Também era uma bela intérprete, com alta dramaticidade. Conseguia, em uma mesma canção, mudanças impressionantes no estado de espírito: ia da melancolia à extrema felicidade num piscar de olhos. Dona de um temperamento forte, às vezes difícil, era ao mesmo tempo uma amiga carinhosa e uma pessoa muito generosa, visto que ajudou a lançar e a revelar vários talentos da música brasileira.
Elis morreu em 1982 de forma fatídica: overdose. Com 36 anos, não teve tempo de dizer adeus aos seus milhares de fãs. Os refletores que sempre brilhavam e despontavam-na como uma deusa dos palcos, enfim, apagaram-se. Metade de sua vida passou dentro dos estúdios, gravando discos o que, indubitavelmente, enriqueceu o acervo musical e cultural do país. Participam deste episódio, os músicos Jair Rodrigues e João Bosco, e a biógrafa Regina Echeverria.
“Numa tarde morna à beira da piscina de sua casa da Cantareira, Elis e eu conversamos longamente sobre a vida e o futuro. Combinamos ali que eu poderia escrever, algum dia, um livro sobre ela. (…) Afinal, resolvi contar a história de uma pessoa controvertida, uma mulher para quem a vida estava dividida em oito ou oitenta, amor ou ódio.” (Regina Echeverria em Furacão Elis)
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