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Posso ser séria, brincalhona, distraída, chata, abusada, legal,ótima, travosa (como diz um grande amigo) isso depende de você, de mim, do dia ou da situação. Quer mesmo saber quem sou eu? Precisa de mais proximidade. Gosto de ler e escrever, embora nem sempre tenha tempo suficiente para tais práticas. Gosto de tanta coisa e de tantas pessoas que não caberiam aqui se a elas fosse me referir uma por uma. Acho a vida um belo espetáculo sem ensaios onde passeamos dia a dia a procura da felicidade. Para falar mais de mim profissionalmente: Sou professora. Graduada em Letras-FAFICA. Atualmente estudo sobre Leitura Literária no Ensino Fundamental. Atuo no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

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sábado, 15 de setembro de 2012

Curando o que não é doença



Curando o que não é doença
15 de novembro de 2011 Matheus Araújo   

No exército do Senhor tem aumentado o número de soldados da divisão de “psicólogos ungidos”. Chove na horta da ignorância uma manada de insensatos entre livros, programas de televisão, blogs e perfis de twitter distribuindo a “cura” para a homossexualidade por meio da mágica divina. Muito cômico. E seria puramente isto se não fosse pela seriedade do assunto.
Esses indivíduos dão reforço a teses tolas que sustentam que a homossexualidade é uma doença, um transtorno mental e espiritual, perfeitamente tratável a partir da lavagem cerebral religiosa. Não se escusam de usar a Bíblia para tentar nos mostrar o quanto deus repudia a prática homossexual, escolha abominável diante de seus olhos.
Primeiro havemos de notar a tolice religiosa por trás disso. A base prima dessas afirmações é a Bíblia, e a condenação à homossexualidade reside no versículo 22 do capítulo 18 do livro de Levíticos. Um livro inspirado em uma tradição religiosa antiga estupidamente preconceituosa e violenta. E o ponto mais interessante é o critério da conveniência, usado na seleção desse versículo. O livro do Levíticos faz parte, junto com o livro do Êxodo, dos Números e do Deuteronômio, de uma parte da Bíblia exacerbadamente preenchida de leis insanas e maus conselhos. Entre tais absurdos estão a aplicação da pena de morte por apedrejamento para adúlteros e pessoas que forem flagradas trabalhando aos sábados, além da liberação da venda de filhas como escravas. Tais trechos não costumam ser citados pelos cristãos, pois já não lhes convém. Mas a maioria jamais hesita em citar as partes desses livros horríveis que dão sustentação a seus preconceitos, adicionando a estas algumas palavras do machista Paulo de Tarso, cujas idéias se encontram no Novo Testamento.
Obviamente um livro arcaico, violento e discriminatório não é boa base para qualquer julgamento. Mas o Cristianismo dá o empurrão necessário para a disseminação dessas idéias, carimbando-as com o selo de autoridade divina e manipulando as mentes dos fiéis ao comando de seus líderes.
Estabelecidas estas idéias preconceituosas arcaicas, surgem então os heróis do Cristo, sempre atentos as necessidades espirituais dos pecadores. Uma gama enorme de psicólogos ungidos e outros pseudo-cientistas trazem a nós uma variedade de práticas espirituais curativas que visam corrigir a conduta demoníaca dos homossexuais. Pregam que a homossexualidade é uma escolha influenciada pelo Diabo, seguindo os mesmos parâmetros medievais que um dia já conceberam a ideia de que o canhotismo fosse uma escolha e parte de um comportamento satânico.
Estes indivíduos não passam de religiosos fanáticos tentando cientifizar e racionalizar seus preconceitos e crenças estúpidas. Aproveitam-se da ingenuidade e do medo em que mergulham alguns homossexuais que tentam de toda maneira mudar aquilo que são por serem tão agredidos e rejeitados pela sociedade. Estes curandeiros do Espírito Santo são meros vigaristas enganando os incautos.
A homossexualidade é uma condição, não uma opção. E, embora possa ter causa essencial em fatos sociais, na maioria das vezes tem causas biológicas, sendo parte naturalmente integrante da psique de alguns seres humanos. Tanto é natural que é registrado em 450 espécies de animais, como macacos e pinguins. Não tem nada a ver com influências espirituais malignas, sendo assim considerado apenas pelos supersticiosos e insensatos. É algo perfeitamente natural a ser aceito por essa sociedade da era informacional que ainda tem deficiência em perceber quão nociva é a manutenção de preconceitos e crendices da Idade do Bronze em pleno século XXI.

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