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Posso ser séria, brincalhona, distraída, chata, abusada, legal,ótima, travosa (como diz um grande amigo) isso depende de você, de mim, do dia ou da situação. Quer mesmo saber quem sou eu? Precisa de mais proximidade. Gosto de ler e escrever, embora nem sempre tenha tempo suficiente para tais práticas. Gosto de tanta coisa e de tantas pessoas que não caberiam aqui se a elas fosse me referir uma por uma. Acho a vida um belo espetáculo sem ensaios onde passeamos dia a dia a procura da felicidade. Para falar mais de mim profissionalmente: Sou professora. Graduada em Letras-FAFICA. Atualmente estudo sobre Leitura Literária no Ensino Fundamental. Atuo no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Como seria o perfil de Macunaíma no Facebook? (Bianca Borgianni)


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A internet foi criada há mais ou menos uns 40 anos, com fins militares durante a Guerra Fria. Desde então seu uso foi aumentando em círculos acadêmicos restritos, apenas como mecanismo de comunicação interna. A internet só começou a ser usada por uma parcela maior da população em 1990. Se a compararmos à vida de uma pessoa, poderíamos dizer que só agora, com 21 anos, ela está saindo da adolescência.

Esses dados são importantes para que entendamos o porquê de uma grande porcentagem de usuários ser formada exatamente por jovens. Um garoto de 16 anos já nasceu em meio a tudo isso, facilitando seu processo de aprendizagem sobre o uso da ferramenta, pois ela nunca se apresentou a ele como uma novidade. Alguém de mais de 35 anos, por outro lado, viveu o choque de uma vida sem internet para uma vida com internet. Suas referências de pesquisa muito provavelmente são outras. Se um professor pedisse de lição de casa o resumo de um livro, seria mais difícil encontrar uma resenha pronta do que ler o livro e fazer a sua própria.

Abordamos isso tudo para chegarmos a uma conclusão sabida por todos: a internet ocupa um grande espaço na vida dos jovens, e, portanto, tem um papel fundamental no ambiente escolar. Cabe a nós professores tentarmos conciliar o mundo virtual com o escolar, sem que o primeiro invalide propostas pedagógicas do segundo e liquide algumas experiências essenciais, como a própria leitura de obras literárias.

Foi pensando nisso que surgiu a idéia. Em junho, a designer da Comunidade Virtual, Natália Pacheco, enviou por email para toda a equipe uma página interessante: era um perfil do personagem Dom Casmurro, de Machado de Assis, em uma rede social. Por se tratar de personagem de um grande clássico, foi muito fácil identificar as referências aludidas na sua “atividade recente”.

O perfil agradou toda a equipe e decidiu-se, então, que todos criariam alguns perfis para entender se a proposta teria algum potencial pedagógico.

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Pedro Bala, de Capitães da Areia, no Facebook

O primeiro passo foi a escolha do personagem. Essa etapa já exige certo conhecimento prévio sobre a obra, pois assim que você pensar em algum – Pedro Bala, por exemplo, personagem de Capitães da Areia, romance de Jorge Amado - como foi meu caso, será preciso recorrer ao livro.

Eu havia lido a obra na oitava série, de modo que os episódios não estavam muito frescos na memória. Foi necessário então fazer uma releitura de vários trechos.

Depois de rever algumas das relações de Pedro Bala com os outros personagens da história; perceber os principais traços de sua personalidade e os fatos mais importantes da narrativa, precisei escolher uma rede social que se adequasse às suas características.

Minhas opções eram: Twitter, Facebook, Myspace, Flicker, Orkut ou um perfil na própria Comunidade Virtual. Como Capitães da Areia é uma história cheia de personagens e acontecimentos, preferi me inspirar no Facebook.

Por não ser muito boa com recursos de fotomontagem, preferi fazer o perfil a mão, usando colagem, canetinha e lápis de cor. Quem tem alguns conhecimentos de programas como o Photoshop e até mesmo o Paint (que usei para fazer o Twitter do Gregor Samsa, de A metamorfose de Kafka) vai se divertir utilizando outros recursos.

Foi bom fazer um planejamento, selecionando os principais episódios que seriam mencionados e com quais personagens ele interagiria. Depois disso, mãos à obra! Desenhei as fotos dos amigos e fiz colagem com a foto principal do perfil, a de Pedro Bala. Tentei articular as ferramentas da própria rede social para se adequarem com verossimilhança ao personagem. O pensamento foi: “se o próprio Pedro Bala tivesse um perfil no Facebook, como seria?”

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O mais interessante dessa proposta é que não há como realizá-la sem ter lido o livro todo muito bem, e se você fez isso muito tempo atrás, é necessário que faça uma releitura de vários trechos.

Bem encaminhado em sala de aula pode ser uma proposta divertida de verificação de leitura, que provavelmente vai motivar mais os alunos do que a elaboração de uma resenha. A apropriação de uma forma que dialoga com o cotidiano pode dar uma cara nova a uma atividade aparentemente protocolar. Incorporar de maneira criativa elementos vistos como empecilhos para a aprendizagem e a leitura talvez seja atualmente um dos métodos mais eficazes no sentido de aproximar os alunos da literatura!

Agora queremos fazer um convite a professores e alunos: o que acham de elaborarem perfis de personagens literários em sala de aula ou em casa e mostrarem para a gente?

Estamos muito curiosos para saber se a proposta funciona na escola e como os perfis vão ficar! Envie perfis criados por professores ou alunos e os relatos dessa experiência para sabermos como funcionou.

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