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Posso ser séria, brincalhona, distraída, chata, abusada, legal,ótima, travosa (como diz um grande amigo) isso depende de você, de mim, do dia ou da situação. Quer mesmo saber quem sou eu? Precisa de mais proximidade. Gosto de ler e escrever, embora nem sempre tenha tempo suficiente para tais práticas. Gosto de tanta coisa e de tantas pessoas que não caberiam aqui se a elas fosse me referir uma por uma. Acho a vida um belo espetáculo sem ensaios onde passeamos dia a dia a procura da felicidade. Para falar mais de mim profissionalmente: Sou professora. Graduada em Letras-FAFICA. Atualmente estudo sobre Leitura Literária no Ensino Fundamental. Atuo no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

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sexta-feira, 2 de março de 2012

Céu comenta: "Agora há um processo, uma carreira"

Escrito por Thiago Lins

Em meio aos últimos acertos para o lançamento de Caravana sereia bloom, a cantora concedeu entrevista por telefone, de São Paulo, ao site da revista Continente. Sobre o álbum, afirma que agora há uma carreira, um processo, que o difere da fase anterior.

Continente: Estamos a poucos dias do lançamento do disco, o que você pode dizer só pra gente a respeito dele?
Céu: Só pra vocês, algo que eu ainda não disse... Puxa, você me pegou. Assim, uma coisinha... Eu acho que estou com toda a história do disco por trás, as referências... Uma coisinha, específica, eu não sei.

Continente: OK. O nome do disco é inusitado, você já parou pra pensar em quantas vezes vai ter que dizer de onde veio?
Céu: Eu já estava preparada pra isso. Aconteceu que eu tava achando muito burocrático o nome que tava no folderzinho com todas as músicas do disco novo. Achei que não tinha a menor graça, era muito acadêmico. Até que chegou um momento: “E aí, qual vai ser o nome?”. Então, junto com o pessoal que tava fazendo a arte a gente fez uma brincadeira, misturou sem grandes conceitos.

Continente: Sobre ter visto certas coisas de maneira burocrática, isso se deve a uma visão crítica ou a um estado pessoal? A julgar pelo seu modus operandi, tendo intitulado um CD de Vagarosa, a gente dificilmente vai achar que você chegou a um estado de estafa...
Céu: Foi uma visão crítica de fato. Foi só uma questão, por conta de que eu tava muito imersa na estrada, querendo falar sobre isso... Esse tema traz muita imagem, só achei (o título anterior) pobre. Foi só por isso.

Continente: Escutando o primeiro single, tive a impressão de que há uma influência mais clara de Portishead, Glory Box... Algo mais atmosférico. É impressão, ou você tá escutando trip-hop?
Céu: De todas as músicas do disco, ela é a mais baladona. Vou falar um pouquinho do disco para você entender ela. Quando a fiz, ela tinha uma geografia, um ponto de partida e um de chegada. Eu atravessava o Nordeste, o Norte, a fronteira do Brasil, assimilando as misturas da música latina com a nossa. Lambada, brega, tava ouvindo essas coisas, as aparelhagens de Belém... A música traz uma programação de (órgão) Casiotone meio latininha que eu mesma fiz e tem uma coisa mais abertona, mais atmosférica como você disse. Adoro Portishead, trip-hop, mas faz tempo que não mexo nesses discos, é até uma boa sugestão...

Continente: Sobre os elementos do disco. Surgiram espontaneamente ou você parou e pensou num conceito?
Céu: Foi bem espontâneo. A coisa mais pensada mesmo foi isso da estrada, eu tava com vontade de falar sobre isso por conta da dificuldade e da beleza da situação toda. E paralelamente percebi que tudo tava se afunilando pra esse lugar... Muita imagem, muito cinema na cabeça, como se cada música fosse um filmezinho... Tudo foi se afunilando pra combinar essa estética toda do disco, mas nunca parei, “quero fazer um disco assim, sobre isso”. De forma alguma, porque eu nem sei me planejar muito bem.

Continente: Você conseguiu uma façanha com o primeiro disco: achou um som próprio, coisa que muita gente passa a carreira almejando. No segundo, meio que ratificou seu estilo. E agora?
Céu: O terceiro é interessante, porque agora existe um processo, uma carreira. Talvez eu me faça entender mais facilmente.

Continente: Quer dizer que tem mais apelo?
Céu: Não, acho que é por conta da bagagem mesmo. É mais fácil de compreender. É diferente do primeiro, que você chega e é uma folha em branco. Esse é um disco mais mundano, enquanto Vagarosa era mais imerso, tinha a coisa da maternidade.

Continente: Soa como se fosse um álbum mais acessível... Como se um ouvinte mediano pudesse se identificar com as músicas agora...
Céu: Não sei se eu arriscaria dizer. Pode ser. Mas isso é uma coisa que eu não poderia te dizer, acho que tou tão imersa dentro de mim mesma...

Continente: E já que falamos em maternidade, como vai sua filha? Ela viaja em turnê?
Céu: Muitas vezes, cada dia uma cidade diferente e a bichinha do meu lado. Quando passo mais de dez dias na estrada levo ela.

Continente: E sobre o disco, como foi a feitura?
Céu: Foi relativamente rápido, o processo do Gui (Amabis) produzir é muito rápido. Em praticamente três semanas todo mundo gravou. Fiz todas as vozes em quatro dias.

Continente: Uau, isso é bem punk. Um disco seu, feito que nem os dos Ramones!
Céu: Ramones total! (Risos). Curti o clima, fazer assim (rápido) foi outro desafio...

Continente: Muitos artistas dessa geração gravam e excursionam com colaboradores. Você imagina o Guizado, o Catatau gravando sozinhos? Ou melhor, você se vê gravando sozinha?
Céu: É engraçado mesmo, uma geração colaborativa. Eu me vejo (gravando sozinha) sim. Por que não? Nunca digo nunca, por mais que eu goste dessa galera.

Continente: Desde quando começaram os ensaios da próxima turnê?
Céu: Ontem. Estamos ensaiando muito, logo mais tem show...

Continente: Parece que tá saindo tudo no talo.
Céu: É, tá tudo no talo, mas tá fluindo.

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