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Posso ser séria, brincalhona, distraída, chata, abusada, legal,ótima, travosa (como diz um grande amigo) isso depende de você, de mim, do dia ou da situação. Quer mesmo saber quem sou eu? Precisa de mais proximidade. Gosto de ler e escrever, embora nem sempre tenha tempo suficiente para tais práticas. Gosto de tanta coisa e de tantas pessoas que não caberiam aqui se a elas fosse me referir uma por uma. Acho a vida um belo espetáculo sem ensaios onde passeamos dia a dia a procura da felicidade. Para falar mais de mim profissionalmente: Sou professora. Graduada em Letras-FAFICA. Atualmente estudo sobre Leitura Literária no Ensino Fundamental. Atuo no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

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domingo, 25 de dezembro de 2011

Um pouco sobre ANA MARTINS MARQUES

Ana Martins Marques - Nossa Aposta

Coloquial, bem-humorada e cheia de autocrítica, a jovem poeta mineira assemelha-se à conterrânea Adélia Prado ao enxergar grandeza no prosaico
por Fabrício Carpinejar
Álvaro Fráguas
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A poeta Ana Martins Marques. “Escrever é quase sempre tentar escrever”

A estreia de Ana Martins Marques com A Vida Submarina é tão importante para a poesia brasileira quanto o primeiro livro de Adélia Prado, Bagagem, de 1976. Ambas as publicações exibem um desembaraço de linguagem, um coloquialismo, que eleva o prosaico e desmistifica o grandioso, desnudando nossos pecados e manias com graça e malícia. A diferença é que A Vida Submarina, de 2009, saiu por uma pequena editora de Belo Horizonte, a Scriptum, não está à venda em outras capitais e não teve a sorte de contar com Carlos Drummond de Andrade vivo para festejar sua chegada.

A mineira Ana tem o olho ruidoso do tímido. É jovem o suficiente para ser absolutamente honesta. Aos 32 anos, ainda está se acostumando com a abstinência do cigarro e namora o contista Marcílio França Castro, autor de A Casa dos Outros e seu confidente de gavetas. Apesar do começo no mundo literário duplamente vencedor - ganhou o Prêmio Cidade de Belo Horizonte por duas edições consecutivas (2007 e 2008) -, o caminho para a publicação não foi fácil. "Tive algumas recusas e vários silêncios", lembra. Sem gatos, sem cachorros, sem peixes, vivendo sozinha, nem sequer se enxerga como escritora, mas como alguém que escreve. Talvez porque a escrita seja tão antiga como sua infância. "Escrever é quase sempre tentar escrever", diz. Ela poetiza devagar e corta rápido. "Sou uma excelente descartadora. Diria que descarto bem melhor do que escrevo."

Divide com a biografia de Drummond a garantia mensal do contracheque de funcionário público, conciliando o expediente numa repartição com os devaneios noturnos. Pode ser encontrada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde atua como redatora e revisora. Sua ligação com as letras ocorre mais na universidade do que em saraus. Cursa doutorado em literatura comparada, depois de concluir uma dissertação de mestrado sobre o romancista gaúcho João Gilberto Noll.

Sua timidez gera gafes involuntárias. Encarna diariamente o personagem de O Mau Vidraceiro, célebre poema em prosa de Charles Baudelaire: ao não desejar incomodar, chama mais atenção. Com 142 páginas, A Vida Submarina resulta dessa violência desajeitada, dissimulada pela aparência discreta. Os versos têm a marca de um achado resmungado, movidos por uma autocrítica bem-humorada.

A poeta, sobretudo, apresenta carisma, esse ingrediente misterioso que eleva a identificação ao patamar de intimidade. É cínica, porém suave: "O síndico pergunta por você,/ depois me olha como se o divórcio/ acabasse de ser inventado". É sensual, porém desafiadora do senso comum: "Sou alérgica ao desejo -/ doem-me os olhos,/ incham-me as pernas,/ o sexo arde/ como uma caixa de abelhas". É cruel, porém amorosa: "Você só lê/ os livros que trago". É reflexiva e culta, porém muito urbana, com suas armações coloquiais: "Dizem que Cézanne/ quando certa vez pintou um quadro/ deixando inacabada parte de uma maçã/ pintou apenas a parte da maçã/ que compreendia".

Há em Ana uma aceitação natural das imperfeições, a perdoar qualquer loucura. Ela adivinha pensamentos, tenta descobrir incendiários nas cozinhas mais pacatas. De sua retração, preparou uma sobremesa francesa: fria por fora e quente por dentro.

Fabrício Carpinejar é poeta, cronista e jornalista, autor de Canalha! e Meu Filho, Minha Filha, entre outros.


FONTE: http://bravonline.abril.com.br/materia/ana-martins-marques-nossa-aposta

DA ARTE DAS ARMADILHAS








Depois de receber por duas vezes consecutivas o prêmio Cidade de Belo Horizonte, Ana Martins Marques resolveu reunir seus poemas e publicar o livro A vida submarina. A repercussão foi imediata: na mídia eletrônica foi considerada “absolutamente imperdível”, “um acontecimento”, “uma revelação convincente”. Na revista Bravo, Fabrício Carpinejar saudou seu “desembaraço de linguagem, um coloquialismo que eleva o prosaico e desmistifica o grandioso”.
Da arte das armadilhas é seu segundo livro. A Companhia das Letras está especialmente orgulhosa de contar com a autora em sua coleção de poesia contemporânea, certa de que essa é uma voz que surge para ocupar um lugar no cenário dos poetas importantes do país, enriquecendo-o com sua particularidade.
Na orelha do livro, Armando Freitas Filho narra uma conversa com outro poeta: “Você já leu o livro da Ana Martins Marques? Você tem que ler”, e conclui: “Mergulhei de ponta-cabeça, fui de capa a capa num fôlego só”.
Ana Martins Marques
Autor



Nasceu em 1977, em Belo Horizonte, onde mora. Graduada em Letras, tem mestrado em literatura brasileira pela UFMG. É autora também de A vida submarina (2009), publicado pela editora Scriptum.


http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=13107

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