tempo. E o que decorre. O que vive tantos meninos? Famílias, escolas, ruas... Poderão ser modificados por encontros transformadores. Que se possa recontar suas vidas como quem conta sobre vidas cidadãs. Sem esconderijos. Agorinha este refrão mineiro: “os sonhos não envelhecem... ”.

Talvez este texto pudesse dar tantas crônicas! Mas vou deixando-as no revés. E o que me leva aqui e agora é o espaço educador. É tempo de oficinas? O Futuro é gênero que se reinaugura. Crônica ou não, nossos afazeres pedagógicos andarão a acontecer que sei. Desenham em silencioso trabalho, em sonho e em melhorar esperanças.
Aviões cruzam o céu, quase livres. Feito pássaros emergindo de florestas perdidas. Depois outros mais. E tudo segue nos cronômetros fatais e regularizados. Fico mais a olhar as nuvens embelezando o azul, em eternamente. Poderá esse eterno de nuvens ser prisão? Embalado em filosófico já olharei todas as caras, os transeuntes e os que estão na minha aldeia. Na minha faina. Sigo as linhas. Imerso em céu de íntimas possibilidades. E o por fazer. Por eles e por todos. Nós, humanos possíveis, com direito a viver sob as nuvens. E em estações de pequenos sonhos.

Sempre viro e volto para o preciso pensar o depois. Mais as dificuldades a imaginar e a haver. Sinto o tecido de mais possibilidades em meus quereres. Vejo de longe números em meio aos emaranhados. Um cheiro acinzenta o redor. Há mapas de cicatrizes indicando percursos. E a volta? Mas aviões continuam suas procissões no azul. As nuvens, eternamente livres. Os meninos, bagagens. Quem sabe não se veja no desenho plúmbeo um vislumbre de alguma cor. Você tem e quer?

(Guardar uma ideia em página de almanaque como quem guarda flores. E um norte em vermelho. Ah, e um trecho de uma canção!)

No lado da prateada liberdade imenso muro alto. Alto sim, com mil aparatos técnicos de segurança. Ali uma árvore se empina livre, entregue à correnteza do verdor cósmico em estações. Gerara flores para a vida correndo solta. Um vento brando derrubara algumas já vingadas. À curta distância um leito de flores brancas amaina o chão. Generosa cumplicidade. Em algum canto da cidade alguém leria alguma notícia e em outro, um pavonear de adereços, gesto curto e certeiro. Mas, haveriam olhos no reinventado. Cúmplices em fantasias. Sede e fome impulsionando outros movimentos e corpos. Em desenho e dança. Para as próximas os provisórios olhos sagazes. Peixes de luz, se inebriarão dos pequeno delitos amorosos. Ou se traquinarão na mais marota das experiências.

Fecho a porta, duas voltas. E a janela plena para o ar leve da manhã em sintonia com o que sinto ser importante. Dizer deste tema. Lançar ideias que aludem o fazer nas escolas. Não me arrisco a novidades. Às vezes as obviedades e o aparente têm sua importância a olhos navegantes.

Peso um tempo de averiguar tessituras. Ação e esperas. A construção. Nova folha desponta frágil e tenra em campo de árvores altas e fecundas. E em poesia. Sujeitas à intempéries, riscos, agudezas. Mas sabem da quentura, da chuva e do alimento em raiz. Vão reescrevendo-se na composição de ocupar lugar ao sol. Sem luta de forças, queda de braços ou o que separa fracos de fortes. É a arena das possibilidades em palavras. Agulhas em trabalhos que vingam. Fachos, pequenas luzes, gravitando-se. E o luzeiro na imensa escuridão.

Um cheiro de café se espaça pelo ar. Uma nesga de sol desenha no chão da sala o brilho desse dia. A fumacinha da xícara sobe num compasso indolente e as flores alegres no vaso são apenas moldura para a música tomando conta de um breve viver matutino que se foi e se prende nas palavras. E no eterno verde. O piano de Tom e a voz única de Elis tomam conta de tudo.

Paro por aqui. Mas, quero lhe dizer em ligeira esperança palavras que lhe instiguem. Vislumbro sua próxima festa e algum surpresar na sua visita à poesia. E agora só boas portas e janelas abertas. Vamos brindar pelo novo dia.

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